Como ficará o bilionário polo chinês no Entorno, travado por fazenda

Ação na Justiça questiona valor pago na desapropriação. Investimento de R$ 2 bilhões foi anunciado em 2024 e deve gerar até 12 mil empregos

Nov 3, 2025 - 09:30
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Como ficará o bilionário polo chinês no Entorno, travado por fazenda

O projeto do polo industrial chinês anunciado no ano passado pelo prefeito de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF, pretende ocupar mais de 34 hectares, e conta com 62 empresas nacionais confirmadas, além de investidores chineses que anunciaram um aporte de cerca de R$ 2 bilhões para erguer o Centro de Convenções ITEC e outras instalações industriais.

Veja projeções: 3 imagensEmpresas de Shenzhen, Zhongshan e Haikou vão produzir veículos elétricos, painéis de LED e soluções de automação no localO projeto prevê cerca de 2 mil empregos diretos e mais de 10 mil indiretos, além de um centro de convenções e inovaçãoFechar modal.1 de 3

O Polo Industrial em Águas Lindas de Goiás ocupará mais de 34 hectares com investimento de empresas chinesasReprodução/Prefeitura de Águas Lindas de Goiás2 de 3

Empresas de Shenzhen, Zhongshan e Haikou vão produzir veículos elétricos, painéis de LED e soluções de automação no localReprodução/Prefeitura de Águas Lindas de Goiás3 de 3

O projeto prevê cerca de 2 mil empregos diretos e mais de 10 mil indiretos, além de um centro de convenções e inovaçãoReprodução/Prefeitura de Águas Lindas de Goiás

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Empresas de cidades como Shenzhen, Zhongshan e Haikou se instalariam no local, produzindo desde veículos elétricos e equipamentos industriais até painéis de LED e soluções em tecnologia e automação, além de oferecer treinamento e inovação tecnológica.

O projeto, que deveria ter começado no fim do ano passado, agora está com previsão de conclusão para 2027, e promete movimentar a economia da cidade, gerar cerca de 2 mil empregos diretos e mais de 10 mil indiretos, além de transformar Águas Lindas de Goiás em um importante centro industrial e tecnológico, com foco em tecnologia, energia limpa e comércio internacional.

Travado

A construção do ousado polo industrial, no entanto, está parada. O motivo é uma disputa judicial entre a prefeitura da cidade e uma família que é dona das terras onde o polo industrial será erguido.

O Metrópoles foi até a propriedade afetada pela desapropriação, a Fazenda Cachoeira Saltador, onde mora o caseiro Agnaldo Alves, de 75 anos. Ele vive ali há décadas cuidando do gado e do terreno da família Simonassi, dona das terras. 7 imagensTerreno destinado ao Polo Industrial Sol Nascente, ainda cercado por incertezas judiciais, atrasando um investimento bilionárioPrefeitura apresentou nova proposta de acordo no valor de R$ 10,8 milhões para concluir desapropriações e liberar o polo industrialO Polo Industrial Sol Nascente já tem 62 empresas nacionais confirmadas, além de grupos internacionais interessadosMáquinas da prefeitura registradas em uma das propriedades da família Simonassi durante tentativas de desapropriaçãoAgnaldo Alves, 75 anos, mostra o quintal da Fazenda Cachoeira Saltador, improvisando um sistema de bombeamento de água após a derrubada da caixa d’água pela prefeituraFechar modal.1 de 7

Investimento chinês de cerca de R$ 2 bilhões no Polo Industrial Sol Nascente permanece parado por impasse judicialKebec Nogueira/Metrópoles @kebecfotografo2 de 7

Terreno destinado ao Polo Industrial Sol Nascente, ainda cercado por incertezas judiciais, atrasando um investimento bilionárioKebec Nogueira/Metrópoles @kebecfotografo3 de 7

Prefeitura apresentou nova proposta de acordo no valor de R$ 10,8 milhões para concluir desapropriações e liberar o polo industrialKebec Nogueira/Metrópoles @kebecfotografo4 de 7

O Polo Industrial Sol Nascente já tem 62 empresas nacionais confirmadas, além de grupos internacionais interessadosKebec Nogueira/Metrópoles @kebecfotografo5 de 7

Máquinas da prefeitura registradas em uma das propriedades da família Simonassi durante tentativas de desapropriaçãoKebec Nogueira/Metrópoles @kebecfotografo6 de 7

Agnaldo Alves, 75 anos, mostra o quintal da Fazenda Cachoeira Saltador, improvisando um sistema de bombeamento de água após a derrubada da caixa d’água pela prefeituraKebec Nogueira/Metrópoles @kebecfotografo7 de 7

R$ 659 mil foi o valor depositado pela prefeitura para desapropriar os terrenos; a Justiça avalia que o valor correto seria R$ 881 mil

Agnaldo ainda lembra do dia em que viu caminhões da prefeitura entrarem na propriedade. Eles derrubaram a caixa d’água e desligaram a energia elétrica. Desde então, o caseiro passou a depender de pequenas bombas d’água.

“A gente teve que se virar com as bombinhas depois que levaram tudo”, conta Agnaldo, mostrando o quintal onde improvisou novo sistema para puxar água do poço.

As desapropriações são fundamentais para que o centro industrial saia do papel, mas a prefeitura ainda não chegou a um acordo com todos os proprietários nem quitou as indenizações. O impasse chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde o processo ainda tramita, sem nenhuma decisão.

Um processo mostra que o município de Águas Lindas de Goiás depositou R$ 659 mil aos moradores para desapropriar o terreno, mas a Justiça avaliou que o valor deveria ser de R$ 881 mil. A diferença não foi paga.

Advogados da família Simonassi afirmam ainda que o município não incluiu no orçamento os recursos necessários para as desapropriações, algo exigido por lei antes de tomar posse de uma área particular.

Pronunciamento

Procurada pelo Metrópoles, a Prefeitura de Águas Lindas de Goiás (GO) confirmou o impasse e ressaltou que tem trabalhado para resolvê-lo. “O terreno onde será construído o Polo Industrial Sol Nascente foi desapropriado de forma regular e dentro da lei. O município já apresentou uma nova proposta de acordo. O caso está sendo mediado pela Justiça, e o acordo está próximo de ser concluído de forma amigável com os proprietários”, diz a nota do município.

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