Dólar cai a R$ 5,55 com tarifas e inflação nos EUA. Bolsa fica estável

No cenário internacional, investidores acompanharam com atenção a divulgação dos dados oficiais de inflação nos EUA e do PIB da China

Jul 15, 2025 - 17:20
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Dólar cai a R$ 5,55 com tarifas e inflação nos EUA. Bolsa fica estável

O dólar terminou a sessão desta terça-feira (15/7) operando em queda, em um dia movimentado no noticiário econômico e marcado pelas repercussões do tarifaço comercial imposto pelo governo do presidente norte-americano Donald Trump a diversos países, entre os quais o Brasil.

No cenário internacional, os investidores acompanharam com atenção a divulgação dos dados oficiais de inflação nos EUA referentes ao mês de junho, que vieram dentro das expectativas do mercado, e do Produto Interno Bruto (PIB) da China, que surpreendeu positivamente.

Dólar

  • A moeda norte-americana fechou o dia em queda de 0,46%, negociada a R$ 5,558.
  • Na cotação máxima do dia, o dólar bateu R$ 5,603. A mínima é de R$ 5,535.
  • Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,65%, cotado a R$ 5,584.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 2,3% em julho e perdas de 10,1% em 2025 frente ao real.

Ibovespa

  • O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), encerrou o pregão próximo da estabilidade.
  • O indicador fechou o dia, preliminarmente, em alta de 0,01%, aos 135,3 mil pontos, praticamente estável.
  • No dia anterior, o Ibovespa fechou em baixa de 0,65%, aos 135,2 mil pontos.
  • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula baixa de 2,57% no mês e alta de 12,48% no ano.

Inflação dentro do esperado nos EUA

O grande destaque da agenda internacional nesta terça-feira foi a divulgação dos dados do Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que mede a inflação oficial do país, referentes ao mês de junho.

O Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que mede a inflação no país, ficou em 2,7% em junho, na base anual, ante 2,4% registrados em maio. Na comparação mensal, o índice foi de 0,3%, ante 0,1% em maio.

Os resultados da inflação nos EUA vieram em linha com os prognósticos do mercado. A média das estimativas era de 2,6% (anual) e 0,3% (mensal).

A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano. Embora não esteja nesse patamar, o índice vem se mantendo abaixo de 3% desde julho de 2024. A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para conter a inflação.

Atualmente, a taxa de juros nos EUA está no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano – o percentual foi mantido inalterado na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano).

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Alckmin fala em mais prazo para negociar taxas

Os investidores também continuam acompanhando as possíveis reações às tarifas comerciais impostas pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump. O Brasil, até o momento, é o país mais afetado, alvo de taxas de 50% sobre todos os produtos exportados aos norte-americanos.

O decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade e cria um comitê para desenhar a reação à taxação de 50% aos produtos brasileiros pelos EUA foi publicado nesta terça-feira. O texto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e serviu como base para reuniões do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) com os setores produtivos mais atingidos pela medida anunciada por Trump.

A Lei de Reciprocidade Econômica foi aprovada com o apoio do agronegócio brasileiro como forma de se contrapor a restrições da União Europeia (UE) a produtos brasileiros, mas só foi aprovada pelo Congresso em abril, como reação ao primeiro tarifaço de Trump. Ela dá ao governo federal a possibilidade de adotar ações comerciais em resposta a medidas unilaterais de outras nações ou blocos econômicos.

Alckmin confirmou, nesta terça, a possibilidade de solicitar a extensão do prazo de negociações no âmbito do “tarifaço” de 50% imposto pelos EUA sobre as exportações brasileiras. “Nós queremos resolver o problema e o mais rápido possível. Se houver necessidade de mais prazo, vamos trabalhar nesse sentido”, afirmou o vice-presidente após reunião com empresários do setor da indústria.

Alckmin também reforçou que o governo federal, ao lado dos setores prejudicados, trabalhará para reverter a sanção comercial anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump.

PIB da China surpreende

O desempenho da segunda maior economia do mundo ficou acima das expectativas do mercado no segundo trimestre deste ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira.

Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS), o Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático avançou 5,2% entre abril e junho de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado superou ligeiramente a média das estimativas dos analistas do mercado, que projetavam um crescimento de 5,1%.

No primeiro trimestre deste ano, o PIB da China registrou uma alta de 5,4%.Nos primeiros 6 meses de 2025, de acordo com o NBS, a economia da China cresceu 5,3%, também em relação ao mesmo período do ano passado. A meta do regime chinês é de um crescimento anual de pelo menos 5% em 2025.

No documento em que apresenta os números da economia no segundo trimestre do ano, o regime chinês afirma que o resultado positivo do PIB se deve às medidas adotadas pelo governo para enfrentar o tarifaço comercial imposto pelos EUA. “A economia nacional resistiu à pressão e enfrentou o desafio”, diz o governo chinês.

Análise

Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, “o dólar perdeu valor frente ao real na sessão de hoje, em um movimento que reflete tanto o cenário internacional quanto fatores domésticos”. “O principal catalisador foi a divulgação de dados da inflação ao consumidor nos EUA, que, ao virem em linha com as projeções, solidificaram as apostas de que o Federal Reserve poderá iniciar um ciclo de cortes de juros em setembro. Essa perspectiva diminuiu a atratividade do dólar globalmente e abriu espaço para a valorização de moedas de países emergentes”, explica.

“Nesse ambiente, o real demonstrou força particular, liderando os ganhos na América Latina e acompanhando a alta de outras divisas, como o peso chileno e o rand sul-africano. A tendência de queda do dólar foi ainda reforçada no Brasil por sinais de uma possível flexibilização na cobrança do IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] e por uma postura mais firme do governo diante da ameaça de tarifas americanas, aliviando tensões no mercado local.”

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