Trump acusa Rússia e China de testar armas nucleares em segredo

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. ROBERTO SCHMIDT / AFP O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no domingo (2) que países como Rússia e China realizaram testes nucleares subterrâneos secretos e que, por isso, ele pode fazer o mesmo. Trump, no entanto, não forneceu provas para embasar a acusação. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "A Rússia testa [armas nucleares], a China testa, mas eles não falam sobre isso. Por mais poderosos que sejam, este é um mundo grande. Você não necessariamente sabe onde eles estão fazendo os testes (...) Eles fazem testes em locais de grande profundidade, onde as pessoas não sabem exatamente o que está acontecendo", afirmou Trump em entrevista à TV americana "CBS". A fala de Trump à "CBS" foi uma nova acusação à Rússia e à China, rivais nucleares dos EUA, após o presidente americano ter anunciado, na semana passada, que autorizou seu governo a retomar os testes nucleares após mais de 30 anos. A decisão de Trump gerou condenação internacional tanto dos governos russo e chinês quanto por organizações internacionais, como a ONU e a CTBTO, que regula o uso de armas nucleares no mundo. Os EUA e a Rússia estão atualmente em uma escalada de tensões por desavenças sobre a guerra na Ucrânia e testes russos recentes com armas capazes de carregar ogivas nucleares. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O governo chinês desmentiu nesta segunda-feira a afirmação de Trump. O governo russo não se manifestou sobre a fala do presidente americano até a última atualização desta reportagem. "A China sempre aderiu ao caminho de um desenvolvimento pacífico, segue a política de não ser a primeira a usar armas nucleares, defende uma estratégia nuclear de autodefesa e respeita seu compromisso de suspender os testes nucleares", afirmou a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning. Questionado pela "CBS" se planeja que os EUA detonem uma arma nuclear pela primeira vez em mais de três décadas, Trump respondeu: "Estou dizendo que vamos testar armas nucleares como outros países fazem, sim". "Não quero ser o único país que não realiza testes [nucleares]", acrescentou Trump, acrescentando Coreia do Norte e Paquistão à lista de nações que supostamente testam seus arsenais. Os EUA e a Rússia são as duas maiores potências nucleares do mundo e têm mais de cinco mil ogivas nucleares cada, segundo dados divulgados pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês) em janeiro deste ano. A China está expandindo rapidamente seu arsenal e nos últimos cinco anos dobrou seu arsenal nuclear, de 300 ogivas para 600, segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), um think tank americano especializado em guerra. Nenhum país além da Coreia do Norte executou uma detonação nuclear nas últimas décadas. Rússia e China não realizam testes do tipo desde 1990 e 1996, respectivamente. Segundo a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês), seis testes nucleares foram conduzidos no mundo no século XXI. O secretário-executivo da organização, Robert Floyd, afirmou que qualquer teste do tipo seria capaz de desestabilizar a segurança mundial. O Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), que proíbe os testes de armas nucleares, foi assinado por 186 países em 1996, incluindo todas as potências nucleares à época: EUA, Rússia, Reino Unido, França e China —a Coreia do Norte não é signatária. O tratado, no entanto, nunca entrou em vigor. Tensão nuclear Trump ordena que Departamento de Defesa inicie testes com armas nucleares Donald Trump anunciou a retomada dos testes nucleares na quinta-feira passada em suas redes sociais, minutos antes de entrar em uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul. Poucos dias antes, a Rússia anunciou os testes de um novo míssil de cruzeiro com propulsão nuclear, o Burevestnik, e de um drone submarino com propulsão e capacidade nuclear. O secretário de Energia de Trump, Chris Wright, minimizou no domingo a possibilidade de Washington detonar uma explosão nuclear. "Acho que os testes de que estamos falando agora são testes de sistemas. Não são explosões nucleares", declarou Wright em uma entrevista ao canal Fox News. "Estes são o que chamamos de 'explosões não críticas', então você está testando todas as outras partes de uma arma nuclear para garantir que entreguem a geometria apropriada e preparem a explosão nuclear", disse. O governo dos Estados Unidos assinou em 1996 um tratado de proibição total de testes nucleares com fins militares ou civis.

