Cantareira recebe menos da metade da água prevista para outubro

Sistema Cantareira tem recebido cerca de 42% da vazão natural da média histórica de outubro, em meio à ameaça de crise hídrica

Oct 21, 2025 - 03:30
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Cantareira recebe menos da metade da água prevista para outubro

O sistema Cantareira tem recebido menos da metade da água prevista para o mês de outubro e, com isso, vê agravar a situação que levou a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) a determinar, ainda em agosto, a redução de pressão na distribuição realizada pela Sabesp.

Os boletins diários sobre a situação dos reservatórios da Grande São Paulo mostram que, até domingo (19/10), o Cantareira recebeu em outubro 12.360 litros por segundo — apenas 42% da média histórica de 29 mil litros por segundo.

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Na prática, é como se o Cantareira recebesse 575 piscinas olímpicas de água a menos do que deveria por dia em outubro. Essa é a diferença entre a vazão natural da média histórica para o mês em comparação com aquela que, de fato, está acontecendo.

O déficit diário, a diferença entre a quantidade de água que entra naturalmente e aquela que é retirada para abastecer a Grande São Paulo, é semelhante, já que têm sido retirados do reservatório 28.240 litros por segundo. 8 imagensEm 2018, obra transferiu água do Sistema Cantareira para o sistema Jaguari-Atibainha, em Nazaré Paulista. Sistema Cantareira, em SPSP - ABASTECIMENTO/SISTEMA CANTAREIRA - GERAL - Vista da represa reserva Jaguari-Jacareí,  que compõe o Sistema   Cantareira, em Joanópolis, no interior de São Paulo, nesta terça-feira   (02).   02/08/2016 - Foto: LUIS MOURA/PAGOSSabesp vai aumentar horário com pressão de água reduzida em meio à crise hídricaSistema Cantareira, responsável por abastecer a Grande SPFechar modal.1 de 8

Sabesp vai aumentar horário com pressão de água reduzida em meio à crise hídricaDivulgação/Sabesp2 de 8

Em 2018, obra transferiu água do Sistema Cantareira para o sistema Jaguari-Atibainha, em Nazaré Paulista. Governo do Estado de São Paulo/Divulgação3 de 8

Sistema Cantareira, em SPGoverno de São Paulo4 de 8

SP - ABASTECIMENTO/SISTEMA CANTAREIRA - GERAL - Vista da represa reserva Jaguari-Jacareí, que compõe o Sistema Cantareira, em Joanópolis, no interior de São Paulo, nesta terça-feira (02). 02/08/2016 - Foto: LUIS MOURA/PAGOSreprodução/ estadão5 de 8

Sabesp vai aumentar horário com pressão de água reduzida em meio à crise hídricaFernanda Carvalho/Fotos Públicas6 de 8

Sistema Cantareira, responsável por abastecer a Grande SPDivulgação/Alesp7 de 8

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Sistema Cantareira, responsável por abastecer a Grande SPDivulgação/Sabesp

A vazão natural é o quanto de água efetivamente entra no sistema. É uma medida ainda mais precisa para detectar se o reservatório está enchendo do que a pluviometria, a quantidade de chuva que chega à região do reservatório.

Em períodos de seca extrema, boa parte da água da chuva “se perde” antes de chegar ao reservatório. Essa água da chuva acaba, primeiro, encharcando partes ressecadas do solo, antes de chegar efetivamente à represa. Nas últimas semanas, quem passou pela região de Joanópolis, por exemplo, viu gado sobre áreas alagadas pela represa no passado, mas que há muito tempo não recebe água.

Até domingo, o Cantareira tinha apenas 25,1% de sua capacidade total. A situação só não é pior porque o reservatório tem recebido, como reforço, 7.390 litros por segundo do Rio Paraíba do Sul, que também abastece o estado do Rio de Janeiro.

Além do Cantareira, outro reservatório em situação crítica é o Alto Tietê, que tinha apenas 22,9% da capacidade no domingo, e que tem recebido cerca de 3.000 litros por segundo a menos do que a média histórica para outubro.

De forma geral, o Sistema Integrado Metropolitano (SIM), que é a somatória de todos os reservatórios, tinha 29% de seu volume útil no domingo. Em outubro, tem deixado de receber 31 mil litros por segundo, na comparação com a média histórica.

O que diz a Arsesp

A Arsesp, em parceria com a SP Águas, diz que tem acompanhado de forma contínua a situação dos reservatórios e dos recursos hídricos no estado de São Paulo.

“O atual cenário exige atenção e está sendo conduzido com base em protocolos técnicos e preventivos estabelecidos no Plano Estadual de Segurança Hídrica. As medidas adotadas visam preservar os volumes disponíveis e garantir a segurança do abastecimento da população”, diz.

Segundo a agência, a Gestão de Demanda Noturna (GDN) adotada em agosto, por exemplo, gerou uma economia superior a 13 bilhões de litros de água em um mês, reduzindo as perdas físicas de água na rede de distribuição.

“Paralelamente, as agências realizam o monitoramento diário das condições meteorológicas e hidrológicas, permitindo uma atuação preventiva e coordenada entre os órgãos do Governo de São Paulo”, diz

A Arsesp diz que a SP Águas acompanha os investimentos estruturantes que estão sendo realizados e que reforçam a segurança hídrica da região metropolitana de São Paulo. “Até 2027, obras da Sabesp acrescentarão 5.700 litros por segundo ao sistema integrado, incluindo a transferência de água do rio Itapanhaú, a futura interligação Billings –Taiaçupeba, a ampliação e modernização de estações de tratamento e reservatórios e estudos para novas alternativas, como a captação no rio Guaió e projetos de recarga de mananciais.”

O que diz a Sabesp

A Sabesp diz que cumpre as determinações dos órgãos reguladores sobre a operação do Sistema Integrado Metropolitano.

“Atualmente, a empresa aplica a deliberação da Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo) que estabelece a redução noturna da pressão de água na Região Metropolitana de São Paulo das 19h às 5h”, diz.

A empresa também afirma que o Sistema Alto Tietê está recebendo “água nova” da captação no rio Sertãozinho, próximo ao Parque Estadual Serra do Mar, um formador do rio Itapanhaú.

“A água é levada por meio de adutoras e bombas por 9 km até desaguar na represa Biritiba, que faz parte do Alto Tietê. A estrutura está bombeando 300 litros por segundo”, afirma.

Segundo a Sabesp, está sendo instalada a linha de transmissão de energia que permitirá que a estrutura opere em potência máxima. “A entrega está prevista para o primeiro semestre de 2026, adicionando mais 1.700 litros por segundo”, afirma.

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