Em meio à crise de drones, Rússia faz exercícios militares com aliado Belarus; Polônia fecha fronteira

Após incidente de drones na Polônia, Rússia faz exercícios militares com aliado Belarus A Rússia iniciou nesta sexta-feira (12) um exercício militar de grandes proporções junto com seu aliado Belarus para fechar uma semana de tensões acirradas com a Otan por conta de uma invasão do espaço aéreo da Polônia por drones russos, abatidos com caças da Otan. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Segundo um vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa russo, os exercícios envolvem veículos terrestres, helicópteros de ataque e outras aeronaves, além de diversos tipos de navios de guerra, como destróieres e submarinos. A Defesa russa disse ainda que os exercícios envolverão manobras no território de ambos os países e nos mares Báltico e de Barents, no Círculo Polar Ártico, e vão durar até a próxima terça-feira (16). Segundo a agência russa Tass, os dois países praticarão o lançamento de armas nucleares e do míssil hipersônico Oreshnik durante os exercícios. Em julho, a Rússia falou que enviaria uma leva de Oreshniks à Belarus. Navio de guerra da Rússia navega no mar durante exercícios militares conjuntos com Belarus em 12 de setembro de 2025. Ministério da Defesa da Rússia A Polônia, que foi alvo dos drones russos, está em estado de alerta máximo e fechou a fronteira com Belarus por conta do exercício militar "muito agressivo", como classificou o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk. O premiê disse anteriormente que o país "está em seu ponto mais próximo de um conflito armado desde o fim da 2ª Guerra Mundial". O Kremlin afirmou nesta sexta que a Rússia não representa uma ameaça à Europa e que preocupações da UE sobre os exercícios militares "são resultado de emoções originadas pela hostilidade contra a Rússia". Na quinta, o governo russo disse que a manobra com Belarus —que estava previsto desde agosto— não é direcionada contra ninguém. No entanto, os exercícios militares entre Rússia e Belarus ocorrem apenas dois dias após a invasão dos drones russos na Polônia, em um dos episódios mais tensos da já conturbada relação entre a Rússia e a Otan, o que fez o governo polonês invocar o Artigo 4 do tratado da Otan, que agora avalia o que fazer em resposta. A Otan afirmou nesta sexta que "não vê ameaça militar direta" dos exercícios neste momento. A Rússia se esquivou ao dizer que não teve a intenção de enviar drones à Polônia e minimizou o incidente. A Otan anunciou que a Alemanha enviará um batalhão com tropas e equipamentos de guerra para Lituânia, mais perto da fronteira com a Rússia. Já a França enviou três caças de guerra para ajudar a proteger o espaço aéreo polonês. (Leia mais sobre o incidente abaixo) Drones russos abatidos: o que levou a Polônia acionar a Otan Os países da Otan consideraram uma provocação, e o Artigo 4 do tratado da aliança foi invocado pela Polônia. Os países europeus estenderam o repúdio nesta quinta: a Holanda convocou o embaixador russo, e a Espanha invocou o encarregado de negócios russo no país, ambos demandando explicações do incidente. Veja, abaixo, o que se sabe sobre o episódio e quais devem ser os próximos passos de ambos os lados: Reações imediatas da Polônia Drones russos invadem espaço aéreo da Polônia Após detectar drones militares em seu espaço aéreo, a Polônia enviou caças para abatê-los. O país também acionou a Otan, que mobilizou aeronaves de guerra de países membros para ajudar as forças polonesas a abater os drones. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que os drones eram russos. Tusk afirmou também que o país chegou a fechar parte de seu espaço aéreo por várias horas, e o aeroporto de Varsóvia suspendeu voos. "Na noite de quarta (10), o espaço aéreo polonês foi violado por muitos drones russos. Os drones que representavam uma ameaça direta foram abatidos. Estou em constante comunicação com o secretário-geral da Otan e nossos aliados, disse a autoridade polonesa", declarou o premiê polonês. Na região de Lublin, no leste da Polônia — perto da fronteira com a Ucrânia — uma casa foi atingida por um dos drones, segundo o prefeito local, Bernard Blaszczuk. Ele disse que havia pessoas dentro da residência, mas ninguém ficou ferido. Ao longo da manhã, o Exército vigiou a região. Rússia se esquiva de responsabilidade Nesta imagem feita a partir de um vídeo, policiais e policiais militares protegem partes de um objeto danificado abatido pelas autoridades polonesas em um local em Wohyń, Polônia, na quarta-feira, 10 de setembro de 2025 Rafal Niedzielski/AP Em resposta à situação, o Ministério da Defesa da Rússia disse que seus drones realizaram um grande ataque a instalações militares no oeste da Ucrânia, mas que não planejava atingir nenhum alvo na Polônia. O ministério afirmou que suas forças atingiram todos os alvos no ataque e destacou que os drones russos "que supostamente cruzaram a fronteira com a Polônia" tinham um alcance de no máximo 700 km. "Ainda assim, estamos preparados para realizar consultas com o Ministério da

