Rússia não se importa com ultimato teatral de Trump, diz aliado de Putin
Trump ameaça 'tarifas severas' à Rússia caso não haja cessar-fogo na Ucrânia em 50 dias As ameaças de impor "tarifas severas" à Rússia feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, caso não haja um cessar-fogo na guerra da Ucrânia em até 50 dias são "um ultimato teatral", e o governo russo "não se importa" com isso, afirmou o aliado de Putin e vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "Trump lançou um ultimato teatral ao Kremlin. O mundo estremeceu, esperando as consequências. A beligerante Europa ficou decepcionada. A Rússia não se importou", escreveu Medvedev em inglês na plataforma X. A fala de Medvedev foi a primeira de diversas reações de autoridades russas nesta terça-feira (15) às ameaças de Trump. Trump ameaçou aplicar um pacote de "tarifas severas" de 100% à Rússia e a seus aliados econômicos caso o governo de Vladimir Putin não alcance um acordo de paz na Ucrânia no prazo estabelecido. (Leia mais abaixo) Ameaça de taxas à Rússia e aliados, e armas à Ucrânia Trump disse que, caso não haja um cessar-fogo na guerra da Ucrânia em até 50 dias, o valor das tarifas à Rússia e seus aliados será de "cerca de 100%" além dos valores já atualmente aplicados. O presidente americano também anunciou uma nova leva de armas à Ucrânia, selando a retomada em força total da aliança com o país. "Estamos muito, muito insatisfeitos (com a Rússia), e vamos aplicar tarifas muito severas se não alcançarmos um acordo (de cessar-fogo) em 50 dias", disse Trump, durante reunião com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, na Casa Branca. No encontro com Rutte, Trump também disse que o comércio é "excelente para resolver guerras" para justificar o aumento das tarifas à Rússia que ele ameaçou aplicar. Logo após a guerra da Ucrânia começar, em março de 2022, os EUA aplicaram um amplo pacote de sanções econômicas à Rússia, o que praticamente inviabilizou o comércio de bens e mercadorias entre os dois países. Em 2024, o comércio entre EUA e Rússia chegou a US$ 3,5 bilhões, com a compra e venda de mercadorias como fertilizantes, metais e até combustível nuclear, segundo o Escritório do Representante Comercial dos EUA. No encontro, Trump disse também que enviará uma nova leva de armamento às tropas ucranianas, selando a retomada das ajudas dos EUA a Kiev, com quem teve desavenças ao longo deste ano. No fim de julho, o Pentágono chegou a anunciar a suspensão do envio de mísseis de defesa aérea e munições de precisão. Nesta segunda, como havia dito no domingo (13), Trump reafirmou que enviará a Kiev mais sistemas antimísseis Patriot, o poderoso "escudo" do Ocidente cujo uso na Ucrânia Putin já disse considerar "uma provocação". O Patriot é o mais avançado sistema de defesa que o Ocidente já enviou à Ucrânia, e cada unidade custa cerca de US$ 3 milhões (R$ 15,6 milhões). Nesta segunda, Trump não só reafirmou que enviará sistemas de defesa aérea Patriot -- que caçam e destroem no ar mísseis e drones russos -- como também disse que mandará, por meio da Otan, baterias para lançamento do sistema, o que agiliza seu uso por tropas ucranianas. "Teremos alguns chegando muito em breve, dentro de alguns dias... alguns países que possuem Patriots farão a troca e substituirão os Patriots pelos que já possuem. É um complemento completo Mudança de rumo Mark Rutte e Donald Trump Kevin Dietsch/Getty Images/AFP Os anúncios desta segunda-feira indicaram também como Trump mudou sua rota política na guerra da Ucrânia. Desde que assumiu sua segunda gestão à frente da Casa Branca, em janeiro de 2025, o norte-americano vinha indicando uma aproximação com Vladimir Putin, com quem chegou inclusive a ensaiar um acordo de cessar-fogo sem a presença da Ucrânia nas negociações. Em fevereiro, ao receber o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma reunião na Casa Branca, Trump disparou contra o ucraniano: diante da imprensa mundial no Salão Oval, bateu boca e levantou a voz com Zelensky, a quem acusou de querer incitar uma Terceira Guerra Mundial. Após a confusão, a reunião entre os dois chegou a ser cancelada, e Zelensky deixou a Casa Branca antes da hora. Em paralelo, o norte-americano chegou a elogiar Vladimir Putin, mas, aos poucos, começou a demonstrar decepção com o líder russo, após Moscou recusar diversas vezes condições impostas por Washington para um cessar-fogo na Ucrânia. Recentemente, Trump chegou a chamar Putin de inútil e tem criticado bombardeios russos à Ucrânia. Após as declarações de Trump, Kaja Kallas, a chefe da diplomacia da União Europeia, disse a jornalistas que estava satisfeita com a postura mais rígida do presidente dos EUA em relação à Rússia, mas que um ultimato de 50 dias para punir Moscou era "muito longo": "É muito positivo que o presidente Trump esteja adotando uma postura firme contra a Rússia. Por outro lado, 50 dias é um tempo muito longo se conside


