Venda do Ceub avança com suposto aval de R$ 1 bilhão da Caixa

Os mais de três mil processos judiciais e as dívidas que superam R$ 170 milhões não impediram o empresário José Fernando Pinto da Costa de dar andamento ao processo de compra de parte do Centro Universitário de Brasília (Ceub). Avaliado em R$ 329 milhões, o negócio envolve a venda de 34% do patrimônio social da instituição de ensino superior.

Após o Metrópoles revelar o histórico do empresário, que já arrastou e comprometeu outras instituições com as quais fez negócios, ele não se retirou da mesa de negociação. Muito pelo contrário. O empresário tem cumprido uma intensa agenda de reuniões com sócios do Ceub, nas quais, além de prometer mudanças na gestão da instituição, afirma contar com uma fiança bancária da Caixa de três vezes o valor do negócio. Ou seja, de R$ 987 milhões.

A coluna apurou que dois dos nove sócios do Ceub já teriam concordado com a venda para José Fernando. Além do aval bancário, os termos da venda exigem a apresentação de garantia em imóveis. Os bens do empresário, no entanto, estão bloqueados pela Justiça.

O bloqueio de R$ 2 bilhões, inclusive, atingiu a Associação Pestalozzi de Niterói, que teria firmado apenas um contrato de transferência de cursos com a instituição comandada pelo empresário.

Como mostrou o Metrópoles, o processo trata de um programa fraudulento da União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo (Uniesp), entidade de ensino superior de propriedade de José Fernando e com sede no Centro de São Paulo (SP). De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), que abriu o processo contra a instituição, a manobra lesou 49.352 estudantes.

O “Uniesp Paga” prometia aos estudantes contemplados pelo Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) que a faculdade pagaria o financiamento no final do curso, caso o aluno cumprisse algumas obrigações. A promessa, no entanto, não passaria de um golpe.