Dentista e veterinário viram réus por espancar e matar morador de rua
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o crime teria ocorrido após a vítima invadir a clínica da dentista

A Justiça do Espírito Santo decidiu levar a julgamento a cirurgiã-dentista Gabriella Anacleto Kiefer e o médico-veterinário Thiago Oliveira do Nascimento, suspeitos de assassinar um homem em situação de rua em Vila Velha, em agosto de 2021. O casal, que na época mantinha relacionamento, responde por homicídio qualificado.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público (MPES), o crime teria ocorrido após a vítima invadir a clínica de Gabriella, no bairro Itapuã, durante uma reforma, para furtar objetos. Imagens de câmeras de segurança mostraram a invasão. Ao perceber o episódio, a dentista teria acionado Thiago, que foi até o local armado.
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Conforme as investigações, o veterinário rendeu o homem, o agrediu e, com ajuda de Gabriella, o colocou em uma picape Toro branca, de propriedade dela. O corpo foi encontrado horas depois às margens da Rodovia Leste-Oeste, na entrada do bairro Vale Encantado, também em Vila Velha. A vítima apresentava sinais de espancamento, fraturas, estava amarrada e tinha marcas de tiros.
Investigação
O homicídio ficou sem solução imediata. Na época, a Polícia Civil não conseguiu provas suficientes para avançar no caso. O cenário mudou em janeiro de 2024, quando Thiago foi preso pela Polícia Federal por tentativa de extorsão contra um empresário indiano.
Na casa do veterinário, os policiais encontraram munições, peças e acessórios para armas de fogo. Uma denúncia anônima, feita após a prisão, ligou Thiago ao assassinato do homem em situação de rua. A perícia confirmou que uma das armas apreendidas com ele havia sido utilizada no crime.
Com o novo elemento, outra testemunha surgiu e detalhou a dinâmica do assassinato, apontando também o envolvimento da dentista. Em dezembro de 2024, Gabriella foi presa dentro de sua própria clínica.
Gabriella está recolhida no Centro Prisional Feminino de Cariacica. Thiago cumpre prisão no Centro de Detenção Provisória de Vila Velha, onde já se encontrava por outros crimes.
O processo tramita em segredo de Justiça, mas a Secretaria de Justiça do Estado confirmou que ambos permanecem no sistema prisional capixaba.
Se condenados, poderão cumprir pena por homicídio qualificado, cuja punição pode ultrapassar 20 anos de prisão.
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