Com indireta a Trump, Lula critica “sanções arbitrárias” na ONU
Presidente brasileiro ainda defendeu a legitimidade do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mandou indireta a Trump

Nova York e Brasília — Em discurso na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas às “sanções arbitrárias” e defendeu que “não há justificativa para a agressão contra a independência do Judiciário” no Brasil.
“Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando regra. Existe um evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia”, afirmou Lula.
O discurso acontece apenas um dia após o Governo Trump ampliar as sanções a autoridades brasileiras e ao entorno do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como represália à condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
O presidente brasileiro ainda defendeu a legitimidade do julgamento do ex-presidente Bolsonaro e mandou indireta a Trump, sem citá-lo nominalmente.
“Ex-chefe de estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito foi investigado, indiciado, julgado e responsabilizado pelos seus atos. […] Diante dos olhos do mundo o Brasil deu um recado a todos os candidatos autocratas e aqueles que os apoiam.”
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Além daqueles sancionados pela Lei Magnistky, o governo dos EUA tirou o visto de sete autoridades brasileiras nessa segunda-feira (22/9). As autoridades foram sancionadas porque, na visão dos Estados Unidos, atuaram para impedir a liberdade de expressão ao bloquear perfis de usuários em redes sociais.
Os impactados foram Jorge Messias, advogado-geral da União; José Levi, ex-secretário-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na gestão de Alexandre de Moraes; Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE; Airton Vieira, juiz auxiliar de Moraes no STF.
Também estão na lista Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor eleitoral; Rafael Henrique Tamai Rocha, juiz auxiliar de Moraes; e Cristina Yukiko Kushara, chefe de gabinete de Alexandre de Moraes.
Os parentes imediatos, como cônjuges e filhos, das autoridades acima também tiveram os vistos cancelados.
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