Tarcísio virou articulador da anistia para não ser “Dilma de Bolsonaro”, diz aliado

Avaliação de aliados é a de que Tarcísio terá que aderir cada vez mais ao "modo político" e sair do figurino institucional de governador

Sep 11, 2025 - 03:30
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Tarcísio virou articulador da anistia para não ser “Dilma de Bolsonaro”, diz aliado

O movimento iniciado por Tarcísio de Freitas (Republicanos) na última semana, quando passou a liderar a articulação pela aprovação de um projeto de anistia aos envolvidos na trama golpista e nos atos de 8 de janeiro de 2023, foi lido por aliados como uma “virada política” do governador de São Paulo.

Segundo um importante aliado de Tarcísio, ouvido sob reserva pelo Metrópoles, o chefe do Palácio dos Bandeirantes ainda era visto por parte do mundo político em Brasília como uma espécie de “Dilma de Bolsonaro”, ou seja, o herdeiro eleitoral de um líder popular, mas de perfil técnico e pouco apto a costuras políticas. 10 imagensTarcísio de Freitas na Avenida PaulistaAliado de Bolsonaro, Tarcísio conversa com Moraes durante cerimônia no TSETarcísio e Malafaia em ato a favor de BolsonaroMarcos Pereira e o governador Tarcísio de FreitasTarcísio deve ser candidato à Presidência com apoio de Bolsonaro e parte do CentrãoFechar modal.1 de 10

Valdemar da Costa Neto, Silas Malafaia e Tarcísio de Freitas conversam durante manifestação bolsonarista na Avenida PaulistaSam Pancher/Metrópoles2 de 10

Tarcísio de Freitas na Avenida PaulistaDanilo M. Yoshioka/Metrópoles3 de 10

Aliado de Bolsonaro, Tarcísio conversa com Moraes durante cerimônia no TSEIgo Estrela/ Metrópoles4 de 10

Tarcísio e Malafaia em ato a favor de BolsonaroReprodução5 de 10

Marcos Pereira e o governador Tarcísio de FreitasReprodução6 de 10

Tarcísio deve ser candidato à Presidência com apoio de Bolsonaro e parte do CentrãoPablo Jacob/Governo de SP7 de 10

Tarcísio de Freitas, Ricardo Nunes e Michel Temer participam da Cerimônia de Abertura do 67° Congresso Estadual de MunicípiosPablo Jacob/Governo do Estado de SP8 de 10

Governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), posa ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP)Reprodução/Redes Sociais9 de 10

Tarcísio de Freitas aponta risco de perda de 120 mil empregos em São Paulo devido ao tarifaçoIsabella Finholdt / Metrópoles10 de 10

Ricardo Stuckert

Na avaliação de alguns auxiliares próximos, Tarcísio resistiu durante boa parte do seu mandato às pressões do chamado bolsonarismo raiz para que ele saísse do figurino institucional de governador e aderisse de vez ao “modo político”, com vistas a se cacifar de vez como o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a disputa da Presidência da República em 2026.

Diante disso, Tarcísio viajou a Brasília para atuar diretamente na articulação com lideranças partidárias para viabilizar uma proposta de anistia, função não relacionada a qualquer prerrogativa de governador de estado. A iniciativa motivou um pedido de abertura de impeachment pela oposição na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

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Outro caso emblemático foi o último ato bolsonarista na Avenida Paulista, no domingo (7/9), em que, pela primeira vez, Tarcísio fez ataques diretos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), principal algoz do bolsonarismo.

A ausência de uma postura mais enfática de Tarcísio para pressionar o Supremo contra o julgamento da trama golpista, que tem Bolsonaro como réu por tentativa de golpe de Estado, era criticada pela ala mais radical do bolsonarismo, vocalizada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

“Tarcísio foi para tudo ou nada para ser candidato”, afirma um aliado ao Metrópoles. Ele avalia o movimento do governador como uma vacina contra uma possível hesitação do bolsonarismo na hora da campanha eleitoral, a exemplo do que ocorreu com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na eleição municipal em 2024, quando o influenciador Pablo Marçal (PRTB) por pouco não chega ao segundo turno com o apoio de parte considerável do eleitorado de direita.

O papel de Tarcísio no pleito municipal, por outro lado, quando assumiu o protagonismo da campanha de Nunes no pior momento do emedebista, é valorizado por aliados e lido como um sinal de que o governador possui as habilidades necessárias para fazer costuras políticas, embora ainda no “seu terreno”.

Em reservado, aliados de Tarcísio afirmam que o governador ainda está “aprendendo” a fazer o jogo político em Brasília. Emissários na capital federal relatam ainda certa resistência de deputados federais do Centrão quanto à disposição do afilhado político de Bolsonaro em acomodar quadros desses partidos em uma eventual gestão à frente do Planalto.

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