Bolsas da Europa operam mistas nesta segunda-feira, após ataque dos EUA; petróleo sobe e futuros de NY oscilam

O Parlamento do Irã aprovou neste domingo (22) o fechamento da principal via marítima de transporte mundial de petróleo. Decisão ainda precisa ser aprovada por autoridades de segurança iranianas. 'Fechamento do Estreito de Ormuz vai trazer transtornos para várias regiões do mundo', afirma André Perfeito A maioria das bolsas de valores do mundo operava em queda nesta segunda-feira (23), em meio aos temores de bloqueio do Estreito de Ormuz pelo Irã. No domingo, o Parlamento iraniano aprovou o fechamento da rota marítima, considerada a mais importante do mundo para o transporte do petróleo. A medida ainda precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Khamenei. Mesmo assim, a possibilidade de bloqueio gera preocupação com a oferta global da commodity, pressionando os preços para cima e afetando os mercados. O fechamento de Ormuz é visto como uma retaliação do governo iraniano aos ataques dos Estados Unidos contra três instalações nucleares no país, que marcaram a entrada dos norte-americanos na guerra entre Irã e Israel. A ofensiva representou uma nova escalada no conflito no Oriente Médio. (Entenda mais abaixo) Veja a situação dos índices por volta das 7h40 desta segunda (23), segundo dados da Bloomberg: Estados Unidos Os futuros dos índices de Wall Street, nos Estados Unidos, estavam mistos na manhã desta segunda-feira (23). Perto das 07h40, o S&P 500 e o Nasdaq tinham queda, enquanto o Dow Jones operava em leve alta. Veja abaixo: O S&P 500 tinha queda de 0,22%, aos 5.697,84 pontos. O Nasdaq tinha recuo de 0,51%, aos 19.447, 41 pontos. O Dow Jones tinha alta de 0,08%, aos 42.206,82 pontos. Por lá, investidores seguem à espera da resposta do Irã aos ataques dos EUA às suas instalações nucleares. As preocupações com o possível fechamento do Estreito de Ormuz pelo Irã, uma importante rota de fornecimento de petróleo, seguiam crescentes. Além das ações do setor de energia, que subiam no pré-mercado, acompanhando a alta nos preços do petróleo bruto, as ações de defesa também tinham alta. Europa Os índices acionários europeus também seguiam mistos na manhã desta segunda-feira, em meio à crescente tensão geopolítica depois que os EUA se juntaram a Israel no ataque às instalações nucleares do Irã no fim de semana. Veja abaixo: O FTSE100, de Londres, tinha alta de 0,01%, aos 8.775,67 pontos. O DAX, da Alemanha, tinha queda de 0,33%, aos 23.273,83 pontos. O CAC 40, da França, tinha queda de 0,45%%, aos 7.555,82 pontos. O Ibex 35, da Espanha, tinha queda de 0,10%, aos 13.385,80 pontos. Ásia Os índices asiáticos, por sua vez, fecharam mistos nesta segunda-feira. O índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou em alta de 0,67%. O Nikkei 225, do Japão, fechou em queda de 0,01%. O Kospi, da Coreia do Sul, fechou em queda de 0,24%. O Nifty 50, da Índia, recuava 0,52% O CSI 1000, da China, fechou em alta de 1,31%. Petróleo Os preços do petróleo tinham alta no mercado internacional, conforme investidores repercutiam os possíveis efeitos de uma interrupção no fornecimento da commodity em meio à escalada do conflito no Oriente Médio. O barril de petróleo tipo Brent (referência global) subia 0,86%%, cotado a US$ 77,67. O petróleo WTI (referência nos EUA) avançava 0,88%, cotado a US$ 74,49. O centro das atenções é o Estreito de Ormuz, responsável pelo fluxo de cerca de 20% de todo o petróleo comercializado globalmente. Além disso, a rota marítima é crucial para o transporte de gás natural liquefeito (GNL), com iguais 20% do comércio mundial. O fechamento da rota pode afetar a oferta da commodity no mercado global, fazendo o preço do barril de petróleo disparar. Há ainda efeitos na inflação: com o petróleo mais caro, sobem os preços de energia e transportes, com reflexos nos custos de alimentos e insumos industriais. “Ações pontuais que afastem petroleiros fazem mais sentido do que fechar completamente o Estreito de Ormuz, já que isso também interromperia as exportações de petróleo do próprio Irã”, disse à agência Reuters Vivek Dhar, analista de commodities do Commonwealth Bank da Austrália. “Em um cenário em que o Irã opte por atrapalhar seletivamente o tráfego no estreito, vemos o Brent chegando a pelo menos US$ 100 por barril", acrescenta. Estreito de Ormuz Arte/g1 Alta nos preços Para o economista André Perfeito, os preços do petróleo podem subir, incialmente, cerca de 20% em caso de fechamento do Estreito de Ormuz, chegando a uma cotação próxima de US$ 92 o barril. Segundo ele, os preços devem disparar ainda mais caso o conflito se estenda ao longo dos próximos dias. Nesse caso, o economista estima que o barril poderá avançar até 40%, acima de US$ 110. Seria um nível próximo ao pico de 2022, quando se intensificaram os conflitos entre Rússia e Ucrânia. No início do conflito entre Israel e Irã, analistas do JPMorgan chegaram a afirmar que, no pior cenário, o fechamento do estreito ou uma retaliação por parte dos principais produtores de petróleo da região poderia elevar os preços para a faixa de US$ 120

