Ataque dos EUA ao Irã é inédito desde 1979; comentaristas analisam
Presidente americano disse que aeronaves americanas já estão fora do espaço aéreo iraniano. Irã confirma ataque à sua principal unidade nuclear. Os Estados Unidos entraram na guerra entre Israel e Irã ao bombardear, neste sábado (21) três instalações nucleares iranianas. O Irã confirmou os ataques. O ataque foi confirmado pelo presidente Donald Trump. A operação acontece após uma semana de combates aéreos entre Israel e Irã. Nos últimos dias, Israel já tinha anunciado uma operação para destruir alvos nucleares iranianos. O Irã retaliou com mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. Ataque inédito Para o comentarista da TV Globo e da GloboNews Guga Chacra, é um momento histórico. Guga Chacra: 'É a primeira vez que os EUA bombardeiam o Irã desde 1979' “É a primeira vez que os Estados Unidos bombardeiam o território iraniano desde o rompimento das relações entre os dois países na Revolução Islâmica de 1979.” Ele aponta que, dentre todos os presidentes que passaram pela Casa Branca desde o final da década de 1970, nunca houve um ataque ao território iraniano dessa magnitude. Contudo, o comentarista afirma que Trump não pretende uma guerra aberta e nem uma mudança de regime, como aconteceu com o Iraque. “Foi um bombardeio pontual. As forças dos EUA já saíram e Trump pediu para o Irã encerrar o conflito. Ele tenta agradar tanto os falcões, que defendem o ataque ao Irã, quanto a ala isolacionista, que não quer repetir os erros do Iraque e do Afeganistão. A ideia é evitar que milhares de americanos morram num conflito que, no fim, não leve a nada.” Chacra afirma que o Irã pode responder ao ataque de algumas maneiras: "O Irã pode optar por não fazer nada, o que seria uma capitulação humilhante para o regime. Ou pode escalar — atacando bases americanas no Catar ou no Bahrein, o que é arriscado. Há também o Iraque, onde há tropas americanas e milícias xiitas aliadas do Irã. Esses grupos podem agir como resposta indireta. Foi assim em 2020, quando os EUA mataram o general Qassem Soleimani. O Irã retaliou com ataques dentro do Iraque." 'Não faz sentido atacar e depois divulgar mensagem de paz' O comentarista da GloboNews Marcelo Lins que ainda há incerteza sobre os próximos passos do conflito após o ataque americano porque, segundo ele, "o que Donald Trump diz não se escreve" e que a decisão dele pode ser vista como "irresponsável". "Dias atrás, Trump havia declarado que esperaria até a semana que vem para decidir sobre a entrada dos EUA no conflito. O que Trump diz não se escreve." Há também, para ele, uma contradição em tudo o que Trump diz e age: "Não faz sentido atacar com tamanha força e, ao final, divulgar nas redes sociais a mensagem: ‘É hora da paz’." Lins também afirma que pode ser iniciada uma guerra aberta. "As características cada vez mais se desenham como uma guerra aberta: uma potência militar ataca outra que não a atacou diretamente. A decisão americana é ousada e pode, a depender da resposta iraniana, ser vista como irresponsável." Ainda, por mais que o Irã não ataque os EUA, isso pode gerar uma onda de ações indiretas contra o país. "O ataque pode provocar uma onda de ações indiretas do Irã — com milícias, grupos armados e atentados. Não faltam alvos americanos no Oriente Médio: bases militares, embaixadas, escolas internacionais. Também há o risco de alvos israelenses e até ataques contra comunidades judaicas no exterior." O comentarista afirma que, se de fato os EUA atacaram usinas nucleares iranianas, há risco de contaminação. "Se o ataque atingiu de fato instalações como Fordow, com material radioativo, há risco de vazamento e nuvem radioativa." Recado foi dado Nelson Franco Jobim, mestre em relações internacionais, explica que os EUA já estavam no conflito mas apenas ajudando Israel a se defender. Agora, a questão é como o Irã vai retaliar. "O recado foi: 'fizemos o que Israel não pode fazer — agora é hora de negociar'. Se o Irã atacar soldados norte-americanos no Oriente Médio, os EUA devem entrar com força total na guerra. Essa é a sinalização que Trump deu." Trump diz que fez ataques a usina nuclear iraniana


