DF: família diz que UPA liberou paciente com câncer e vomitando sangue
Segundo a família, o paciente tem diagnóstico de câncer de esôfago e não consegue se alimentar. Após denuncia, ele foi internado novamente

Mesmo após quatro dias vomitando sangue e com diagnóstico de câncer, Getulio Batista da Silva (foto em destaque), de 51 anos, foi mandando de volta para casa pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas, nesta sexta-feira (30/5). Após denúncia e reclamação da família, o paciente foi internado novamente. Mas parentes classificam o episódio como um descaso. O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) diz que o paciente não foi encontrado para fazer exames (leia nota completa o fim da matéria).
Getulio vive no Recanto das Emas e trabalha como pedreiro. Há quatro meses, começou a passar mal. Após exames, recebeu diagnóstico de câncer de esôfago e entrou na fila de tratamento do Sistema Único de Saúde (SUS) no Distrito Federal. “O câncer fechou o esôfago dele. Ele só comia com papinha”, contou a irmã do paciente, a dona de casa Zilda Pereira de Oliveira, 48.
Veja:
A situação ficou mais delicada na segunda-feira (26/5). Getulio não conseguia comer mais alimento líquido. “De barriga vazia, ele começou a vomitar sangue”, afirmou Zilda. O quadro piorou, até que na sexta-feira a família pediu socorro ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
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Getulio foi levado à UPA do Recanto. Mas segundo Zilda, a família não pode acompanhar o paciente no tratamento. “Medicaram meu irmão e depois mandaram ele para casa. Ele não tem condições de voltar para casa, não consegue comer. Mandar ele para casa assim é negligência”, alertou.
Mesmo com a “alta”, na tarde de sexta, a família seguiu na UPA solicitando a internação de Getulio em um leito de hospital. Familiares ficaram indignados não apenas pela liberação, mas pelo fato de o paciente ter dado entrada com classificação laranja e depois ter sido reclassificado para verde. Após muita insistência, o pedreiro foi internado novamente no final da tarde de sexta-feira.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), responsável pela gestão das UPAs. Em nota, a instituição negou que a UPA tenha liberado Getulio, argumentando que a equipe da unidade teria solicitado exames e ele teria saído sem entregá-los.
Leia a nota completa:
“O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) informa que o paciente G.B.S. foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas nesta sexta-feira (30/5).
Durante o atendimento, o paciente relatou episódios de vômito com vestígios de sangue. Por esse motivo, a equipe médica solicitou exames complementares às 13h20, fundamentais para definir a conduta adequada a ser tomada, incluindo a possibilidade de internação.
No entanto, o paciente não realizou os exames solicitados e, ao ser procurado na unidade, não foi localizado. Não houve concessão de alta médica, G.B.S. deixou a UPA antes da conclusão do atendimento.
O paciente retornou à UPA e, neste momento, encontra-se em processo de atendimento, aguardando avaliação médica.
O IgesDF reforça que segue todos os protocolos de atendimento, priorizando a segurança e a saúde dos pacientes, e permanece à disposição da família para os esclarecimentos necessários.
Sobre o tratamento oncológico, ele é regulado pela Central de Regulação da Secretaria de Saúde do DF, que faz o encaminhamento dos pacientes às unidades especializadas conforme a classificação de risco e disponibilidade de vagas“.
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