A corrida para ver quem será o “Bukele brasileiro”

Megaoperação que deixou mais de 100 mortos no Rio de Janeiro deflagrou corrida entre políticos para ver quem será o "Bukele brasileiro"

Nov 7, 2025 - 06:30
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A corrida para ver quem será o “Bukele brasileiro”

Governistas e lideranças da oposição já sabem há tempos que segurança pública será tema prioritário na eleição de 2026, especialmente porque o próprio entorno de Lula já identificou o assunto como uma “fraqueza” do petista.

A máxima foi reforçada pela reação popular à recente operação no Rio de Janeiro. Pesquisa AtlasIntel divulgada na sexta-feira (31/10) mostrou que 55,2% dos brasileiros aprovaram a ação, enquanto 42,3% desaprovaram. 3 imagensColetiva com Governador do Rio, Claudio Castro, o Ministro de Segurança Ricardo Lewandowski sobre resultado da operação Contenção, que aconteceu ontem na Penha, Rio de Janeiro resultando em cerca de 130 mortes.
Nayib Bukele, presidente de El SalvadorFechar modal.1 de 3

Corpos de mortos durante megaoperação no Rio de JaneiroTercio Teixeira/Especial Metrópoles2 de 3

Coletiva com Governador do Rio, Claudio Castro, o Ministro de Segurança Ricardo Lewandowski sobre resultado da operação Contenção, que aconteceu ontem na Penha, Rio de Janeiro resultando em cerca de 130 mortes. Aline Massuca/ Metrópoles3 de 3

Nayib Bukele, presidente de El SalvadorAlex Peña/Getty Images

Com isso, iniciou-se uma corrida para ver quem será o “Bukele brasileiro”. É uma referência ao presidente de El Salvador, Nayib Bukele, que, ao chegar ao poder, decretou estado de exceção e travou uma guerra contra gangues.

Assim como ocorreu com a operação no Rio, as medidas de Bukele despertaram críticas de defensores dos direitos humanos. Mas foram extremamente populares entre a população — a ponto de ele ser reeleito com ampla maioria.

No Brasil, a operação contra o Comando Vermelho fez até mesmo o governo Lula — contrário a práticas de “guerra” no combate à criminalidade — adotar, inicialmente, um tom neutro ao comentar as mais de 120 mortes da ação.

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O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), que pretende disputar o Senado em 2026, viu sua popularidade disparar. Ganhou 900 mil seguidores nas redes sociais e alcançou 40% de avaliação positiva, segundo o Datafolha.

Isso fez com que governadores de direita, incluindo presidenciáveis como Ronaldo Caiado (Goiás) e Romeu Zema (Minas Gerais), fossem ao Rio de Janeiro prestar apoio a Cláudio Castro.

O movimento da bancada bolsonarista

A bancada bolsonarista no Congresso também se movimenta. O líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), protocolou um pedido para viajar a El Salvador e “conhecer” o modelo Bukele de segurança pública.

Não seria a primeira vez. Como mostrou a coluna, uma comitiva bolsonarista já esteve em El Salvador no início de 2024, em uma viagem que custou mais de R$ 100 mil aos cofres da Câmara dos Deputados.

No Senado, já são dois pedidos para visitar El Salvador. O primeiro de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), presidente da Comissão de Segurança. O outro veio de Magno Malta (PL-ES), na CPI do Crime Organizado.

Até mesmo o MBL, que planeja lançar candidato próprio à Presidência em 2026 por meio de seu partido recém-fundado, o Missão, começou a prometer “radicalizar” com o mote “prendeu, matou”.

Bukele passou por cima das leis, retirou juízes da Suprema Corte e o procurador-geral, permitiu prisões sem mandado e viu El Salvador ser classificado como um “estado de exceção”.

A avaliação entre lideranças da oposição é de que a promessa mais popular para as eleições de 2026 no Brasil parece ser fazer o mesmo, se isso melhorar a segurança pública.

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