Presidente americano disse que aeronaves americanas já estão fora do espaço aéreo iraniano. Irã confirma ataque à sua principal unidade nuclear. Os Estados Unidos entraram na guerra entre Israel e Irã ao bombardear, neste sábado (21) três instalações nucleares iranianas. O Irã confirmou os ataques. O ataque foi confirmado pelo presidente Donald Trump. A operação acontece após uma semana de combates aéreos entre Israel e Irã. Nos últimos dias, Israel já tinha anunciado uma operação para destruir alvos nucleares iranianos. O Irã retaliou com mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. Ataque inédito Para o comentarista da TV Globo e da GloboNews Guga Chacra, é um momento histórico. Guga Chacra: 'É a primeira vez que os EUA bombardeiam o Irã desde 1979' “É a primeira vez que os Estados Unidos bombardeiam o território iraniano desde o rompimento das relações entre os dois países na Revolução Islâmica de 1979.” Ele aponta que, dentre todos os presidentes que passaram pela Casa Branca desde o final da década de 1970, nunca houve um ataque ao território iraniano dessa magnitude. Contudo, o comentarista afirma que Trump não pretende uma guerra aberta e nem uma mudança de regime, como aconteceu com o Iraque. “Foi um bombardeio pontual. As forças dos EUA já saíram e Trump pediu para o Irã encerrar o conflito. Ele tenta agradar tanto os falcões, que defendem o ataque ao Irã, quanto a ala isolacionista, que não quer repetir os erros do Iraque e do Afeganistão. A ideia é evitar que milhares de americanos morram num conflito que, no fim, não leve a nada.” Chacra afirma que o Irã pode responder ao ataque de algumas maneiras: "O Irã pode optar por não fazer nada, o que seria uma capitulação humilhante para o regime. Ou pode escalar — atacando bases americanas no Catar ou no Bahrein, o que é arriscado. Há também o Iraque, onde há tropas americanas e milícias xiitas aliadas do Irã. Esses grupos podem agir como resposta indireta. Foi assim em 2020, quando os EUA mataram o general Qassem Soleimani. O Irã retaliou com ataques dentro do Iraque." 'Não faz sentido atacar e depois divulgar mensagem de paz' O comentarista da GloboNews Marcelo Lins que ainda há incerteza sobre os próximos passos do conflito após o ataque americano porque, segundo ele, "o que Donald Trump diz não se escreve" e que a decisão dele pode ser vista como "irresponsável". "Dias atrás, Trump havia declarado que esperaria até a semana que vem para decidir sobre a entrada dos EUA no conflito. O que Trump diz não se escreve." Há também, para ele, uma contradição em tudo o que Trump diz e age: "Não faz sentido atacar com tamanha força e, ao final, divulgar nas redes sociais a mensagem: ‘É hora da paz’." Lins também afirma que pode ser iniciada uma guerra aberta. "As características cada vez mais se desenham como uma guerra aberta: uma potência militar ataca outra que não a atacou diretamente. A decisão americana é ousada e pode, a depender da resposta iraniana, ser vista como irresponsável." Ainda, por mais que o Irã não ataque os EUA, isso pode gerar uma onda de ações indiretas contra o país. "O ataque pode provocar uma onda de ações indiretas do Irã — com milícias, grupos armados e atentados. Não faltam alvos americanos no Oriente Médio: bases militares, embaixadas, escolas internacionais. Também há o risco de alvos israelenses e até ataques contra comunidades judaicas no exterior." O comentarista afirma que, se de fato os EUA atacaram usinas nucleares iranianas, há risco de contaminação. "Se o ataque atingiu de fato instalações como Fordow, com material radioativo, há risco de vazamento e nuvem radioativa." Recado foi dado Nelson Franco Jobim, mestre em relações internacionais, explica que os EUA já estavam no conflito mas apenas ajudando Israel a se defender. Agora, a questão é como o Irã vai retaliar. "O recado foi: 'fizemos o que Israel não pode fazer — agora é hora de negociar'. Se o Irã atacar soldados norte-americanos no Oriente Médio, os EUA devem entrar com força total na guerra. Essa é a sinalização que Trump deu." Trump diz que fez ataques a usina nuclear iraniana
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