Brachycephalus lulai: conheça sapo batizado com o nome do presidente
Com nome científico em homenagem a Lula, o sapinho-abóbora foi encontrado na em local restrito da Serra do Quiriri, em Santa Catarina
Em meio a tantas espécies curiosas que habitam a nossa fauna, cientistas encontraram um novo animal minúsculo, mas chamativo. O anfíbio brasileiro foi batizado de sapinho-abóbora (Brachycephalus lulai). E sim, o “lulai” de seu nome científico é uma homenagem ao atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Em média, o sapinho tem 11 milímetros de tamanho, porém outra característica que chama bastante atenção é sua cor alaranjada bem forte. A espécie foi encontrada na floresta da Serra do Quiriri, na parte que abrange o município de Garuva, em Santa Catarina.
O animal faz parte do gênero Brachycephalus, grupo que possui 35 espécies já catalogadas anteriormente. A descrição liderada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi publicada nessa quarta-feira (10/12) no periódico PLOS One.
“Nossa equipe buscou documentar melhor a variação individual de todas as espécies de Brachycephalus no sul do Brasil, procurando-as em campo nos últimos sete anos. Como resultado deste trabalho, descobrimos e descrevemos aqui uma população coletada na encosta leste da Serra do Quiriri como uma nova espécie, com base em diversas características diagnósticas”, escrevem os autores no artigo.
Além da cor, canto do sapo chama a atenção dos pesquisadores
Os anfíbios minúsculos são encontrados em locais de difícil acesso e apenas em determinadas épocas do ano. Isso dificultou bastante o estudo dos animais, que levou anos para ser concluído.
A cor chamativa já chama bastante atenção, mas o que de fato motivou o estudo do sapinho foi o canto de acasalamento. Ao contrário de outros exemplares do gênero, em busca da atração de uma sapinha para “chamar de sua”, os machos se juntavam e cantavam rapidamente, com apenas duas rajadas curtas de som.
Tomografias computadorizadas e investigações de DNA confirmaram posteriormente que tratava-se de um exemplar não catalogado entre os anfíbios Brachycephalus.
Situação do pequeno sapo
De acordo com os pesquisadores, a situação atual do anfíbio é “pouco preocupante” por não terem sido observados sinais de declínio populacional, além da falta de ameaças futuras. Mesmo assim, são recomendadas ações para evitar problemas com o decorrer dos anos.
“A nova espécie é encontrada próxima a outros anuros endêmicos e ameaçados, justificando a proposta de criação do Refúgio de Vida Silvestre Serra do Quiriri, um tipo específico de Unidade de Conservação de Proteção Integral que não exigiria a desapropriação de terras pelo governo. Essa unidade ajudaria a garantir tanto a manutenção quanto a possível melhoria do estado de conservação dessas espécies”, finalizam os autores.
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