Em júri popular, MPRN obtém condenação por feminicídio em Monte das Gameleiras
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve a condenação de Antônio Marcos Nelo, conhecido como “Antônio de Lé”, a 19 anos e 3 meses de reclusão em regime fechado pelo feminicídio de sua companheira, Jadna Cardoso Felipe. O crime, ocorrido em 28 de abril de 2024, foi marcado por múltiplas facadas, motivadas […]


O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve a condenação de Antônio Marcos Nelo, conhecido como “Antônio de Lé”, a 19 anos e 3 meses de reclusão em regime fechado pelo feminicídio de sua companheira, Jadna Cardoso Felipe. O crime, ocorrido em 28 de abril de 2024, foi marcado por múltiplas facadas, motivadas por ciúmes. A sentença foi proferida nesta quarta-feira (21), em sessão do Tribunal do Júri. O Conselho de Sentença reconheceu as duas qualificadoras apontadas na denúncia do MPRN: o ciúme, como motivo torpe para a prática do crime; e o feminicídio.
A denúncia do MPRN apontou que Antônio Marcos Nelo matou Jadna Cardoso Felipe por volta das 19h30, na residência do casal, em Monte das Gameleiras. O relacionamento, que durou aproximadamente três anos, era caracterizado por brigas constantes devido ao ciúme excessivo do denunciado, que restringia a liberdade da vítima.
No dia do crime, Jadna Cardoso Felipe havia passado a manhã e parte da tarde na casa de familiares, acompanhada de seus dois filhos. Por volta das 16h, Antônio Marcos Nelo, ao retornar do trabalho, exigiu a presença imediata da vítima em casa.
Após a chegada de Jadna à residência, gritos e pedidos de socorro foram ouvidos por uma vizinha. A testemunha visualizou Antônio Marcos Nelo saindo do local com o calção sujo de sangue, agindo de forma indiferente. Ao entrar no imóvel, a vizinha encontrou Jadna ao chão e ensanguentada, sem sinais de vida.
O Laudo de Exame Necroscópico anexado ao processo revelou 19 lesões produzidas pela faca de cozinha, incluindo dez que indicavam “dinâmica de defesa da vítima” e uma nas costas. Apesar de Antônio Marcos Nelo ter alegado legítima defesa em seu interrogatório policial, o laudo pericial detalhou que o crime foi cometido com extrema violência.
O MPRN imputou ao denunciado a prática de homicídio qualificado por motivo torpe e feminicídio. A pena final de 19 anos e 3 meses de reclusão foi fixada considerando a alta culpabilidade do réu, o elevado número de facadas desferidas, inclusive pelas costas, e as consequências do crime para os filhos da vítima, que foram separados após a morte da mãe. A decisão judicial também negou ao réu o direito de recorrer em liberdade, mantendo sua prisão preventiva para garantir a ordem pública, dada a gravidade de sua conduta
What's Your Reaction?






