EUA tentaram convencer piloto de avião presidencial a trair Maduro, diz agência
Um agente federal dos Estados Unidos tentou convencer o piloto-chefe de Nicolás Maduro a desviar o avião presidencial venezuelano para o líder ser capturado por autoridades americanas, segundo uma investigação da agência Associated Press (AP).
A proposta foi feita durante um encontro secreto em um hangar de aeroporto, e incluía uma promessa direta: se ajudasse na captura de Maduro, o piloto se tornaria “muito rico”. O piloto, identificado pela AP como o general venezuelano Bitner Villegas, entregou ao agente seu número de celular — gesto interpretado como sinal de possível interesse.
O plano começou a ser elaborado em abril de 2024, quando um informante apareceu na embaixada dos EUA na República Dominicana afirmando ter informações sobre aviões usados por Maduro.
A embaixada estava fechada, embora o agente americano Edwin Lopez ainda estivesse em sua mesa. Ele recebeu um cartão 3x5 com o nome e o número de telefone do informante. Ao ligar, o informante alegou que dois aviões usados por Maduro estavam na República Dominicana passando por reparos caros.
Lopez ficou intrigado: ele sabia que qualquer manutenção provavelmente seria uma violação criminal segundo a lei americana, pois envolveria a compra de peças americanas, proibida pelas sanções à Venezuela.
Localizar as aeronaves foi fácil – elas estavam alojadas no aeroporto executivo La Isabela, em Santo Domingo. Rastreá-las até Maduro levaria meses para os investigadores federais. Ele então pensou: e se ele conseguisse persuadir o piloto a levar Maduro para um lugar onde os EUA pudessem prendê-lo?
Conversa com o piloto
Segundo a AP, o agente recebeu autorização para interrogar os pilotos. Durante as conversas, Lopez fingiu não saber que os aviadores voavam para Maduro, até chegar ao alvo principal: o piloto pessoal do presidente.
✈️ Villegas era membro da guarda de honra presidencial de elite e coronel da Força Aérea Venezuelana. Os aviões que ele pilotava eram usados para transportar Maduro ao redor do mundo. Em um vídeo de dezembro de 2023 postado online por Maduro, Villegas pode ser visto segurando um rádio na cabine.
Lopez chamou Villegas para a sala, e eles conversaram por um tempo sobre celebridades que o piloto havia transportado, seu serviço militar e os tipos de jatos que ele tinha licença para pilotar. O agente então foi direto ao ponto, questionando se ele há havia pilotado para Chávez ou Maduro? Villegas tentou inicialmente se esquivar das perguntas, mas acabou admitindo ter sido piloto de ambos os líderes.
Foi então que Lopez fez a proposta: desviar secretamente o avião presidencial para um destino onde o governo americano pudesse prender Maduro — como Porto Rico, Guantánamo ou a República Dominicana. Em troca, o piloto receberia dinheiro e seria tratado como herói nacional.
Trocas de mensagens e tentativa de manipular Maduro
Após o encontro, os pilotos voltaram à Venezuela sem as aeronaves. O governo americano iniciou, então, um processo de confisco dos jatos, que acabou apreendido em duas etapas: uma em setembro de 2024 e outra em fevereiro de 2025.
Mesmo aposentado, Lopez manteve contato com Villegas. Segundo a AP, os dois trocaram mensagens pelo WhatsApp e Telegram por meses. Em uma das conversas, o agente anexou o comunicado do Departamento de Justiça americano que dobrava a recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões.
“Ainda há tempo para ser o herói da Venezuela e estar do lado certo da história”, escreveu Lopez em uma das mensagens.
Mas Villegas nunca respondeu. Em uma última tentativa, o agente mencionou os filhos do piloto e prometeu um futuro melhor nos EUA. Pouco depois, foi bloqueado.
De acordo com a AP, Lopez e aliados da oposição venezuelana então decidiram tentar “abalar” Maduro, publicando nas redes sociais imagens e mensagens que insinuavam uma possível traição dentro da Força Aérea.
O ex-oficial americano Marshall Billingslea, ligado a governos republicanos, chegou a parabenizar Villegas publicamente em tom irônico, usando uma foto dele em um hangar — a mesma tirada durante o encontro com Lopez.
Minutos depois da postagem, o avião presidencial de Maduro retornou inesperadamente ao aeroporto de Caracas, alimentando rumores de que o piloto poderia ter sido interrogado. Dias mais tarde, Villegas reapareceu na televisão estatal, em silêncio, ao lado do ministro Diosdado Cabello, que o chamou de “patriota inabalável”.
Operação expõe esforços dos EUA para derrubar Maduro
A reportagem também aponta que, desde que Donald Trump voltou à Casa Branca, o governo americano endureceu sua postura contra a Venezuela. Milhares de soldados, helicópteros e navios foram enviados ao Caribe para reprimir embarcações suspeitas de transportar cocaína, em operações que deixaram ao menos 57 mortos.
Neste mês, Trump autorizou a CIA a realizar ações secretas dentro do território venezuelano e elevou novamente a recompensa pela prisão de Maduro.
Nem o Departamento de Segurança Interna nem o Departamento de Estado dos EUA comentaram o caso.
