Casa de câmbio de Copacabana é acusada de lavar dinheiro do CV
Nas redes sociais, a Bella Copa se apresentava como uma empresa respeitável de câmbio, turismo e pacotes de viagem

A Justiça Federal no Rio aceitou a denúncia contra Bruno Curzio da Silva Albanese, dono da Bella Copa Câmbio e Turismo, em Copacabana, e contra seu pai, Luiz Carlos Rufino Albanese, ex-sócio da mesma empresa.
Os dois são acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de participar de um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao traficante Fhilip da Silva Gregório, o Professor, que foi um dos principais chefes do Comando Vermelho (CV) e morreu em junho deste ano.
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Nas redes sociais, a Bella Copa se apresentava como uma empresa respeitável de câmbio, turismo e pacotes de viagem. Mas, segundo o MPF, o local também era usado como fachada para operações milionárias do tráfico internacional de drogas e armas.
A denúncia aponta que, em agosto de 2021, a Bella Copa recebeu R$ 700 mil em espécie de Professor, valor destinado ao pagamento de um traficante paraguaio identificado apenas como Hugo, fornecedor de cocaína da facção.
Mensagens apreendidas pela Polícia Federal mostram que Professor tratava diretamente com Hugo sobre a entrega do dinheiro.
O criminoso chegou a enviar ao traficante uma foto da casa de câmbio em Copacabana como local da transação. Para validar a operação, era usado um “token”: a foto de uma nota de R$ 2, que funcionava como senha entre os envolvidos.
Dias depois, Hugo mandou a Professor uma prestação de contas escrita à mão, confirmando a quitação da dívida de R$ 700 mil.
Conexões empresariais
As investigações também identificaram que, em outubro de 2022, Bruno Albanese usou outra empresa, a Zeropiu Importação, Exportação e Comércio, para transferir R$ 52 mil à RAS Serviços e Cobranças — uma empresa de fachada ligada a Professor e usada para movimentar recursos do tráfico e da venda de fuzis.
O MPF afirma que os Albanese tinham ciência de que suas empresas eram utilizadas para dar aparência de legalidade ao dinheiro do tráfico.
O que dizem os acusados
Em depoimento à Polícia Federal, Bruno negou conhecer tanto Professor quanto Hugo. Ele afirmou nunca ter recebido R$ 700 mil em sua loja e disse só ter ouvido falar de Professor após o caso vir à tona.
Ambos agora respondem por lavagem de dinheiro e estão proibidos de deixar o país, realizar operações de câmbio ou administrar instituições financeiras.
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