Alemão pega prisão perpétua por atropelamento em massa
Homem de 40 anos avançou contra multidão em Mannheim, na Alemanha, em março deste ano, matando duas pessoas
O homem que avançou com um carro contra uma multidão na cidade alemã de Mannheim, em março deste ano, foi condenado à prisão perpétua por duplo homicídio e tentativa de homicídio nessa quinta-feira (18/12) pelo Tribunal Regional de Mannheim.
O cidadão alemão, de 40 anos, também será internado por tempo indeterminado em um hospital psiquiátrico. A decisão cabe recurso.
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O caso aconteceu em 3 de março, uma segunda-feira de carnaval. Na ocasião, o motorista avançou a 50 km/h com um veículo Ford contra uma multidão. Em seguida, acelerou fortemente e atingiu intencionalmente vários pedestres, deixando duas pessoas mortas e 14 feridas. A Promotoria Pública e a Polícia Criminal avaliaram que o suspeito não agiu por motivação política, extremista ou religiosa.
Distúrbios psicológicos
A Justiça acatou evidências que indicavam histórico de distúrbios psicológicos do agressor. Segundo as investigações, ele jogou o carro sobre a multidão propositalmente.
“O acontecimento deixou marcas profundas em Mannheim”, disse o juiz presidente Gerd Rackwitz ao anunciar a sentença.
Durante o processo, mais de 50 testemunhas foram ouvidas. Um perito psiquiátrico atestou que o agressor sofre de transtorno de personalidade, o que levaria a uma capacidade de culpa reduzida. No entanto, o diagnóstico não alterou a pena de prisão perpétua.
Entre as vítimas estavam um homem de 54 anos e uma mulher de 83, que morreram no local. O motorista também avançou contra uma mãe e seu filho de dois anos. A mulher foi arremessada contra uma vitrine, a criança caiu do carrinho e sofreu ferimentos na cabeça. Uma idosa atravessava a rua com seu andador quando foi atropelada pelo carro.
No início do processo, o advogado de defesa declarou que seu cliente havia planejado executar o crime em Offenbach, onde vive o pai do homem, ao passar por uma “crise emocional”. Ele sentia forte raiva, dúvidas sobre si mesmo e queria morrer durante a condução, argumentou a defesa.
Taxista bloqueou seu caminho
Após acelerar contra os pedestres o réu tentou dar meia-volta em um beco sem saída, mas foi bloqueado por um taxista, diz a sentença. O réu então disparou com uma pistola de festim contra o para-brisa para intimidar o taxista e fugiu. Ainda segundo as investigações, pouco depois, o agressor disparou a mesma arma contra a própria boca, ficando ferido.
Ao ser encontrado pela polícia, o agressor estava apático, tremia e perdeu a consciência várias vezes. No hospital, afirmou que perdeu o emprego e, com isso, o seguro de saúde, o que o impediu de continuar tomando seus medicamentos.
O juiz afirmou ainda que o homem havia alimentado pouco antes do crime a esperança de um relacionamento com uma mulher 18 anos mais jovem. A rejeição sofrida teria sido “o estopim” para o crime. Ela também depôs como testemunha.
Em cartas a parentes, o homem teria insinuado várias vezes seu plano, movido por ódio e autodesprezo, disse o juiz.
Julgamento de atropelamento em feira de Natal avança
Um juiz da cidade de Magdeburg afirmou que o julgamento de um homem saudita de 51 anos por homicídio e tentativa de homicídio, em decorrência de um ataque ao mercado de Natal da cidade em 2024, seguirá adiante apesar dos esforços do réu para atrasar o processo por meio de uma greve de fome.
Embora o homem tenha admitido ter avançado intencionalmente contra a multidão, matando seis pessoas e ferindo mais de 300, ele vem tentando adiar o julgamento desde novembro. Na quinta-feira, o juiz presidente do tribunal, Dirk Sternberg, declarou o réu inapto para comparecer à corte devido ao seu estado de saúde
O acusado teria perdido uma quantidade significativa de peso, e médicos afirmam que ele corre risco agudo de falência de órgãos. Segundo Sternberg, o julgamento continuará sem a presença do suspeito.
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