Erika Hilton processa Antônia Fontenelle por racismo e transfobia
Defesa da deputada diz que declarações da apresentadora configuram ofensas à honra, à dignidade e à identidade de Erika Hilton

A deputada federal Erika Hilton (PSol) entrou com uma ação judicial com pedido de indenização por danos morais contra a atriz e influenciadora Antônia Fontenelle por ataques racistas e transfóbicos em um vídeo publicado nas redes sociais. Fontenelle é acusada de racismo e transfobia após chamar a política de “preta do cabelo duro”, ao comentar um voto dela contra o aumento de pena para crimes hediondos.
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Na ação, Erika Hilton pede uma indenização de R$ 50 mil. Segundo o advogado, as falas de Fontenelle se enquadram em danos morais contra a política.
“Tais falas, amplamente disseminadas nas redes sociais, configuram ofensas à honra, à dignidade e à identidade da requerente”, argumenta o advogado.
A ação foi apresentada após a atriz fazer um vídeo nas redes sociais criticando deputados dos partidos PT e PSol— inclusive Erika Hilton — que votaram contra um projeto de lei que altera a Lei de Execução Penal para exigir o cumprimento de ao menos 80% da pena para haver progressão de regime em crimes hediondos ou equiparados. No vídeo, Fontenelle disparou diversos ataques à deputada.
“Entre os votos contrários está o de Erika Hilton. Esperar o que de você, né? Que tinha um nariz desse tamanho [fazendo sinal com o dedo] e um cabelo de preta, que é o que você é, preta, e um discurso mentiroso”, disparou Fontenelle durante o vídeo.
Ainda no vídeo, a atriz criticou a postura da deputada que, segundo ela, “quer ser uma branca loira” e citou o fato de Erika ser uma mulher trans.
“Você é preta do cabelo duro, como todos os pretos são, e isso não é demérito, mas você não quer ser uma preta do cabelo duro, você quer ser uma branca loira, só que você não é e nunca vai ser. É uma trans que teve a chance de mostrar que você poderia ter caráter independente”, acrescentou.
O vídeo publicado pela atriz já ultrapassa 30 mil visualizações e gera debates nas redes sociais. Ainda conforme a defesa de Erika Hilton, as ofensas causaram “constrangimento, humilhação e abalo psicológico, especialmente considerando sua posição como figura pública e representante política, além de sua identidade como mulher negra e transgênero, grupos historicamente vulnerabilizados”.
A reportagem tenta contato com a defesa de Antônia Fontenelle e está à disposição para manifestações.
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