Bilionário anti-imigração vence eleição parlamentar na Tchéquia
Bilionário Andrej Babiš é ex-primeiro-ministro da República Tcheca. Empresário prometeu fortalecer o campo populista e anti-imigração

O bilionário Andrej Babiš, ex-primeiro-ministro da República Tcheca, volta, neste sábado (4/10) ao centro do poder político europeu após a vitória de seu partido, o Ação dos Cidadãos Insatisfeitos (ANO), nas eleições parlamentares realizadas neste fim de semana.
Com 34,7% dos votos, o movimento populista superou a coalizão governista Spolu, do atual premiê Petr Fiala, que obteve cerca de 23,2%, segundo dados do Escritório de Estatísticas tcheco.
“Os cidadãos nos deram um mandato claro para mudar o rumo do país”, afirmou Babiš após o anúncio dos resultados. “Vamos trabalhar para reconstruir a economia, reduzir impostos e proteger as famílias tchecas.”
Com esse resultado, o ANO tornou-se o maior partido na Câmara dos Deputados, que possui 200 cadeiras. No entanto, o partido não obteve a maioria absoluta, o que significa que Babiš precisará formar uma coalizão para garantir a governabilidade.
Figura controversa na política tcheca, Babiš prometeu o fortalecimento do campo populista e anti-imigração da Europa, além de reduzir o apoio à Ucrânia.
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Durante seu governo como primeiro-ministro, entre 2017 e 2021, ele enfrentou denúncias de corrupção e conflito de interesses, relacionadas ao império empresarial que construiu — o conglomerado Agrofert, com atuação em setores como agricultura, mídia e indústria química.
Ele nega as acusações e tenta se apresentar como um empresário bem-sucedido que “entende os problemas reais” da população. Durante sua campanha, Babiš explorou temas econômicos, prometendo aumentos salariais, cortes de impostos e subsídios para estudantes e famílias jovens.
O discurso encontrou eco em uma população desgastada pela inflação e pela perda do poder de compra em meio a uma forte insatisfação com os custos de vida e com a gestão da coalizão de centro-direita de Fiala, criticada por políticas fiscais rígidas e cortes em programas sociais.
Durante sua gestão anterior, o empresário teve atritos com instituições da União Europeia, que chegaram a suspender parte dos subsídios destinados a suas empresas. Desta vez, ele tenta sinalizar moderação.
“Somos pró-União Europeia e pró-Otan”, chegou a declarar Babiš. Apesar disso, o retorno do empresário ao poder reacende o debate sobre a influência de magnatas na política e o enfraquecimento dos partidos tradicionais no leste Europeu.
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