Um agente federal dos Estados Unidos tentou convencer o piloto-chefe de Nicolás Maduro a desviar o avião presidencial venezuelano para o líder ser capturado por autoridades americanas, segundo uma investigação da agência Associated Press (AP).
A proposta foi feita durante um encontro secreto em um hangar de aeroporto, e incluía uma promessa direta: se ajudasse na captura de Maduro, o piloto se tornaria “muito rico”. O piloto, identificado pela AP como o general venezuelano Bitner Villegas, entregou ao agente seu número de celular — gesto interpretado como sinal de possível interesse.
O plano começou a ser elaborado em abril de 2024, quando um informante apareceu na embaixada dos EUA na República Dominicana afirmando ter informações sobre aviões usados por Maduro.
A embaixada estava fechada, embora o agente americano Edwin Lopez ainda estivesse em sua mesa. Ele recebeu um cartão 3x5 com o nome e o número de telefone do informante. Ao ligar, o informante alegou que dois aviões usados por Maduro estavam na República Dominicana passando por reparos caros.
Lopez ficou intrigado: ele sabia que qualquer manutenção provavelmente seria uma violação criminal segundo a lei americana, pois envolveria a compra de peças americanas, proibida pelas sanções à Venezuela.
Localizar as aeronaves foi fácil – elas estavam alojadas no aeroporto executivo La Isabela, em Santo Domingo. Rastreá-las até Maduro levaria meses para os investigadores federais. Ele então pensou: e se ele conseguisse persuadir o piloto a levar Maduro para um lugar onde os EUA pudessem prendê-lo?
Conversa com o piloto
Segundo a AP, o agente recebeu autorização para interrogar os pilotos. Durante as conversas, Lopez fingiu não saber que os aviadores voavam para Maduro, até chegar ao alvo principal: o piloto pessoal do presidente.
✈️ Villegas era membro da guarda de honra presidencial de elite e coronel da Força Aérea Venezuelana. Os aviões que ele pilotava eram usados para transportar Maduro ao redor do mundo. Em um vídeo de dezembro de 2023 postado online por Maduro, Villegas pode ser visto segurando um rádio na cabine.
Lopez chamou Villegas para a sala, e eles conversaram por um tempo sobre celebridades que o piloto havia transportado, seu serviço militar e os tipos de jatos que ele tinha licença para pilotar. O agente então foi direto ao ponto, questionando se ele há havia pilotado para Chávez ou Maduro? Villegas tentou inicialmente se esquivar das perguntas, mas acabou admitindo ter sido piloto de ambos os líderes.
Foi então que Lopez fez a proposta: desviar secretamente o avião presidencial para um destino onde o governo americano pudesse prender Maduro — como Porto Rico, Guantánamo ou a República Dominicana. Em troca, o piloto receberia dinheiro e seria tratado como herói nacional.
Trocas de mensagens e tentativa de manipular Maduro
Após o encontro, os pilotos voltaram à Venezuela sem as aeronaves. O governo americano iniciou, então, um processo de confisco dos jatos, que acabou apreendido em duas etapas: uma em setembro de 2024 e outra em fevereiro de 2025.
Mesmo aposentado, Lopez manteve contato com Villegas. Segundo a AP, os dois trocaram mensagens pelo WhatsApp e Telegram por meses. Em uma das conversas, o agente anexou o comunicado do Departamento de Justiça americano que dobrava a recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões.
“Ainda há tempo para ser o herói da Venezuela e estar do lado certo da história”, escreveu Lopez em uma das mensagens.
Mas Villegas nunca respondeu. Em uma última tentativa, o agente mencionou os filhos do piloto e prometeu um futuro melhor nos EUA. Pouco depois, foi bloqueado.
De acordo com a AP, Lopez e aliados da oposição venezuelana então decidiram tentar “abalar” Maduro, publicando nas redes sociais imagens e mensagens que insinuavam uma possível traição dentro da Força Aérea.
O ex-oficial americano Marshall Billingslea, ligado a governos republicanos, chegou a parabenizar Villegas publicamente em tom irônico, usando uma foto dele em um hangar — a mesma tirada durante o encontro com Lopez.
Minutos depois da postagem, o avião presidencial de Maduro retornou inesperadamente ao aeroporto de Caracas, alimentando rumores de que o piloto poderia ter sido interrogado. Dias mais tarde, Villegas reapareceu na televisão estatal, em silêncio, ao lado do ministro Diosdado Cabello, que o chamou de “patriota inabalável”.
Operação expõe esforços dos EUA para derrubar Maduro
A reportagem também aponta que, desde que Donald Trump voltou à Casa Branca, o governo americano endureceu sua postura contra a Venezuela. Milhares de soldados, helicópteros e navios foram enviados ao Caribe para reprimir embarcações suspeitas de transportar cocaína, em operações que deixaram ao menos 57 mortos.
Neste mês, Trump autorizou a CIA a realizar ações secretas dentro do território venezuelano e elevou novamente a recompensa pela prisão de Maduro.
Nem o Departamento de Segurança Interna nem o Departamento de Estado dos EUA comentaram o caso. O governo venezuelano também não respondeu a pedidos de posicionamento da Associated Press.
tibauemacao.
Eu sou a senhora Rosa Alves este e o nosso Web Portal Noticias Atualizadas Diariamente