Sep 12, 2025 - 08:00
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Em meio à crise de drones, Rússia faz exercícios militares com aliado Belarus; Polônia fecha fronteira

Após incidente de drones na Polônia, Rússia faz exercícios militares com aliado Belarus A Rússia iniciou nesta sexta-feira (12) um exercício militar de grandes proporções junto com seu aliado Belarus para fechar uma semana de tensões acirradas com a Otan por conta de uma invasão do espaço aéreo da Polônia por drones russos, abatidos com caças da Otan. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Segundo um vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa russo, os exercícios envolvem veículos terrestres, helicópteros de ataque e outras aeronaves, além de diversos tipos de navios de guerra, como destróieres e submarinos. A Defesa russa disse ainda que os exercícios envolverão manobras no território de ambos os países e nos mares Báltico e de Barents, no Círculo Polar Ártico, e vão durar até a próxima terça-feira (16). Segundo a agência russa Tass, os dois países praticarão o lançamento de armas nucleares e do míssil hipersônico Oreshnik durante os exercícios. Em julho, a Rússia falou que enviaria uma leva de Oreshniks à Belarus. Navio de guerra da Rússia navega no mar durante exercícios militares conjuntos com Belarus em 12 de setembro de 2025. Ministério da Defesa da Rússia A Polônia, que foi alvo dos drones russos, está em estado de alerta máximo e fechou a fronteira com Belarus por conta do exercício militar "muito agressivo", como classificou o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk. O premiê disse anteriormente que o país "está em seu ponto mais próximo de um conflito armado desde o fim da 2ª Guerra Mundial". O Kremlin afirmou nesta sexta que a Rússia não representa uma ameaça à Europa e que preocupações da UE sobre os exercícios militares "são resultado de emoções originadas pela hostilidade contra a Rússia". Na quinta, o governo russo disse que a manobra com Belarus —que estava previsto desde agosto— não é direcionada contra ninguém. No entanto, os exercícios militares entre Rússia e Belarus ocorrem apenas dois dias após a invasão dos drones russos na Polônia, em um dos episódios mais tensos da já conturbada relação entre a Rússia e a Otan, o que fez o governo polonês invocar o Artigo 4 do tratado da Otan, que agora avalia o que fazer em resposta. A Otan afirmou nesta sexta que "não vê ameaça militar direta" dos exercícios neste momento. A Rússia se esquivou ao dizer que não teve a intenção de enviar drones à Polônia e minimizou o incidente. A Otan anunciou que a Alemanha enviará um batalhão com tropas e equipamentos de guerra para Lituânia, mais perto da fronteira com a Rússia. Já a França enviou três caças de guerra para ajudar a proteger o espaço aéreo polonês. (Leia mais sobre o incidente abaixo) Drones russos abatidos: o que levou a Polônia acionar a Otan Os países da Otan consideraram uma provocação, e o Artigo 4 do tratado da aliança foi invocado pela Polônia. Os países europeus estenderam o repúdio nesta quinta: a Holanda convocou o embaixador russo, e a Espanha invocou o encarregado de negócios russo no país, ambos demandando explicações do incidente. Veja, abaixo, o que se sabe sobre o episódio e quais devem ser os próximos passos de ambos os lados: Reações imediatas da Polônia Drones russos invadem espaço aéreo da Polônia Após detectar drones militares em seu espaço aéreo, a Polônia enviou caças para abatê-los. O país também acionou a Otan, que mobilizou aeronaves de guerra de países membros para ajudar as forças polonesas a abater os drones. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que os drones eram russos. Tusk afirmou também que o país chegou a fechar parte de seu espaço aéreo por várias horas, e o aeroporto de Varsóvia suspendeu voos. "Na noite de quarta (10), o espaço aéreo polonês foi violado por muitos drones russos. Os drones que representavam uma ameaça direta foram abatidos. Estou em constante comunicação com o secretário-geral da Otan e nossos aliados, disse a autoridade polonesa", declarou o premiê polonês. Na região de Lublin, no leste da Polônia — perto da fronteira com a Ucrânia — uma casa foi atingida por um dos drones, segundo o prefeito local, Bernard Blaszczuk. Ele disse que havia pessoas dentro da residência, mas ninguém ficou ferido. Ao longo da manhã, o Exército vigiou a região. Rússia se esquiva de responsabilidade Nesta imagem