Jun 23, 2025 - 09:30
 0  0
Bolsas da Europa operam mistas nesta segunda-feira, após ataque dos EUA; petróleo sobe e futuros de NY oscilam

O Parlamento do Irã aprovou neste domingo (22) o fechamento da principal via marítima de transporte mundial de petróleo. Decisão ainda precisa ser aprovada por autoridades de segurança iranianas. 'Fechamento do Estreito de Ormuz vai trazer transtornos para várias regiões do mundo', afirma André Perfeito A maioria das bolsas de valores do mundo operava em queda nesta segunda-feira (23), em meio aos temores de bloqueio do Estreito de Ormuz pelo Irã. No domingo, o Parlamento iraniano aprovou o fechamento da rota marítima, considerada a mais importante do mundo para o transporte do petróleo. A medida ainda precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Khamenei. Mesmo assim, a possibilidade de bloqueio gera preocupação com a oferta global da commodity, pressionando os preços para cima e afetando os mercados. O fechamento de Ormuz é visto como uma retaliação do governo iraniano aos ataques dos Estados Unidos contra três instalações nucleares no país, que marcaram a entrada dos norte-americanos na guerra entre Irã e Israel. A ofensiva representou uma nova escalada no conflito no Oriente Médio. (Entenda mais abaixo) Veja a situação dos índices por volta das 7h40 desta segunda (23), segundo dados da Bloomberg: Estados Unidos Os futuros dos índices de Wall Street, nos Estados Unidos, estavam mistos na manhã desta segunda-feira (23). Perto das 07h40, o S&P 500 e o Nasdaq tinham queda, enquanto o Dow Jones operava em leve alta. Veja abaixo: O S&P 500 tinha queda de 0,22%, aos 5.697,84 pontos. O Nasdaq tinha recuo de 0,51%, aos 19.447, 41 pontos. O Dow Jones tinha alta de 0,08%, aos 42.206,82 pontos. Por lá, investidores seguem à espera da resposta do Irã aos ataques dos EUA às suas instalações nucleares. As preocupações com o possível fechamento do Estreito de Ormuz pelo Irã, uma importante rota de fornecimento de petróleo, seguiam crescentes. Além das ações do setor de energia, que subiam no pré-mercado, acompanhando a alta nos preços do petróleo bruto, as ações de defesa também tinham alta. Europa Os índices acionários europeus também seguiam mistos na manhã desta segunda-feira, em meio à crescente tensão geopolítica depois que os EUA se juntaram a Israel no ataque às instalações nucleares do Irã no fim de semana. Veja abaixo: O FTSE100, de Londres, tinha alta de 0,01%, aos 8.775,67 pontos. O DAX, da Alemanha, tinha queda de 0,33%, aos 23.273,83 pontos. O CAC 40, da França, tinha queda de 0,45%%, aos 7.555,82 pontos. O Ibex 35, da Espanha, tinha queda de 0,10%, aos 13.385,80 pontos. Ásia Os índices asiáticos, por sua vez, fecharam mistos nesta segunda-feira. O índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou em alta de 0,67%. O Nikkei 225, do Japão, fechou em queda de 0,01%. O Kospi, da Coreia do Sul, fechou em queda de 0,24%. O Nifty 50, da Índia, recuava 0,52% O CSI 1000, da China, fechou em alta de 1,31%. Petróleo Os preços do petróleo tinham alta no mercado internacional, conforme investidores repercutiam os possíveis efeitos de uma interrupção no fornecimento da commodity em meio à escalada do conflito no Oriente Médio. O barril de petróleo tipo Brent (referência global) subia 0,86%%, cotado a US$ 77,67. O petróleo WTI (referência nos EUA) avançava 0,88%, cotado a US$ 74,49. O centro das atenções é o Estreito de Ormuz, responsável pelo fluxo de cerca de 20% de todo o petróleo comercializado globalmente. Além disso, a rota marítima é crucial para o transporte de gás natural liquefeito (GNL), com iguais 20% do comércio mundial. O fechamento da rota pode afetar a oferta da commodity no mercado global, fazendo o preço do barril de petróleo disparar. Há ainda efeitos na inflação: com o petróleo mais caro, sobem os preços de energia e transportes, com reflexos nos custos de alimentos e insumos industriais. “Ações pontuais que afastem