Reino Unido, França, Japão e outros 22 países pedem fim imediato da guerra em Gaza e criticam 'comida a conta-gotas' a palestinos

Palestinos buscam suprimentos em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, em 22 de junho de 2025. Mahmoud Issa/Reuters O Reino Unido e outros 24 países, incluindo França, Canadá e Japão, fizeram um apelo pelo "fim imediato" da guerra na Faixa de Gaza, em um comunicado conjunto publicado nesta segunda-feira (21). "Nós (...) nos reunimos para enviar uma mensagem simples e urgente: a guerra em Gaza deve cessar imediatamente", escrevem os signatários, que consideram que "o sofrimento dos civis em Gaza atingiu novos níveis". (Veja mais abaixo a lista completa de países signatários do documento, e a íntegra da carta) ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Os países signatários da carta são Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Suécia, Suíça e Reino Unido. A declaração também foi assinada pela Comissária europeia de Igualdade, Hadja Lahbib. "O modelo de distribuição de ajuda implementado pelo governo israelense é perigoso, alimenta a instabilidade e priva os habitantes de Gaza de sua dignidade humana (...) É assustador que mais de 800 palestinos tenham sido assassinados enquanto tentavam obter ajuda", afirmam os ministros. Os cerca de dois milhões de palestinos cercados por Israel em Gaza enfrentam uma grave crise humanitária e correm risco de fome extrema após mais de 21 meses de conflito, desencadeado por um ataque terrorista sem precedentes do grupo terrorista Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, rebateu a declaração divulgada pelos países, que chamou de "desconectada da realidade", e os acusou de "passar a mensagem errada" ao Hamas. "A declaração falha em concentrar a pressão sobre o Hamas e não reconhece o papel e a responsabilidade do Hamas na situação (...) O Hamas é o único responsável pela continuidade da guerra e pelo sofrimento de ambos os lados", escreveu Marmorstein em publicação no X. A Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), uma controversa organização americana, começou suas operações de distribuição de ajuda humanitária no final de maio, após um bloqueio humanitário total de mais de dois meses imposto por Israel. O governo israelense coordena a distribuição e é alvo de críticas por parte de diversos países e pela ONU. Desde então, relatos de mortes de palestinos próximos a pontos de distribuição de ajuda humanitária têm sido quase diários. Na última terça-feira, a ONU informou ter contabilizado 875 pessoas mortas ao tentar conseguir alimentos desde o final de maio, das quais 674 morreram "perto dos locais da GHF". "A recusa do governo israelense em fornecer assistência humanitária essencial à população civil é inaceitável", denunciam. Os signatários também exigem a libertação dos reféns "cruelmente detidos" pelo Hamas. Além disso, o grupo de países expressou sua firme oposição a qualquer iniciativa destinada a modificar o território ou a demografia nos territórios palestinos ocupados, como o projeto para a construção de um enclave no sul de Gaza, chamado de "cidade humanitária" pelo governo de Israel, para onde todos os palestinos seriam direcionados Além da presença do governo belga na carta, o rei Felipe da Bélgica chamou a situação em Gaza de "uma desgraça à humanidade", manifestação considerada rara, já que o rei não costuma falar publicamente sobre assuntos internacionais. Vídeos em alta no g1 Veja abaixo a íntegra da carta: "Nós, os signatários listados abaixo, nos unimos com uma mensagem simples e urgente: a guerra em Gaza deve acabar agora. O sofrimento dos civis em Gaza atingiu profundezas inéditas. O modelo do governo israelense para a entrega de ajuda humanitária é perigoso, alimenta a instabilidade e priva os gazenses de sua dignidade humana. Condenamos o fornecimento mínimo de ajuda e o assassinato desumano de civis, incluindo crianças, que tentam suprir suas necessidades mais básicas de água e comida. É horrível que mais de 800 palestinos tenham sido mortos enquanto buscavam ajuda. A recusa do governo israelense em fornecer assistência humanitária essencial à população civil é inaceitável. Israel deve cumprir suas obrigações conforme o direito humanitário internacional. Os reféns cruelmente mantidos em cativeiro pelo Hamas desde 7 de outubro de 2023 continuam sofrendo terrivelmente. Condenamos sua detenção contínua e exigimos sua libertação imediata e incondicional. Um cessar-fogo negociado oferece a melhor esperança para trazê-los de volta e encerrar a agonia de suas famílias. Conclamamos o governo israelense a suspender imediatamente as restrições ao fluxo de ajuda humanitária e permitir com urgência que a ONU e as ONGs humanitárias realizem seu trabalho vital de forma segura e eficaz. Apelamos a todas as partes que protejam os civis e respeitem as o

Jul 21, 2025 - 14:40
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Reino Unido, França, Japão e outros 22 países pedem fim imediato da guerra em Gaza e criticam 'comida a conta-gotas' a palestinos