feita a partir de um vídeo, policiais e policiais militares protegem partes de um objeto danificado abatido pelas autoridades polonesas em um local em Wohyń, Polônia, na quarta-feira, 10 de setembro de 2025 Rafal Niedzielski/AP Em resposta à situação, o Ministério da Defesa da Rússia disse que seus drones realizaram um grande ataque a instalações militares no oeste da Ucrânia, mas que não planejava atingir nenhum alvo na Polônia. O ministério afirmou que suas forças atingiram todos os alvos no ataque e destacou que os drones russos "que supostamente cruzaram a fronteira com a Polônia" tinham um alcance de no máximo 700 km. "Ainda assim, estamos preparados para realizar consultas com o Ministério da Defesa polonês sobre este assunto", afirmou o órgão militar russo. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o Kremlin não recebeu nenhum pedido de contato da Polônia, mas rejeitou as acusações da União Europeia e da Otan de que a Rússia teria realizado uma provocação. "A liderança da UE e da OTAN acusa a Rússia de provocações diariamente. Na maioria das vezes, sem sequer tentar apresentar algum tipo de argumento", disse Peskov. Os drones foram abatidos ou caíram? INFOGRÁFICO: drones abatidos na Polônia Arte/g1 Apesar da confirmação do primeiro-ministro polonês de que os militares do país e da Otan atingiram drones que sobrevoaram a Polônia, ainda não estava confirmado, até a última atualização desta reportagem, o número exato de drones e quantos deles foram realmente abatidos ou se caíram. Donald Tusk informou ao Parlamento polonês que 19 violações foram registradas ao longo de sete horas, mas que as informações ainda estavam sendo apuradas. A polícia polonesa disse que os drones foram encontrados em dez locais do país. No oitavo local, foram vistos objetos de origem desconhecida. Otan chama ação de "absolutamente imprudente" Soldado do Exército polonês inspeciona casa atingida por drone na vila de Wyryki, no leste da Polônia, em 10 de setembro de 2025. REUTERS/Kacper Pempel O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, chamou a ação russa de "absolutamente imprudente". "Seja intencional ou não, é absolutamente imprudente, é absolutamente perigoso. Mas a avaliação completa está em andamento", disse Rutte. "Para Putin, minha mensagem é clara: parem a guerra na Ucrânia. Parem de violar o espaço aéreo aliado. E saibam que estamos prontos, vigilantes e que defenderemos cada centímetro do território da Otan." Polônia afirma que alguns drones vieram de Belarus Tusk informou ao Parlamento polonês que a primeira violação ocorreu aproximadamente às 23h30 de terça-feira e a última por volta das 6h30 de quarta-feira, pelo horário local. “A novidade, no pior sentido da palavra, é a direção de onde os drones vieram. Esta é a primeira vez nesta guerra que eles não vieram da Ucrânia, como resultado de erros ou pequenas provocações russas. Pela primeira vez, uma parcela significativa dos drones veio diretamente da Belarus”, disse Tusk no Parlamento. O major-general de Belarus, Pavel Muraveiko, chefe do Estado-Maior e primeiro vice-ministro da Defesa, pareceu tentar distanciar seu país da incursão. Ele disse que, enquanto a Rússia e a Ucrânia trocavam ataques de drones durante a noite, as Forças de Defesa Aérea bielorrussas rastrearam “drones que perderam o curso” e alertaram seus colegas poloneses e lituanos sobre “aeronaves não identificadas” se aproximando de seu território. “Isso permitiu que o lado polonês respondesse prontamente às ações dos drones, mobilizando suas forças em serviço”, disse Muraveiko. Espaço aéreo da Polônia já foi violado Esta não é a primeira vez que o espaço aéreo da Polônia é violado militarmente desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Em 2022, um caso como esse foi registrado, mas em escala menor. A situação desta madrugada foi a maior desse tipo nestes três anos de conflito na região e com países membros da Otan e da União Europeia. Um porta-voz da Otan disse que foi a primeira vez que a aliança enfrentou uma ameaça potencial em seu espaço aéreo. A Otan se reuniu para discutir o incidente, ocorrido três dias após o maior ataque aéreo da Rússia contra a Ucrânia desde o início da guerra. "A guerra da Rússia está se intensificando, não terminando", disse a chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas. "Ontem à noite, na Polônia, assistimos à mais grave violação do espaço aéreo europeu pela Rússia desde o início da guerra, e há indícios de que foi intencional, não acidental." Rússia faz exercícios militares com aliado Belarus em 12 de setembro de 2025. Ministério da Defesa da Rússia Rússia faz exercícios militares com aliado Belarus em 12 de setembro de 2025. Ministério da Defesa da Rússia

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