Casal de milionários foi executado com tiros à queima-roupa no peito

Quando foram localizados em sua caminhonete Fiat Toro prata em abril no sítio da família, em São Pedro, interior de São Paulo, os empresários José Eduardo Ometto Pavan, de 69 anos, e Rosana Ferrari, de 61, já estavam mortos, com tiros no peito. Os disparos foram dados à queima-roupa, segundo apurou o Metrópoles, nesta quarta-feira (18/6), junto a fontes ligadas à investigação do caso.

José Eduardo estava na cabine, com as mãos amarradas e levou dois tiros no tórax. Sua esposa foi encontrada na caçamba do veículo, com um disparo na mesma região.

Ambos foram executados, conforme investigação da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba, a mando dos advogados Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira, dos quais as vítimas eram clientes. 10 imagensFechar modal.1 de 10

Além dos advogados, mais dois suspeitos foram presosReprodução/Instagram2 de 10

Suspeitos teriam falsificado documentos para receber R$ 2,8 milhões das vítimasReprodução/Instagram3 de 10

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Advgados foram presos em condomínio de luxoReprodução/Instagram5 de 10

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O casal de empresários  José Eduardo Ometto Pavan, de 69 anos, e Rosana Ferrari, de 61, morto em abril deste ano em São Pedro (SP)Reprodução/EPTV7 de 10

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Casal preso teria encomendado morte das vítimasReprodução/Instagram

Os pistoleiros são Carlos César Lopes de Oliveira, 57 anos, o Cesão — ex motorista particular dos mandantes —, e Edinaldo José Vieira, 54, o Índio.

De acordo com as investigações, o crime foi motivado por questões patrimoniais. O casal de milionários, segundo a polícia, foi vítima de sucessivos golpes aplicados pelos advogados. O total desviado soma cerca de R$ 12 milhões. Antes de encomendar o crime, Hércules e Fernanda teriam fraudado honorários, alegando despesas processuais inexistentes, diz a polícia.

Os advogados foram presos nessa terça-feira (17/6) em São Carlos, também no interior, e os supostos assassinos na Praia Grande, no litoral paulista, em cumprimento a mandados de prisão temporária de 30 dias.

Todos tiveram as prisões confirmadas em audiências de custódia realizadas na manhã desta quarta-feira. A defesa dos acusados não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

Corpos no carro

• Na época do crime, José Eduardo, empresário do agro, e Rosana, dona de uma escola infantil, foram encontrados mortos dentro de uma caminhonete na chácara da família, em São Pedro.
• Desde então, a Deic de Piracicaba iniciou a investigação, na qual constatou que, no dia do crime, um dos investigados foi visto junto com as vítimas, ainda vivas.
• Após anoitecer, o carro dos empresários foi guiado até uma chácara, pertencente ao casal.
• No veículo estavam os corpos de José Eduardo e Rosana.

O empresário José Eduardo era dono de um sítio com plantação de eucaliptos e criação de gado. Ele era um dos herdeiros da família Ometto Pavan, uma das mais tradicionais do ramo açucareiro no Brasil — responsável pela Usina São Martinho, uma das maiores processadoras de cana-de-açúcar do mundo.

Os advogados foram presos pela manhã, durante cumprimento de mandados no Condomínio Damha II, em um bairro nobre de São Carlos, no âmbito da Operação Jogo Duplo, que contou com apoio de helicóptero da Polícia Civil (veja abaixo).

SSP e OAB

Ao Metrópoles, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que policiais civis da Deic de Piracicaba prenderam quatro pessoas.

“As prisões ocorreram durante a Operação Jogo Duplo, que visou o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas cidades de São Carlos e Praia Grande, onde os suspeitos foram localizados”, informou a pasta.

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Também em nota à reportagem, a 30ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Carlos informou estar acompanhando a diligência da Polícia Civil que resultou na prisão dos dois profissionais.

O órgão representativo ressaltou que, por meio de seu Tribunal de Ética e Disciplina (TED), apura infrações que cheguem ao seu conhecimento, “seja por representação ou por fatos divulgados em canais de comunicação”, disse, acrescentando que, “nesse sentido, a Seccional paulista adotará as medidas de apuração cabíveis junto ao seu Tribunal de Ética e Disciplina”.