Conservador, pragmático e milionário: quem é chanceler que disse que comitiva alemã ficou contente de sair do Brasil

Chanceler alemão diz que jornalistas ficaram contentes ao sair de Belém após COP30 O chanceler alemão, Friedrich Merz, ganhou destaque após comparar o Brasil com a Alemanha e dizer que a comitiva do seu país ficou contente de deixar Belém, onde está acontecendo a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). "Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: 'Quem de vocês gostaria de ficar aqui?' Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, a noite de sexta para sábado, especialmente daquele lugar onde estávamos", afirmou. Merz assumiu o posto chanceler alemão em maio de 2025 — o cargo, na prática, é similar ao de primeiro-ministro. Ele é do partido União Democrática Cristã (CDU, na sigla original), de direita. Veja o perfil: Ele é o principal rosto da ala mais conservadora do partido - mais à direita de sua antiga líder, Angela Merkel. Liberal na economia: defende corte de impostos, flexibilização regulatória e disciplina fiscal. Conservador nos temas sociais: postura tradicionalista em família, valores e imigração. Acumulou patrimônio elevado no setor privado após deixar a política em 2009. Início de governo marcado por baixa popularidade e tensões internas. Já declarou renda anual próxima a €1 milhão durante sua atuação como advogado corporativo e executivo. Já foi criticado por dizer que é de "classe média-alta", mesmo sendo dono de dois jatos particulares. Pragmático, busca se firmar como líder de austeridade fiscal, reformas estruturais e fortalecimento da defesa europeia. Já foi criticado por linguagem considerada brusca e pouco diplomática em temas de política externa e segurança. Afirmou, por exemplo, que Israel faz o “trabalho sujo” contra o programa nuclear iraniano, gerando repercussão diplomática negativa. Em um discurso sobre imigração na Alemanha, afirmou que ainda existe “um problema na paisagem urbana” relacionado à questão — e que, para entender esse problema, “perguntem às suas filhas (se as tiverem)” Leia mais a seguir: Ele passou anos sob a sombra de Angela Merkel, a poderosa ex-chanceler alemã que governo o país por 16 anos e comandou a CDU por nada menos que 20 anos. No início dos anos 2000, à época um advogado carismático em ascensão em seu partido, perdeu a votação para comandar a CDU para Merkel, a então química vinda da Alemanha Oriental. Desde então, Merz, vindo de uma família católica tradicional do oeste da Alemanha, passou a liderar informalmente a ala conservadora da CDU, e Merkel, o setor mais centrista da sigla. A "rixa" entre os dois durou quase dez anos, até que Merz, após perder os principais embates contra a opositora interna, decidiu deixar a política e construir uma carreira em finanças que, segundo a imprensa alemã, o deixaram milionário. Foi só em 2020 que ele decidiu voltar à política, ao mesmo tempo, em que Merkel anunciava que deixaria o comando da Alemanha e de seu partido. Desde então, Merz foi escalando na carreira política até se tornar, enfim, o novo líder da CDU, na esteira do crescimento também da popularidade de ideais mais conservadores na Alemanha. Casado com uma juíza, sua ex-colega de faculdade, o novo chanceler alemão tem 70 anos e é pai de três filhos. Ele também é piloto de avião profissional e, em entrevistas à imprensa alemã, disse ter tido uma "juventude selvagem" — à revista "Der Spiegel", Merz afirmou ter feito rinhas de moto com amigos e "urinado coletivamente" em um aquário de sua escola durante uma festa. Friedrich Merz em votação na Câmara Baixa da Alemanha REUTERS/Annegret Hilse Pragmático e 'anti-Trump' Merz é descrito também por colegas do partido como ambicioso e de perfil pragmático, o que analistas alemães avaliam ter pesado para a escolha de um chefe de governo em um momento de crise política na Alemanha. Após os 16 anos de governo de Merkel, a Alemanha passou a ser comandada por uma frágil aliança liderada pelo social-democrata Olaf Schoz e formada também por ministros liberais e do Partido Verde. Em fevereiro, logo após vencer as eleições, Merz mostrou traços de pragmatismo e de pulso firme: descartou aliança com a extrema direita, disse que buscaria uma coalizão firme e estável e aproveitou para fazer. Após fiasco, Merz reverte placar e é eleito para governar a Alemanha Durante uma entrevista sobre imigração, Merz respondeu “perguntem às suas filhas” quando questionado sobre supostos problemas de segurança nas cidades. A frase, interpretada como uma tentativa de associar imigrantes à violência sexual e de explorar o medo feminino como argumento político, gerou forte reação pública. Dias antes, Merz também foi criticado por afirmar que a Alemanha “fazia o trabalho sujo” do Irã ao negociar com o regime de Teerã sobre a libertação de reféns, em vez de adotar uma postura mais firme. O comentário, visto como diplomáticamente imprudente, ampliou a percepção de que o chanceler tem recorrido a declarações provocativas para sinalizar endurecime

tibauemacao.

