Azul tomba na Bolsa com diluição após nova oferta de ações. Entenda

A forte queda nos papéis da Azul se deve à reação inicial negativa do mercado à forte diluição dos acionistas decorrente de oferta de ações

Dezembro 26, 2025 - 13:30
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Azul tomba na Bolsa com diluição após nova oferta de ações. Entenda

As ações da Azul, uma das três principais companhias aéreas do Brasil, registravam forte queda no pregão desta sexta-feira (26/12) da Bolsa de Valores do Brasil (B3), liderando as perdas da última sessão da semana.

Por volta das 12h20 (pelo horário de Brasília), os papéis da Azul desabavam 35,38% e eram cotados a R$ 2.197,00.

Um pouco mais tarde, às 12h37, as ações da companhia aérea tombavam 33,82%, a R$ 2.250,00.

O que explica a derrocada das ações da Azul

A forte queda nos papéis da Azul se deve à reação inicial negativa do mercado à forte diluição dos acionistas decorrente de uma nova oferta pública de distribuição primária anunciada pela empresa.

Uma oferta pública de distribuição é o processo de colocação, junto ao público, de certo número de títulos e valores mobiliários para venda.

Ela envolve desde o levantamento das intenções do mercado em relação aos valores mobiliários ofertados até a efetiva colocação junto ao público, incluindo a divulgação de informações, o período de subscrição, entre outras etapas.

A operação anunciada pela Azul envolve a emissão de 723,9 bilhões de novas ações ordinárias e 723,9 bilhões de novas ações preferenciais.

O preço por ação foi fixado em R$ 0,00013527 para ações ordinárias e R$ 0,01014509 para ações preferenciais. O valor total estimado é de R$ 7,44 bilhões.

De acordo com comunicado da Azul, a subscrição será feita em cestas: 1 milhão de ações ordinárias por R$ 135,27 ou 10 mil ações preferenciais por R$ 101,45.

Na prática, a oferta de ações tem o objetivo de viabilizar a capitalização compulsória das dívidas da companhia por meio da conversão de títulos emitidos no exterior em ações.

Os acionistas terão direito de prioridade, com datas de corte definidas em 19 e 30 de dezembro de 2025. O período de subscrição prioritária acontecerá entre os dias 23 de dezembro de 2025 e 5 de janeiro de 2026.

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As novas ações devem ser negociadas na B3 a partir do dia 8 de janeiro, com liquidação em 9 de janeiro e crédito das ações e dos bônus em 12 de janeiro de 2026.

No pregão da última terça-feira (23/12), o último antes da parada de dois dias para o Natal, as ações da Azul fecharam cotadas a R$ 3.400,00, o que representou um valor unitário de R$ 0,34 – um recuo de 58,02% em relação ao preço de fechamento de segunda-feira (22/12).

O que é diluição dos acionistas

A Azul está mais próxima de sair da recuperação judicial em breve, segundo avaliação predominante no mercado.

O Bradesco BBI espera que a companhia aérea tenha um balanço mais organizado após o encerramento do processo, com a diminuição da dívida total após conversão em ações e novos aportes de capital. Por outro lado, segundo analistas do mercado, é esperada uma diluição massiva dos acionistas minoritários.

A diluição de acionistas é a redução da porcentagem de participação de um acionista na empresa devido à emissão de novas ações – o que aumenta o número total de ações e, consequentemente, diminui o poder de voto e a fatia nos lucros de cada acionista antigo, mesmo que o valor total do patrimônio possa crescer.

Avanço da recuperação judicial nos EUA

No último dia 12, a Azul informou ao mercado que a Justiça dos Estados Unidos aprovou o plano de recuperação judicial apresentado pela empresa no âmbito do Chapter 11 – mecanismo equivalente à recuperação judicial no Brasil.

Segundo a companhia, a proposta recebeu mais de 90% de aprovação em todas as classes de credores habilitados a votar.

Com a confirmação do plano, a Azul avança no processo iniciado em maio deste ano, quando ingressou com o pedido na Justiça norte-americana para reorganizar suas obrigações financeiras. A empresa foi a última, entre as principais companhias aéreas brasileiras, a recorrer ao Chapter 11.

De acordo com a Azul, a reestruturação prevê uma redução superior a US$ 3 bilhões em dívidas, além de cortes em obrigações relacionadas a arrendamentos de aeronaves, despesas com juros anuais e custos recorrentes da frota.

Em comunicado ao mercado, a empresa afirmou que o plano aprovado inclui acordos comerciais e alterações em contratos de leasing de aeronaves, medidas que, segundo a avaliação da própria companhia, ampliam a flexibilidade financeira no longo prazo e criam condições para um crescimento considerado sustentável após a saída do processo.

Outro ponto central da reestruturação é a previsão de uma oferta pública de ações que pode alcançar até US$ 950 milhões. A operação está dividida em etapas e envolve, entre outros aspectos, a conversão de créditos de determinados credores em participação acionária na empresa.

No fim de maio, a Azul entrou com um pedido de recuperação judicial nos EUA, por meio do chamado Chapter 11 – mecanismo jurídico que permite a reorganização de dívidas de empresas em dificuldades financeiras.

A empresa optou pelos EUA por considerar a legislação do país mais flexível e também porque a maioria de seus credores é estrangeira – e grande parte dos contratos com os fornecedores têm como foro o estado de Nova York.

Segundo as estimativas da Azul, a saída da recuperação judicial deve ocorrer já no início de 2026.

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