Emerson Leão se arrepende de ter assumido Seleção: “Devia ter falado não”
CNN Brasil Ex-técnico e ex-goleiro, Emerson Leão afirmou que se arrepende de ter aceitado o comando da Seleção Brasileira no início dos anos 2000. Ao ser entrevistado no CNN Esportes S/A deste domingo (19), ele relatou dificuldades durante o período e disse que não teve respaldo da diretoria da CBF. Leão reconheceu que deveria ter recusado o convite para assumir […]


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Ex-técnico e ex-goleiro, Emerson Leão afirmou que se arrepende de ter aceitado o comando da Seleção Brasileira no início dos anos 2000.
Ao ser entrevistado no CNN Esportes S/A deste domingo (19), ele relatou dificuldades durante o período e disse que não teve respaldo da diretoria da CBF.
Leão reconheceu que deveria ter recusado o convite para assumir a Seleção.
Eu que errei de ter aceitado. Era muito primário pra mim. Eu deveria ter falado não. Como o Muricy foi lá e disse não. Então, isso que eu deveria ter feito. Não pelo Brasil, muito pelo contrário, é que não estava na hora ainda.
Ele disse que percebeu desde o início que não chegaria à Copa do Mundo.
“Da maneira que eu fui recebido, eu já percebi que eu não ia chegar na Copa. Nós estávamos jogando a Copa das Confederações, na Coreia e no Japão, e ele (Ricardo Teixeira) já tinha feito uma reunião com outro treinador em Brasília. Eu sabia disso. Então, foi uma decepção”, contou.
“Eu não era o desejado”
Segundo ele, o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, não o queria no cargo.
Eu fui chamado para cobrir um espaço, porque eu não era o desejado do presidente – que não sai na rua hoje se não vai preso ou coisa desse gênero, com aqueles absurdos que eles fizeram. (…) Eu fui lá, fiquei acho que oito meses, nove meses na seleção, nunca conversei com o presidente. Graças a Deus. Você perde a identidade de uma forma que tá tentando fazer tudo certo e eles não colaboram.
Leão contou que, em um torneio fora do país, recebeu orientações que limitaram sua convocação.
“Mandou um recado pra mim com o treinador: ‘Olha, não se preocupe não, você não precisa de nada, é um torneio de M’. (…) Você não pode convocar jogador dos times grandes de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Rio Grande do Sul, Minas, mas tem que ganhar”, disse.
Mesmo com restrições, Leão afirmou que levou “bons jogadores que jogavam no Brasil”, mas foi eliminado pela França, então campeã mundial.
Questionado se foi boicotado pela direção da CBF, o ex-técnico respondeu que mal existia entidade na época.
“Não tinha. Era só o cara que falava lá, nem eu conversava com ele. Ele não me queria, não. É que eu estava bem e falou: ‘Quem tá bem hoje é fulano de tal’. E quem me convidou tinha sido meu preparador físico no Vasco da Gama”, relatou.
Demissão nos ares?
O ex-técnico negou que tenha sido dispensado durante o voo de volta da Copa das Confederações, mas afirmou que a situação foi “pior que isso”.
Segundo ele, a notícia foi dada por Antônio Lopes, então diretor e amigo pessoal.
“Foi o preparador, diretor que me convidou. Era o Antônio Lopes. Eu não gosto muito de falar, o Antônio Lopes é meu amigo até hoje. Aí ele me chamou: ‘Vamos sentar ali na lanchonete’. Aí ele falou: ‘Olha, eu queria te comunicar que o fulano ligou agora, você está demitido’”, relatou.
Leão disse ter se surpreendido com a forma como o desligamento foi conduzido.
“Eu falei: ‘É assim, é? Na lanchonete. No aeroporto?’ A gente podia ter ido em outra casa, de qualquer um, porque assim ficava mais bonito. Já que é bagunça mesmo, né?(…) Eu perguntei pra ele: ‘E você também foi (demitido)?’. Ele respondeu: ‘Não, Leão, eu vou continuar. Eu nunca fui a uma Copa do Mundo, eu gostaria de ir’. Eu falei: ‘Então vá, que é muito bonito a participação na Copa do Mundo. Então, vá’. E ele foi”, concluiu.
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