Nov 17, 2025 - 18:00

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Conservador, pragmático e milionário: quem é chanceler que disse que comitiva alemã ficou contente de sair do Brasil

Chanceler alemão diz que jornalistas ficaram contentes ao sair de Belém após COP30 O chanceler alemão, Friedrich Merz, ganhou destaque após comparar o Brasil com a Alemanha e dizer que a comitiva do seu país ficou contente de deixar Belém, onde está acontecendo a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). "Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: 'Quem de vocês gostaria de ficar aqui?' Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, a noite de sexta para sábado, especialmente daquele lugar onde estávamos", afirmou. Merz assumiu o posto chanceler alemão em maio de 2025 — o cargo, na prática, é similar ao de primeiro-ministro. Ele é do partido União Democrática Cristã (CDU, na sigla original), de direita. Veja o perfil: Ele é o principal rosto da ala mais conservadora do partido - mais à direita de sua antiga líder, Angela Merkel. Liberal na economia: defende corte de impostos, flexibilização regulatória e disciplina fiscal. Conservador nos temas sociais: postura tradicionalista em família, valores e imigração. Acumulou patrimônio elevado no setor privado após deixar a política em 2009. Início de governo marcado por baixa popularidade e tensões internas. Já declarou renda anual próxima a €1 milhão durante sua atuação como advogado corporativo e executivo. Já foi criticado por dizer que é de "classe média-alta", mesmo sendo dono de dois jatos particulares. Pragmático, busca se firmar como líder de austeridade fiscal, reformas estruturais e fortalecimento da defesa europeia. Já foi criticado por linguagem considerada brusca e pouco diplomática em temas de política externa e segurança. Afirmou, por exemplo, que Israel faz o “trabalho sujo” contra o programa nuclear iraniano, gerando repercussão diplomática negativa. Em um discurso sobre imigração na Alemanha, afirmou que ainda existe “um problema na paisagem urbana” relacionado à questão — e que, para entender esse problema, “perguntem às suas filhas (se as tiverem)” Leia mais a seguir: Ele passou anos sob a sombra de Angela Merkel, a poderosa ex-chanceler alemã que governo o país por 16 anos e comandou a CDU por nada menos que 20 anos. No início dos anos 2000, à época um advogado carismático em ascensão em seu partido, perdeu a votação para comandar a CDU para Merkel, a então química vinda da Alemanha Oriental. Desde então, Merz, vindo de uma família católica tradicional do oeste da Alemanha, passou a liderar informalmente a ala conservadora da CDU, e Merkel, o setor mais centrista da sigla. A "rixa" entre os dois durou quase dez anos, até que Merz, após perder os principais embates contra a opositora interna, decidiu deixar a política e construir uma carreira em finanças que, segundo a imprensa alemã, o deixaram milionário. Foi só em 2020 que ele decidiu voltar à política, ao mesmo tempo, em que Merkel anunciava que deixaria o comando da Alemanha e de seu partido. Desde então, Merz foi escalando na carreira política até se tornar, enfim, o novo líder da CDU, na esteira do crescimento também da popularidade de ideais mais conservadores na Alemanha. Casado com uma juíza, sua ex-colega de faculdade, o novo chanceler alemão tem 70 anos e é pai de três filhos. Ele também é piloto de avião profissional e, em entrevistas à imprensa alemã, disse ter tido uma "juventude selvagem" — à revista "Der Spiegel", Merz afirmou ter feito rinhas de moto com amigos e "urinado coletivamente" em um aquário de sua escola durante uma festa. Friedrich Merz em votação na Câmara Baixa da Alemanha REUTERS/Annegret Hilse Pragmático e 'anti-Trump' Merz é descrito também por colegas do partido como ambicioso e de perfil pragmático, o que analistas alemães avaliam ter pesado para a escolha de um chefe de governo em um momento de crise política na Alemanha. Após os 16 anos de governo de Merkel, a Alemanha passou a ser comandada por uma frágil aliança liderada pelo social-democrata Olaf Schoz e formada também por ministros liberais e do Partido Verde. Em fevereiro, logo após vencer as eleições, Merz mostrou traços de pragmatismo e de pulso firme: descartou aliança com a extrema direita, disse que buscaria uma coalizão firme e estável e aproveitou para fazer. Após fiasco, Merz reverte placar e é eleito para governar a Alemanha Durante uma entrevista sobre imigração, Merz respondeu “perguntem às suas filhas” quando questionado sobre supostos problemas de segurança nas cidades. A frase, interpretada como uma tentativa de associar imigrantes à violência sexual e de explorar o medo feminino como argumento político, gerou forte reação pública. Dias antes, Merz também foi criticado por afirmar que a Alemanha “fazia o trabalho sujo” do Irã ao negociar com o regime de Teerã sobre a libertação de reféns, em vez de adotar uma postura mais firme. O comentário, visto como diplomáticamente imprudente, ampliou a percepção de que o chanceler tem recorrido a declarações provocativas para sinalizar endurecimento político e se aproximar de eleitores conservadores.

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