Áudio: antes de ser morto, Matuê, chefe do CV, fez tribunal do crime
Após a gravação, a vítima nunca mais foi vista. O sumiço do rival esteja ligado à determinação da cúpula do CV para eliminar rivais

Audios exclusivos obtidos pela coluna Na Mira, revelam bastidores da guerra entre facções criminosas no Rio de Janeiro. Nas gravações, Ygor Freitas de Andrade, conhecido como Matuê, apontado como puxador de guerra do Comando Vermelho (CV), conversa com Carlos da Costa Neves, o Gardenal, integrante da cúpula da facção, sobre o futuro de um rival identificado apenas como “Cowboy”.
Em um dos áudios, Matuê descreve a situação de forma direta: “nós veio dar um papo tranquilo no cara, o cara tá tudo arrogante, querendo pegar o vapor, querendo pegar o gerente, querendo pegar uma caça do Tiriça. Traduzindo: tá sentado, sentado aqui no banheiro”, disse.
Após a gravação, Cowboy nunca mais foi visto. Investigadores acreditam que o sumiço do rival esteja ligado à determinação da cúpula do CV em ampliar seu domínio e eliminar opositores.
Ouça a gravação:
Morte de Matuê
Na manhã desta quinta-feira (9/10), a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) deflagrou uma operação no Campinho, Zona Sudoeste da capital, com o objetivo de cumprir mandados de prisão contra lideranças do tráfico.
A ação, que contou com agentes da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE-CAP), resultou na morte de Matuê e dois de seus seguranças.
O criminoso era chefe do tráfico nas comunidades da Gardênia Azul e Cidade de Deus, além de integrar a chamada “equipe sombra”, facção ligada ao traficante Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW. Matuê era apontado como peça central na disputa sangrenta pelo controle do tráfico em Jacarepaguá.
Alvo prioritário
Com a morte de Matuê, as atenções da polícia se voltam para Gardenal, considerado um dos homens fortes da facção. Aos 29 anos, ele já responde a sete mandados de prisão por crimes como tráfico, associação criminosa e homicídios.
De acordo com informações obtidas pela Na Mira, Gardenal vem oferecendo R$ 5 mil por cada miliciano morto como forma de acelerar a ofensiva contra grupos rivais. Ele atua principalmente na Vila Cruzeiro, no Quitungo e no Guaporé, comunidades da Zona Norte, e é homem de confiança de Edgar Alves de Andrade, o “Doca da Penha” ou “Urso”, liderança histórica do CV.
Atualmente, Gardenal é considerado foragido da Justiça.
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