petroleiros fazem mais sentido do que fechar completamente o Estreito de Ormuz, já que isso também interromperia as exportações de petróleo do próprio Irã”, disse à agência Reuters Vivek Dhar, analista de commodities do Commonwealth Bank da Austrália. “Em um cenário em que o Irã opte por atrapalhar seletivamente o tráfego no estreito, vemos o Brent chegando a pelo menos US$ 100 por barril", acrescenta. Estreito de Ormuz Arte/g1 Alta nos preços Para o economista André Perfeito, os preços do petróleo podem subir, incialmente, cerca de 20% em caso de fechamento do Estreito de Ormuz, chegando a uma cotação próxima de US$ 92 o barril. Segundo ele, os preços devem disparar ainda mais caso o conflito se estenda ao longo dos próximos dias. Nesse caso, o economista estima que o barril poderá avançar até 40%, acima de US$ 110. Seria um nível próximo ao pico de 2022, quando se intensificaram os conflitos entre Rússia e Ucrânia. No início do conflito entre Israel e Irã, analistas do JPMorgan chegaram a afirmar que, no pior cenário, o fechamento do estreito ou uma retaliação por parte dos principais produtores de petróleo da região poderia elevar os preços para a faixa de US$ 120 a US$ 130 por barril. "A reação vai na direção esperada [no início das negociações desta segunda]. Contudo, há a percepção que o Irã não deve escalar [o conflito] e fechar o Estreito de Ormuz. Se isso for verdade, as perdas devem ser limitadas", diz Perfeito. Conflito no Oriente Médio: o papel estratégico do Estreito de Ormuz 'Artéria' do trânsito mundial de petróleo O Estreito de Ormuz conecta o Golfo Pérsico (ao norte) com o Golfo de Omã (ao sul), e "deságua" no Mar da Arábia. Na sua parte mais estreita, a via tem 33 km de largura, com canais de navegação de apenas 3 km em cada direção. Cerca de 20% de todo o consumo mundial de petróleo passam pela rota. Entre o início de 2022 e maio deste ano, fluíram diariamente pelo local de 17,8 a 20,8 milhões de barris por dia de petróleo bruto, condensado ou combustível, segundo a plataforma de monitoramento marítimo Vortexa. Membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque exportam a maior parte do seu petróleo através do estreito, principalmente para a Ásia. Os Emirados Árabes e a Arábia Saudita buscam rotas alternativas para não depender do estreito. O Catar, um dos maiores exportadores mundiais de gás natural liquefeito, envia quase toda sua produção através da rota marítima. Segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA, havia cerca de 2,6 milhões de barris por dia de capacidade ociosa nos oleodutos existentes desses países, que poderiam ser usados para contornar Ormuz (em dados de junho do ano passado). O ataque dos EUA Os EUA atacaram o Irã no sábado (21). O presidente Donald Trump informou que o país bombardeou três instalações nucleares. Em pronunciamento, o republicano disse que os bombardeios foram de grande precisão e que "ou haverá paz ou tragédia para o Irã". "Os EUA fizeram um ataque de alta precisão contra as três principais instalações nucleares do Irã: Fordow, Natanz e Isfahan. Todos guardem esses nomes, porque foi um ataque com o objetivo de destruir a capacidade nuclear iraniana. Para que deixem de ser uma ameaça nuclear e do terror", disse. "Ou haverá paz ou haverá tragédia para o Irã. Que cessem os ataques que vimos nos últimos oito dias. Hoje foi o dia mais difícil de todos, e talvez o mais letal. Mas se a paz não vier rápido, nós vamos continuar atacando com precisão e habilidade", acrescentou. A entrada dos EUA na guerra aconteceu após uma semana de combates aéreos entre Israel e Irã. Nos últimos dias, Israel já tinha anunciado uma operação para destruir alvos nucleares iranianos. O Irã retaliou com mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.

What's Your Reaction?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow

tibauemacao. Eu sou a senhora Rosa Alves este e o nosso Web Portal Noticias Atualizadas Diariamente