Comandante da PMDF fala de nomeações, saúde de policiais e 8/1
Em entrevista ao Metrópoles, Ana Paula Habka também deu previsão de quando os 1,2 mil novos policiais começarão trabalho nas ruas
A comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Ana Paula Habka, fez um balanço dos dois anos à frente da corporação, em entrevista ao Metrópoles. A chefe da PMDF também falou sobre nomeações, transparência, 8 de Janeiro, desafios e avanços da tropa.
O Governo do Distrito Federal (GDF) vai nomear 1,2 mil policiais militares em 29 de dezembro de 2025. Ana Paula Habka disse que a formação completa dos novos PMs demora aproximadamente oito meses, mas destacou que os praças começam a “estagiar” antes do fim desse período. A comandante-geral enfatizou que a corporação nomeou 5 mil novos servidores nos últimos sete anos.
“A gente já teve um reforço com a turma do ano passado que formou agora em maio: 1.231 policiais militares. Nós também tivemos um concurso para médicos, dentistas e veterinários. O pedido ao governador [Ibaneis Rocha] foi exatamente a regularidade dos nossos concursos. Então, esse ano a gente aproveita agora mais 1.239 policiais combatentes autorizados a iniciarem o curso no dia 29 de dezembro”, afirmou a comandante-geral.
“A formação do policial é muito complexa, então tem uma demora de oito meses, sendo que, com cinco meses já do início do curso, a gente já consegue colocar todos esses homens e mulheres nas ruas estagiando com o policial mais antigo. Então, a gente já demonstra uma sensação maior de policiamento e de segurança na nossa cidade”, declarou.
Em relação à aquisição de materiais e condições de trabalho da corporação, Ana Paula Habka informou que a PMDF comprou viaturas, equipamentos e uniformes nos últimos anos. A comandante também anunciou que a polícia lançará, até janeiro de 2026, a licitação para a compra de câmeras corporais que serão usadas pelos PMs nas ruas.
“Na semana passada, o Ministério da Justiça já disponibilizou o orçamento para que a gente faça a compra dessas câmeras corporais que provavelmente o pregão a gente ainda solta esse ano, ou no mais tardar no início de janeiro”, disse a comandante-geral.
Veja os números divulgados pela PMDF:
- Nomeação de 5.129 novos policiais;
- 18.749 promoções realizadas, sendo 1.626 de oficiais e 17.123 de praças;
- aquisição de 12.133 armamentos, incluindo pistolas Glock;
- compra de 18.200 coletes balísticos;
- obtenção de 2.800 computadores para modernização administrativa e operacional;
- entrega de 1.257 veículos operacionais e administrativos;
- e construção de 8 novos quartéis;
Saúde
Questionada sobre a expectativa de inclusão dos policiais militares no plano de saúde do GDF, Habka afirmou que, após as novas contratações, a própria corporação é capaz de atender aos PMs de forma efetiva.
“O problema da saúde na PMDF era bem recorrente. A gente fez um estudo muito importante e viu que, para o policial militar, o ideal seria a gente continuar com o nosso sistema de saúde, porque nós temos quadro médico na corporação”, disse.
Habka frisou que a PMDF passou a dar “um atendimento mais humanizado” aos militares. “Antigamente ele [o PM] tinha que fazer guia, telefonar, era muito difícil fazer marcação de consulta. Agora não. Ele faz de forma direta e a corporação conseguiu fazer um controle com essas empresas que trabalham na área de saúde, de forma que a gente conseguisse diminuir os gastos. Então, hoje a gente já está aqui, no final de dezembro, e nenhum atendimento foi parado”, informou.
A coronel também destacou a presença de mais psiquiatras na corporação. “Quando eu entrei, tinha um psiquiatra. Nós trabalhamos, fizemos o concurso, fizemos um acordo com o Sesc, que nos disponibilizou mais dois psiquiatras. No concurso, entraram mais quatro psiquiatras e agora, no dia 29 de dezembro, também teremos a contratação e o início do curso também de médicos e dentistas e entra mais um psiquiatra”.
Segundo ela, a presença desses profissionais “faz com que a gente não só dê um atendimento mais humanizado, mas também acompanhado, porque a peculiaridade da atividade policial militar muitas vezes não é entendida por um médico que esteja fora”.
Transparência
A comandante da PMDF ainda afirmou que a Corregedoria da corporação “não tem a capacidade só de punição, mas que mantém a disciplina, que é muito transparente”.
“Nós temos muitos artifícios para que a gente faça bem os nossos inquéritos e mantenha uma polícia cidadã, uma polícia baseada sempre nos direitos humanos”, completou.
Em relação à condenação de cinco PMs por omissão nos atos de 8 de Janeiro, a comandante afirmou que a corporação cumprirá a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A PMDF atende todas as decisões. O que aconteceu no 8 de janeiro? A gente não vai entrar em questão agora. Nesse momento, a gente fica feliz com a absolvição dos dois oficiais, mas ainda tem os cinco policiais que são coronéis, que têm 30 anos de serviço, que eu não vou julgar aqui o erro do dia”, disse.
Habka enfatizou que a PMDF agiu para retirar todos os manifestantes que invadiram prédios públicos no 8/1.
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Ana Paula Habka, comandante-geral da PMDF BRENO ESAKI/METRÓPOLES 
Ana Paula Habka está à frente da PMDF desde 2023BRENO ESAKI/METRÓPOLES 
Comandante-geral da PMDFBRENO ESAKI/METRÓPOLES 
Ana Paula Habka é coronel da PMDF BRENO ESAKI/METRÓPOLES 
BRENO ESAKI/METRÓPOLES
Expectativas para 2026
Em relação às eleições de 2026 e possível candidatura de policiais militares, a coronel afirmou que o interessado deve deixar o cargo seis meses antes do pleito.
“O policial que queira se candidatar, caso tenha menos de 10 anos de serviço, tem que pedir licenciamento para ser candidato. A partir de 10 anos ele pode se candidatar e a gente coloca na situação de agregado por seis meses antes do primeiro turno. Caso vença as eleições, automaticamente o policial militar é passado para reserva remunerada”, explicou.
Em relação à atuação dos PMs, Habka frisou que os brasilienses podem “esperar uma polícia preparada, uma polícia motivada”. “Nós não vamos parar. A motivação, a vontade de treinar, a vontade de se fortalecer e dar segurança continua. Quando a gente entra na Polícia Militar, a gente diz sim a uma missão muito importante, que é a de servir e proteger”, concluiu.
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