Benjamin Netanyahu lança projeto de colonização na Cisjordânia
O projeto envolve a construção de 3.400 unidades habitacionais na área conhecida como E1, entre Jerusalém e Maalé Adumim

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou na quinta-feira (11/9) que não permitirá a criação de um Estado palestino, durante uma cerimônia de assinatura de um grande projeto de colonização em Maalé Adumim, uma colônia israelense situada a leste de Jerusalém.
“Vamos cumprir nossa promessa: não haverá Estado palestino, este lugar nos pertence”, afirmou, em evento transmitido ao vivo por seu gabinete. Ele também anunciou planos para dobrar a população da cidade.
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O projeto envolve a construção de 3.400 unidades habitacionais na área conhecida como E1, entre Jerusalém e Maalé Adumim. A iniciativa, há anos paralisada por pressão internacional, foi retomada com apoio do ministro das Finanças Bezalel Smotrich, figura da extrema-direita, que também defende a anexação da Cisjordânia.
A proposta provocou forte reação internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o plano, alertando que ele ameaça a viabilidade de um Estado palestino contíguo e representa uma “ameaça existencial” à solução de dois Estados. A Autoridade Palestina classificou a medida como mais um passo na “anexação progressiva” da Cisjordânia.
A colonização da Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, prosseguiu sob todos os governos israelenses, mas se intensificou sob o atual Executivo, especialmente após o início da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Atualmente, cerca de três milhões de palestinos vivem na Cisjordânia, ao lado de aproximadamente 500 mil colonos israelenses, em assentamentos considerados ilegais pelo direito internacional.
Reconhecimento do Estado da Palestina
Diante da escalada, países como França, Austrália, Canadá e Bélgica anunciaram que pretendem reconhecer oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral da ONU, que ocorre até o fim de setembro. O Reino Unido também sinalizou apoio à medida, condicionando-a a um cessar-fogo em Gaza e a compromissos concretos por parte de Israel.
Enquanto isso, ministros israelenses de extrema-direita continuam a defender abertamente a anexação total da Cisjordânia, aumentando a tensão diplomática e o risco de novos confrontos na região.
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