Cláudio de Castro é o governador mais letal da história do Rio

Vale tudo para se eleger senador 

Oct 29, 2025 - 06:00
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Cláudio de Castro é o governador mais letal da história do Rio

Foi só mais uma investida das forças policiais do Rio contra as forças do crime organizado que controlam áreas crescentes da cidade. A única diferença, desta vez, foi o número de mortos, o maior da história: pelo menos 70, quatro deles policiais, os demais suspeitos de bandidagem. Esse número poderá aumentar.

Quinze policiais saíram feridos. Três civis foram feridos por balas perdidas. Oitenta e uma pessoas presas. Setenta fuzis e 9 motos apreendidos. Registraram-se 35 obstruções de ruas. A população foi aconselhada a permanecer em casa. O lado mais miserável do Rio foi o que mais sofreu. A Zona Sul não viu a guerra.

Vida que segue. Cartões postais intactos. Corpos à espera de enterro. Assunto quente, mas que em breve esfriará. Enquanto isso… À medida que se sucedem de tempos em tempos operações policiais como a de ontem, o crime organizado amplia seus domínios e se fortalece às custas do enfraquecimento do Estado.

É mais do que sabido que esse tipo de combate “não ataca os elos centrais do crime organizado, não rompe as rotas do tráfico de drogas para os países europeus, não desmonta seus mecanismos de lavagem de dinheiro ou de abastecimento de armas”, segundo nota do Instituto Sou da Paz, uma organização sem fins lucrativos.

Além do mais, “gera um acirrado fogo cruzado em áreas densamente habitadas, colocando em risco direto a vida de centenas de milhares de pessoas, em especial da população de baixa renda e predominantemente negra.” Mas para políticos à caça de votos, a receita ainda parece atraente.

O governador bolsonarista Cláudio Castro, aspirante a candidato ao Senado nas eleições de 2026, jogou a culpa de mais uma operação policial fracassada nas costas do Supremo Tribunal Federal e do governo federal. Nas do Supremo porque ele proibiu ações do gênero em favelas. Nas do governo federal…

Bem, porque Castro disse que pediu ajuda, mas que ela não lhe foi dada. Há quase dez meses, ele pediu ao Ministério da Defesa o empréstimo de veículos blindados da Marinha. O empréstimo só seria possível caso houvesse a decretação de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), e para isso ele teria de pedir.

Castro preferiu não pedir. Para tal, seria obrigado a reconhecer que as forças policiais sob o seu comando já não davam mais conta da situação. Ele governa o Rio desde agosto de 2020 em decorrência do afastamento de Wilson Witzel, aquele que orientou a polícia a “atirar na cabecinha” de bandidos. Depois se elegeu governador.

Em janeiro do ano passado, um relatório da Polícia Federal apontou sete ocasiões, entre 2017 e 2019, em que Castro recebeu propina. Os valores chegariam a 326 mil reais. Em julho, o indiciou pelos crimes de corrupção e peculato. Em outubro, o Superior Tribunal de Justiça arquivou o caso.

O período de governo de Castro é marcado por chacinas policiais. A do Jacarezinho, em maio de 2021, matou 29 pessoas e ganhou o título de “a mais letal” até então. A da Vila Cruzeiro, em maio de 2022, matou 23. A de  agora ainda carece de nome e de números mais precisos.

Castro é o mais letal governador da história do Rio de Janeiro.

 

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