Trump ameaça 'tarifas severas' à Rússia caso não haja cessar-fogo na Ucrânia em 50 dias As ameaças de impor "tarifas severas" à Rússia feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, caso não haja um cessar-fogo na guerra da Ucrânia em até 50 dias são "um ultimato teatral", e o governo russo "não se importa" com isso, afirmou o aliado de Putin e vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "Trump lançou um ultimato teatral ao Kremlin. O mundo estremeceu, esperando as consequências. A beligerante Europa ficou decepcionada. A Rússia não se importou", escreveu Medvedev em inglês na plataforma X. A fala de Medvedev foi a primeira de diversas reações de autoridades russas nesta terça-feira (15) às ameaças de Trump. Trump ameaçou aplicar um pacote de "tarifas severas" de 100% à Rússia e a seus aliados econômicos caso o governo de Vladimir Putin não alcance um acordo de paz na Ucrânia no prazo estabelecido. (Leia mais abaixo) Ameaça de taxas à Rússia e aliados, e armas à Ucrânia Trump disse que, caso não haja um cessar-fogo na guerra da Ucrânia em até 50 dias, o valor das tarifas à Rússia e seus aliados será de "cerca de 100%" além dos valores já atualmente aplicados. O presidente americano também anunciou uma nova leva de armas à Ucrânia, selando a retomada em força total da aliança com o país. "Estamos muito, muito insatisfeitos (com a Rússia), e vamos aplicar tarifas muito severas se não alcançarmos um acordo (de cessar-fogo) em 50 dias", disse Trump, durante reunião com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, na Casa Branca. No encontro com Rutte, Trump também disse que o comércio é "excelente para resolver guerras" para justificar o aumento das tarifas à Rússia que ele ameaçou aplicar. Logo após a guerra da Ucrânia começar, em março de 2022, os EUA aplicaram um amplo pacote de sanções econômicas à Rússia, o que praticamente inviabilizou o comércio de bens e mercadorias entre os dois países. Em 2024, o comércio entre EUA e Rússia chegou a US$ 3,5 bilhões, com a compra e venda de mercadorias como fertilizantes, metais e até combustível nuclear, segundo o Escritório do Representante Comercial dos EUA. No encontro, Trump disse também que enviará uma nova leva de armamento às tropas ucranianas, selando a retomada das ajudas dos EUA a Kiev, com quem teve desavenças ao longo deste ano. No fim de julho, o Pentágono chegou a anunciar a suspensão do envio de mísseis de defesa aérea e munições de precisão. Nesta segunda, como havia dito no domingo (13), Trump reafirmou que enviará a Kiev mais sistemas antimísseis Patriot, o poderoso "escudo" do Ocidente cujo uso na Ucrânia Putin já disse considerar "uma provocação". O Patriot é o mais avançado sistema de defesa que o Ocidente já enviou à Ucrânia, e cada unidade custa cerca de US$ 3 milhões (R$ 15,6 milhões). Nesta segunda, Trump não só reafirmou que enviará sistemas de defesa aérea Patriot -- que caçam e destroem no ar mísseis e drones russos -- como também disse que mandará, por meio da Otan, baterias para lançamento do sistema, o que agiliza seu uso por tropas ucranianas. "Teremos alguns chegando muito em breve, dentro de alguns dias... alguns países que possuem Patriots farão a troca e substituirão os Patriots pelos que já possuem. É um complemento completo Mudança de rumo Mark Rutte e Donald Trump Kevin Dietsch/Getty Images/AFP Os anúncios desta segunda-feira indicaram também como Trump mudou sua rota política na guerra da Ucrânia. Desde que assumiu sua segunda gestão à frente da Casa Branca, em janeiro de 2025, o norte-americano vinha indicando uma aproximação com Vladimir Putin, com quem chegou inclusive a ensaiar um acordo de cessar-fogo sem a presença da Ucrânia nas negociações. Em fevereiro, ao receber o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma reunião na Casa Branca, Trump disparou contra o ucraniano: diante da imprensa mundial no Salão Oval, bateu boca e levantou a voz com Zelensky, a quem acusou de querer incitar uma Terceira Guerra Mundial. Após a confusão, a reunião entre os dois chegou a ser cancelada, e Zelensky deixou a Casa Branca antes da hora. Em paralelo, o norte-americano chegou a elogiar Vladimir Putin, mas, aos poucos, começou a demonstrar decepção com o líder russo, após Moscou recusar diversas vezes condições impostas por Washington para um cessar-fogo na Ucrânia. Recentemente, Trump chegou a chamar Putin de inútil e tem criticado bombardeios russos à Ucrânia. Após as declarações de Trump, Kaja Kallas, a chefe da diplomacia da União Europeia, disse a jornalistas que estava satisfeita com a postura mais rígida do presidente dos EUA em relação à Rússia, mas que um ultimato de 50 dias para punir Moscou era "muito longo": "É muito positivo que o presidente Trump esteja adotando uma postura firme contra a Rússia. Por outro lado, 50 dias é um tempo muito longo se considerarmos que estão matando civis inocentes todos os dias".
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