Brasil tem seis filmes em competição no Festival de Cinema de Biarritz
Este ano, o evento terá como grande homenageado o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho

Como todos os anos, o balneário de Biarritz, no litoral sudoeste da França, se transforma no ponto de encontro de atores, diretores, roteiristas, fotógrafos, músicos e amantes do cinema latino-americano.
Deste sábado (20/9) até sexta-feira (26/9), o tradicional Cassino à beira-mar será palco de exibições, encontros acadêmicos e shows incluídos na programação da 34ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano.
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O Brasil participa com seis filmes em competição, além de pré-estreias e sessões especiais. Este ano, o evento terá como grande homenageado o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho.
A programação do Festival de Cinema Latino-Americano de Biarritz 2025 abordará o tema das migrações, assunto explorado tanto na seleção dos filmes participantes, quanto em encontros acadêmicos com o público.
Diretor de longas-metragens como Retratos Fantasmas (2023), Bacurau (2019) e Aquarius (2016), o brasileiro Kleber Mendonça Filho vem a Biarritz apresentar seu novo filme: O Agente Secreto (2025), já premiado em Cannes, que será exibido na sessão de abertura, na noite de sábado.
O filme transporta o espectador para o Brasil de 1977, onde se desenrola a história de Marcelo, um homem que, ao fugir de um passado doloroso, chega ao Recife durante o Carnaval. Kleber Mendonça receberá o “Abraço de Honra” do Festival de Biarritz pelo conjunto de sua obra.
Na mostra competitiva de longa-metragem de ficção, o Brasil será representado por duas produções. O primeiro deles é A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert, que conta a trajetória da catadora de lixo Gal. Para escapar do marido abusivo, ela atravessa São Paulo com os filhos, transformando a fuga em uma suposta aventura. O casal principal é vivido na tela por Shirley Cruz e o cantor Seu Jorge.
Com pré-estreia mundial em Biarritz, o longa As Vitrines, de Flavia Castro, também disputa o prêmio principal.
A história se passa no Chile, em 1973, e retrata o período logo após o golpe de Augusto Pinochet pelo olhar das crianças Pedro e Ana, que se refugiam na embaixada argentina, juntamente com centenas de ativistas de esquerda latino-americanos, enquanto aguardam vistos para deixar o país.
Na categoria documentário, o Brasil é representado pela coprodução franco-brasileira Copan, dirigida por Carine Wallauer, que retrata a rotina no edifício Copan, em São Paulo, símbolo da arquitetura da metrópole, onde convivem moradores de perfis muito distintos.
Este retrato do edifício e seus habitantes revela um país abalado pela corrupção, pelo populismo e por uma democracia em ruínas.
Já Hora do Recreio, de Lúcia Murat, mescla documentário e ficção para abordar a questão da educação no Brasil. Por meio de experiências familiares, os alunos discutem temas que os afetam, como violência, racismo e feminicídio.
Na mostra competitiva de curtas-metragens, mais dois filmes nacionais estão na disputa. Presépio, de Felipe Bibian, conta a história de Dejair, um ex-combatente da resistência contra a ditadura militar no Brasil. Já Samba Infinito, de Leonardo Martinelli, apresenta a trajetória de Ângelo, que percorre as ruas do Rio de Janeiro acompanhando os cortejos carnavalescos. O filme conta com Gilberto Gil no elenco.
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