Carro elétrico é uma realidade no mundo: onde o Brasil está nesta corrida?
A eletrificação do carro trouxe um movimento de ruptura na indústria automobilística. A indústria tradicional, funcionando há mais de 100 anos sobre as mesmas bases e tendo o combustível fóssil como propulsor dos motores que fabricava, de repente foi colocada contra a parede por um concorrente novo, que usa energia limpa e barata como […]


A eletrificação do carro trouxe um movimento de ruptura na indústria automobilística. A indústria tradicional, funcionando há mais de 100 anos sobre as mesmas bases e tendo o combustível fóssil como propulsor dos motores que fabricava, de repente foi colocada contra a parede por um concorrente novo, que usa energia limpa e barata como elemento-chave.
O uso da energia limpa é a grande demanda da atualidade. Afinal, o mundo tem passado por mudanças climáticas extremas, causadas em grande medida pela queima dos combustíveis fósseis altamente poluentes. Sendo assim, o carro elétrico tem sido visto como uma alternativa para a manutenção do transporte individual, sem os problemas ocasionados pelos motores a explosão.
Contudo, os elétricos ainda são cercados de polêmicas: a vida útil da bateria, a autonomia ainda não tão grande, o custo e a acessibilidade das manutenções e ainda a ocupação cada vez maior dos carros chineses, colocando em xeque montadoras gigantes. Algumas dessas questões têm sido contornadas. Países europeus e os Estados Unidos têm investido cada vez mais na instalação de eletropostos para recarga dos elétricos, por exemplo.
Desafios dos elétricos no Brasil
O Brasil, por sua vez, esbarra nessa dificuldade, mas vem acelerando o passo. Eletropostos já podem ser encontrados em cerca de 25% dos municípios brasileiros, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico. O ritmo de instalação tem se acelerado também: fechou o ano de 2024 com cerca de 12 mil, mas agora passou da barreira dos 15 mil eletropostos instalados. Com uma frota um pouco maior que 210 mil carros, são cerca de 14 carros por eletroposto.
Muito embora mais da metade dos veículos elétricos sejam híbridos, ou seja, possuam também um motor a combustão, a baixa autonomia ainda é um problema, principalmente em termos de Brasil, com sua dimensão continental. Hoje, o teto da autonomia gira em torno de 480 km, e o tempo de uma recarga completa, em torno de uma hora.
Por conta disso, viagens longas ainda sofrem com esse entrave. Ainda mais pelo fato de a maioria dos eletropostos estarem concentrados em regiões metropolitanas. Ou seja, visitar cidades afastadas é quase impraticável.
O custo alto de um elétrico também é uma barreira para boa parte da população. Hoje, eles não saem por menos de R$ 100 mil. A baixa produção local e a consequente dependência de importação de peças encarecem o produto, sem contar a demora para que algumas partes específicas cheguem ao país para uma eventual reposição, por exemplo.
A pouca diversidade de modelos também afasta alguns compradores potenciais. Além disso, há diversos mitos, preconceitos e desconfianças que rondam os carros elétricos. Eles vão desde a origem chinesa de algumas marcas até a suspeita de que eles são igualmente poluentes ou então que passam um ar menos masculino, por não estarem associados a elementos como força ou agressividade.
Horizonte promissor
Ainda assim, as vendas vêm mostrando sinais positivos e de franco crescimento. De maio de 2024 para o mesmo mês de 2025, houve um crescimento de quase 35% nos emplacamentos, segundo a ABVE. A isenção de IPVA em alguns estados, a ideia de mais economia em longo prazo e o senso de estar colaborando na diminuição de emissões de gases poluentes são alguns dos motivos por esse crescimento.
Grandes montadoras estão vendo essa movimentação e se posicionando em prol da eletrificação, vendo nela o futuro a ser seguido. Modelos como o Volkswagen Tera, por exemplo, representam essa virada. Pesquisa da PwC mostra que 75% dos consumidores brasileiros pretendem comprar um elétrico até 2029. Sendo assim, este é o momento ideal para que as montadoras invistam mais, barateiem e massifiquem o acesso a essa tecnologia.
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