Allyson dá calote milionário em empresas terceirizadas e de limpeza urbana

São milhões em dívidas se acumulando com empresas contratadas pela Prefeitura de Mossoró. Entre os maiores débitos que contraiu, o prefeito do município, Allyson Bezerra (UB), deve à empresa Vale Norte, contratada para a limpeza urbana de Mossoró. Só neste ano de 2025, de um empenho de R$ 26,490 milhões, o gestor pagou até agora […]

Jun 3, 2025 - 11:30
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Allyson dá calote milionário em empresas terceirizadas e de limpeza urbana

São milhões em dívidas se acumulando com empresas contratadas pela Prefeitura de Mossoró.

Entre os maiores débitos que contraiu, o prefeito do município, Allyson Bezerra (UB), deve à empresa Vale Norte, contratada para a limpeza urbana de Mossoró. Só neste ano de 2025, de um empenho de R$ 26,490 milhões, o gestor pagou até agora R$ 13,5 milhões. O contrato anual tem valor global de R$ 40 milhões. À Clarear, empresa de terceirização de mão de obra, com quem firmou contrato de quase R$ 32 milhões para serviço em 2025, Allyson Bezerra até agora só pagou R$ 9,164 milhões. Os dados são do Portal da Transparência da Prefeitura de Mossoró.

O prefeito já fez duras críticas à governadora Fátima Bezerra (PT) pela falta de pagamentos do Governo do RN. Em entrevista no dia 11 de abril ao Diário do RN e à 98 FM, ele justificou seu posicionamento político-eleitoral de oposição à governadora: “Eu vou fazer uma defesa da saúde pública do Estado, sabendo que nesse momento estão os corredores do Tarcísio Maia em Mossoró e do Walfredo Gurgel aqui em Natal lotados, terceirizados sem receber, médicos com cinco meses de atraso. Como é que eu ia fazer uma defesa dessas?”, questionou, na ocasião, o mesmo gestor que, além das dívidas de 2025, também deixou débitos com empresas terceirizadas referentes a contratos de 2024.

Do ano passado, ele trouxe para 2025 uma dívida própria de mais de 100 milhões de reais. Empenhou em 2024 R$ 1.443.646.934,46, mas ao final dos 12 meses pagou R$ 1.297.757.689,32, deixando de restos a pagar, em valor exato, R$ 133.924.608,66. Mesmo reeleito, Allyson deixou uma dívida para seu novo mandato de quase R$ 150 milhões.

De 2024, ele ainda tem dívidas com a empresa Clarear. De janeiro a dezembro de 2024, de um contrato de R$ 42 milhões, ele pagou pouco mais de R$ 34 milhões, deixando uma dívida de cerca de R$ 8 milhões.

Da mesma forma com a Justiz, outra empresa de terceirização de mão de obra. Ele ainda deve mais de R$ 1 milhão referente ao ano passado, cujo contrato foi de R$ 8,4 milhões, mas realizou o pagamento de R$ 7,3 milhões.

Entretanto, os atrasos não seriam exatamente por dificuldade financeira. Há fontes do Diário do RN que afirmam que o atraso nos pagamentos destas empresas ocorreria para asfixiar financeiramente a empresa que não teria entrado no esquema que teria sido determinado por Allyson. O esquema seria do racha em valor de propina cobrado em contratos de obras e serviços públicos da Prefeitura de Mossoró. O mesmo esquema que está sendo investigado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN).

No caso da Vale Norte, por exemplo, ele estaria sufocando a empresa sem o pagamento dos valores em contrato, porque há suspeitas de que o prefeito seja sócio oculto de uma empresa do mesmo ramo que teria como linha de frente, um empresário que já atua na prefeitura no ramo da saúde. A prática estaria forçando a concorrente a quebrar contrato com a Prefeitura para realização de nova contratação com a outra organização.

As informações das fontes que não quiseram ser identificadas complementam, ainda, que no caso de uma das empresas prestadoras de serviço, o gestor estaria forçando o empresário que não teria se submetido ao esquema de rachadinha. Sem pagamento em dia, o caixa da empresa não tem como honrar os compromissos com os funcionários, gerando crise e cobrança permanente, provocando a ideia de que o melhor é abrir mão do contrato do que permanecer com o problema.

Uma destas fontes conversou com a reportagem do Diário do RN.

“Hoje a dificuldade de prestar um bom serviço em Mossoró passa pela boa vontade dos gestores da própria Prefeitura municipal, quando maltrata os prestadores de serviços, criando obstáculos administrativos nas liberações dos pagamentos, realizando as liquidações e medições a conta gotas, sem falar que maltratam essas empresas, principalmente de mão de obra, quando não reconhecem o direito e o instituto do reajuste contratual e/ou repactuação contratual”, afirmou o empresário.

Segundo a fonte, os serviços estão sendo prestados sem reajustes há cerca de dois anos, o que prejudica as empresas no pagamento dos salários dos trabalhadores.

“As empresas estão prestando serviços sem seus reajustes desde 2023, ou seja, as empresas estão pagando salários de 2025 reajustados aos empregados, mas a prefeitura maltrata pagando sob valores de 2023. Quer quebrar uma empresa com qual intuito? E quando uma empresa atrasa seus salários, qual é a culpa? Da empresa? Como fica a exequibilidade desses contratos?”, questiona.

Allyson paga dívida de Rosalba a empresa que teria participado de esquema
Se por um lado, o prefeito adota a prática com empresas contratadas por ele, diferentemente é a atuação com empresa contratada pela ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP), quando assumiu a gestão municipal de Mossoró em 2021.

A A&C Construções e Serviços Eireli teve o total pago, de janeiro a dezembro de 2021, de R$ 5.517.859,85, referente a contas atrasadas da gestão de Rosalba, pagos por Allyson no primeiro ano de sua gestão. A empresa é aquela que está envolvida nas denúncias de rachadinha de propina das obras públicas em Mossoró, e que vêm sendo investigadas pelo MPRN.

Allyson Bezerra não pagou kits escolares de 2025

Amplamente divulgado nas redes sociais da Prefeitura e em blogs de Mossoró, a entrega do material escolar à rede municipal de ensino aconteceu no dia 25 de março. Nesta data, foi entregue parte dos kits aos estudantes, numa realização festejada pela gestão municipal.

Entretanto, o pagamento dos kits não foi realizado em sua totalidade e a empresa que forneceu os tênis ainda não recebeu qualquer pagamento. A empresa NKS Importações e Exportações Indústria e Comércio de Calçados Ltda forneceu os tênis escolares numa compra no valor de R$ 286.324,50. O pagamento ainda não foi feito.

Já os kits escolares, compostos de caderno, caderno de desenho, lápis, canetas, giz de cera, coleção de lápis de cor e lápis hidrocor, foram comprados à empresa Alea Comercial Ltda, por R$ 758.906,89. No entanto, só foram pagos até agora R$ 219.343,38. A compra é descrita no Portal da Transparência como ‘Aquisição e distribuição de fardamento e material escolar do ensino fundamental’. Além dos kits, Allyson propagou que o material é completo com a mochila, o tênis, o fardamento e o moletom.

Ao contrário dos casos citados, em que os pagamentos não seriam realizados por pressão política, não há explicação para o débito com valores de menor expressão pela gestão de Allyson.

Publicado em Diário do RN

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