Palestinos buscam suprimentos em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, em 22 de junho de 2025. Mahmoud Issa/Reuters O Reino Unido e outros 24 países, incluindo França, Canadá e Japão, fizeram um apelo pelo "fim imediato" da guerra na Faixa de Gaza, em um comunicado conjunto publicado nesta segunda-feira (21). "Nós (...) nos reunimos para enviar uma mensagem simples e urgente: a guerra em Gaza deve cessar imediatamente", escrevem os signatários, que consideram que "o sofrimento dos civis em Gaza atingiu novos níveis". (Veja mais abaixo a lista completa de países signatários do documento, e a íntegra da carta) ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Os países signatários da carta são Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Suécia, Suíça e Reino Unido. A declaração também foi assinada pela Comissária europeia de Igualdade, Hadja Lahbib. "O modelo de distribuição de ajuda implementado pelo governo israelense é perigoso, alimenta a instabilidade e priva os habitantes de Gaza de sua dignidade humana (...) É assustador que mais de 800 palestinos tenham sido assassinados enquanto tentavam obter ajuda", afirmam os ministros. Os cerca de dois milhões de palestinos cercados por Israel em Gaza enfrentam uma grave crise humanitária e correm risco de fome extrema após mais de 21 meses de conflito, desencadeado por um ataque terrorista sem precedentes do grupo terrorista Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, rebateu a declaração divulgada pelos países, que chamou de "desconectada da realidade", e os acusou de "passar a mensagem errada" ao Hamas. "A declaração falha em concentrar a pressão sobre o Hamas e não reconhece o papel e a responsabilidade do Hamas na situação (...) O Hamas é o único responsável pela continuidade da guerra e pelo sofrimento de ambos os lados", escreveu Marmorstein em publicação no X. A Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), uma controversa organização americana, começou suas operações de distribuição de ajuda humanitária no final de maio, após um bloqueio humanitário total de mais de dois meses imposto por Israel. O governo israelense coordena a distribuição e é alvo de críticas por parte de diversos países e pela ONU. Desde então, relatos de mortes de palestinos próximos a pontos de distribuição de ajuda humanitária têm sido quase diários. Na última terça-feira, a ONU informou ter contabilizado 875 pessoas mortas ao tentar conseguir alimentos desde o final de maio, das quais 674 morreram "perto dos locais da GHF". "A recusa do governo israelense em fornecer assistência humanitária essencial à população civil é inaceitável", denunciam. Os signatários também exigem a libertação dos reféns "cruelmente detidos" pelo Hamas. Além disso, o grupo de países expressou sua firme oposição a qualquer iniciativa destinada a modificar o território ou a demografia nos territórios palestinos ocupados, como o projeto para a construção de um enclave no sul de Gaza, chamado de "cidade humanitária" pelo governo de Israel, para onde todos os palestinos seriam direcionados Além da presença do governo belga na carta, o rei Felipe da Bélgica chamou a situação em Gaza de "uma desgraça à humanidade", manifestação considerada rara, já que o rei não costuma falar publicamente sobre assuntos internacionais. Vídeos em alta no g1 Veja abaixo a íntegra da carta: "Nós, os signatários listados abaixo, nos unimos com uma mensagem simples e urgente: a guerra em Gaza deve acabar agora. O sofrimento dos civis em Gaza atingiu profundezas inéditas. O modelo do governo israelense para a entrega de ajuda humanitária é perigoso, alimenta a instabilidade e priva os gazenses de sua dignidade humana. Condenamos o fornecimento mínimo de ajuda e o assassinato desumano de civis, incluindo crianças, que tentam suprir suas necessidades mais básicas de água e comida. É horrível que mais de 800 palestinos tenham sido mortos enquanto buscavam ajuda. A recusa do governo israelense em fornecer assistência humanitária essencial à população civil é inaceitável. Israel deve cumprir suas obrigações conforme o direito humanitário internacional. Os reféns cruelmente mantidos em cativeiro pelo Hamas desde 7 de outubro de 2023 continuam sofrendo terrivelmente. Condenamos sua detenção contínua e exigimos sua libertação imediata e incondicional. Um cessar-fogo negociado oferece a melhor esperança para trazê-los de volta e encerrar a agonia de suas famílias. Conclamamos o governo israelense a suspender imediatamente as restrições ao fluxo de ajuda humanitária e permitir com urgência que a ONU e as ONGs humanitárias realizem seu trabalho vital de forma segura e eficaz. Apelamos a todas as partes que protejam os civis e respeitem as obrigações do direito humanitário internacional. Propostas para transferir a população palestina para uma 'cidade humanitária' são completamente inaceitáveis. O deslocamento forçado permanente constitui violação do direito humanitário internacional. Oposição firme a qualquer medida que implique mudança territorial ou demográfica nos Territórios Palestinos Ocupados. O plano de assentamento E1, anunciado pela Administração Civil de Israel, se implementado, dividiria um futuro Estado palestino em dois, representando uma violação flagrante do direito internacional e prejudicando gravemente a solução de dois Estados. Enquanto isso, a construção de assentamentos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, acelerou, assim como a violência de colonos contra palestinos. Isso precisa parar. Pedimos que as partes e a comunidade internacional se uniam em um esforço comum para pôr fim a esse conflito terrível, por meio de um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente. Mais derramamento de sangue não serve a nenhum propósito. Reafirmamos nosso total apoio aos esforços dos Estados Unidos, Catar e Egito para alcançar esse objetivo. Estamos preparados para tomar medidas adicionais para apoiar um cessar-fogo imediato e um caminho político rumo à segurança e à paz para israelenses, palestinos e toda a região."

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