Nov 3, 2025 - 09:00
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Trump acusa Rússia e China de testar armas nucleares em segredo

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. ROBERTO SCHMIDT / AFP O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no domingo (2) que países como Rússia e China realizaram testes nucleares subterrâneos secretos e que, por isso, ele pode fazer o mesmo. Trump, no entanto, não forneceu provas para embasar a acusação. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "A Rússia testa [armas nucleares], a China testa, mas eles não falam sobre isso. Por mais poderosos que sejam, este é um mundo grande. Você não necessariamente sabe onde eles estão fazendo os testes (...) Eles fazem testes em locais de grande profundidade, onde as pessoas não sabem exatamente o que está acontecendo", afirmou Trump em entrevista à TV americana "CBS". A fala de Trump à "CBS" foi uma nova acusação à Rússia e à China, rivais nucleares dos EUA, após o presidente americano ter anunciado, na semana passada, que autorizou seu governo a retomar os testes nucleares após mais de 30 anos. A decisão de Trump gerou condenação internacional tanto dos governos russo e chinês quanto por organizações internacionais, como a ONU e a CTBTO, que regula o uso de armas nucleares no mundo. Os EUA e a Rússia estão atualmente em uma escalada de tensões por desavenças sobre a guerra na Ucrânia e testes russos recentes com armas capazes de carregar ogivas nucleares. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O governo chinês desmentiu nesta segunda-feira a afirmação de Trump. O governo russo não se manifestou sobre a fala do presidente americano até a última atualização desta reportagem. "A China sempre aderiu ao caminho de um desenvolvimento pacífico, segue a política de não ser a primeira a usar armas nucleares, defende uma estratégia nuclear de autodefesa e respeita seu compromisso de suspender os testes nucleares", afirmou a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning. Questionado pela "CBS" se planeja que os EUA detonem uma arma nuclear pela primeira vez em mais de três décadas, Trump respondeu: "Estou dizendo que vamos testar armas nucleares como outros países fazem, sim". "Não quero ser o único país que não realiza testes [nucleares]", acrescentou Trump, acrescentando Coreia do Norte e Paquistão à lista de nações que supostamente testam seus arsenais. Os EUA e a Rússia são as duas maiores potências nucleares do mundo e têm mais de cinco mil ogivas nucleares cada, segundo dados divulgados pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês) em janeiro deste ano. A China está expandindo rapidamente seu arsenal e nos últimos cinco anos dobrou seu arsenal nuclear, de 300 ogivas para 600, segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), um think tank americano especializado em guerra. Nenhum país além da Coreia do Norte executou uma detonação nuclear nas últimas décadas. Rússia e China não realizam testes do tipo desde 1990 e 1996, respectivamente. Segundo a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês), seis testes nucleares foram conduzidos no mundo no século XXI. O secretário-executivo da organização, Robert Floyd, afirmou que qualquer teste do tipo seria capaz de desestabilizar a segurança mundial. O Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), que proíbe os testes de armas nucleares, foi assinado por 186 países em 1996, incluindo todas as potências nucleares à época: EUA, Rússia, Reino Unido, França e China —a Coreia do Norte não é signatária. O tratado, no entanto, nunca entrou em vigor. Tensão nuclear Trump ordena que Departamento de Defesa inicie testes com armas nucleares Donald Trump anunciou a retomada dos testes nucleares na quinta-feira passada em suas redes sociais, minutos antes de entrar em uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul. Poucos dias antes, a Rússia anunciou os testes de um novo míssil de cruzeiro com propulsão nuclear, o Burevestnik, e de um drone submarino com propulsão e capacidade nuclear. O secretário de Energia de Trump, Chris Wright, minimizou no domingo a possibilidade de Washington detonar uma explosão nuclear. "Acho que os testes de que estamos falando agora são testes de sistemas. Não são explosões nucleares", declarou Wright em uma entrevista ao canal Fox News. "Estes são o que chamamos de 'explosões não críticas', então você está testando todas as outras partes de uma arma nuclear para garantir que entreguem a geometria apropriada e preparem a explosão nuclear", disse. O governo dos Estados Unidos assinou em 1996 um tratado de proibição total de testes nucleares com fins militares ou civis.

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