Entenda como brasileiras eram escravizadas sexualmente na Europa

A rede criminosa operada por mentes cruéis cooptava vítimas por meio de falsas promessas publicadas nas redes sociais

Jul 16, 2025 - 02:20
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Entenda como brasileiras eram escravizadas sexualmente na Europa

Bélgica, Grécia, Itália e Montenegro. As propagandas articuladas pela rede criminosa que enganava e escravizava sexualmente mulheres brasileiras eram pensadas exatamente para atrair as vítimas a um cenário repleto de tortura e crueldade.

As promessas de emprego na Europa com salários tentadores eram espalhadas de forma calculada para alcançar o público desejado: mulheres jovens, bonitas, saudáveis e com ambição de crescimento financeiro.

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As mensagens escritas pelos criminosos eram quase como um panfleto promocional de agências de turismo.  “Comida deliciosa, atmosfera incrível e arquitetura antiga. Preciso de sete a 10 modelos, cara de bebê! Idades entre 18 a 24 anos, de 1,60 a 1,80 de altura”, diz um dos anúncios.

As promessas financeiras eram atraentes. Além do pagamento em euro, os “recrutadores” prometiam gorjetas e valores destinados somente aos cuidados estéticos.

Muitas caíram na armadilha. Esperançosas, elas pegaram um avião em busca da independência, e, a 7.679 quilômetros do Brasil, conheceram uma rotina obscura, repleta de ameaças, exploração financeira e violência física e psicológica.

Segundo a Polícia Federal (PF), ao desembarcar no país europeu, as jovens eram levadas para locais com aparências contraditórias àquilo que lhes haviam prometido.

Elas eram colocadas em cárcere, tinham seus documentos confiscados e então passavam a ser submetidas a condições degradantes e jornadas exaustivas.

Veja as ofertas:

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Tabela de preços

A associação especializada em traumatizar vendia as vítimas como se fossem objetos.

Logo que chegavam ao exterior, as mulheres passavam a ser precificadas e  comercializadas.

Os valores para violar seus corpos variavam entre €100 a €1000, a depender da “jornada” de cada uma. 3 imagensFechar modal.1 de 3

Arte/Metrópoles2 de 3

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Divulgação/PF

Uma função para cada criminoso

Estruturada, a organização criminosa era dividida em cargos. Na cúpula do bando, a cafetina-chefe dos prostíbulos ficava responsável por agendar os programas e trabalhava para marcar o maior número de programas possível. Isso para que as escravizadas rendessem pelo menos mil euros por dia.

Apesar da movimentação financeira ser fruto dos atos cometidos pelas vítimas, o valor total arrecadado era retido pela cafetina, que repassava pequenas quantias para as garotas traficadas. Ela foi presa na noite dessa terça-feira (15), em São Paulo.

Tráfico humano na capital do país

Destemidos, os criminosos não tinham medo de ser pegos. Violavam as leis no centro da capital da República.

As investigações da Polícia Federal (PF) revelaram que parte da rede criminosa estava instalada no Distrito Federal (DF).

Elas auxiliavam no recrutamento e agenciamento das vítimas, inclusive organizando atendimentos realizados na Europa.

O solo brasiliense é, na verdade, a terra natal da cafetina. A mulher, nascida e criada no Distrito Federal (DF) é uma ex-garota de programa que tornou-se fundadora e gerente do esquema de tráfico humano.

Investigação

As investigações foram iniciadas em maio de 2024. O inquérito policial foi instaurado com base em elementos obtidos durante as diligências e na colaboração de uma das vítimas, que relatou detalhes sobre a atividade da rede criminosa após retornar ao Brasil.

Nessa terça-feira (15/7), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação para derrubar o grupo.

O obejtivo era cumprir quatro mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em São Paulo (SP), além de um mandado de prisão preventiva, com o objetivo de coletar provas e aprofundar as investigações sobre a estrutura e o funcionamento do grupo responsável pelo aliciamento e envio das vítimas ao exterior.

Também foi determinado o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados, totalizando até R$ 6,6 milhões, bem como a apreensão de quatro passaportes e o impedimento de que as respectivas investigadas deixem o país.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de associação criminosa e tráfico de pessoas.

A investigação da PF prossegue com o objetivo de identificar todos os envolvidos e responsabilizar os autores pelos crimes cometidos.

Informações e denúncias podem ser encaminhadas, de forma anônima, ao canal da PF por meio do endereço www.gov.br/pf ou pelo telefone 194.

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Divulgação/PF

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