Vídeos de Bolsonaro são vetados em peça sobre fake news em São Paulo
Grupo de teatro de São José do Rio Preto, no interior de SP, afirmou ter sido censurado com o veto do uso de vídeos com falas de Bolsonaro
Vídeos com falas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram proibidos de ser utilizados em uma peça sobre fake news que aconteceria no Teatro Municipal Nelson Castro, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, no dia 18 de dezembro.
O caso foi exposto nas redes sociais pela professora do grupo, Beta Cunha, que afirmou ter sido censurada. Segundo ela, a proibição veio do próprio Secretário Municipal de Cultura, Robinho Vicente.
A peça fazia parte da apresentação de encerramento de ano do projeto Núcleos Municipais de Cultura.
“Fui chamada pelo diretor do teatro, dizendo que o Secretário de Cultura havia ligado para ele e dito que “estava proibido usar os vídeos no espetáculo”. Nesse momento chegou o Coordenador Pedagógico dos Núcleos, dizendo que o secretário também havia ligado para ele e que não era para passar”, disse Beta, em um post no Instagram.
Em seu post, ela esclareceu que os vídeos eram falas públicas do ex-presidente durante o período da pandemia. “Sobre o que se falou das vacinas, de virar jacaré, da Bomba de Hiroshima. Sobre fake news, enfim”, explicou.
Beta Cunha disse que o aviso da proibição veio cerca de 30 minutos depois de ela ter testado os vídeos na cabine técnica do teatro.
Após o veto, a turma decidiu manter a apresentação em respeito ao público. “A cada momento que teria um vídeo, lia-se a rubrica informando que o mesmo havia censurado”, contou a professora.
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Integrantes do grupo também se manifestaram sobre o ocorrido nas redes sociais. Em um comentário, Fernanda Fernandes, que atuou na peça, disse ter se sentido “profundamente violentada por essa censura”.
“Não se trata apenas de vídeos, é silenciar vozes, apagar corpos, emoções e um trabalho construído ao longo de meses com seriedade e entrega. O que ocorreu foi um desrespeito imperdoável”, disse a atriz.
O Metrópoles pediu um posicionamento para a Secretaria de Cultura de São José do Rio Preto, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto.
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