Ex-premiê de Bangladesh é condenada à morte por crimes contra a humanidade

A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina Reuters/Andrew Gombert/Pool A ex-primeira-ministra de Bangladesh Sheikh Hasina foi condenada nesta segunda-feira (17) à morte por crimes contra a humanidade. Em um julgamento que se arrastou por meses, Hasina foi considerada culpada por ordenar uma violenta repressão a manifestações de estudantes no ano passado. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "Todos os elementos constitutivos de um crime contra a humanidade estão reunidos. Decidimos impor uma única pena, a pena de morte", declarou o juiz Golam Mortuza Mozumder. Em resposta, Hasina afirmou que a sentença é "enviesada e com motivação política" e questionou a isonomia do tribunal que a julgou. Ela defendeu que seu governo "perdeu o controle da situação" durante o levante estudantil, porém "não é possível caracterizar o que ocorreu como um ataque premeditado contra cidadãos". A ex-premiê disse também que não teve acesso à ampla defesa e que pretende "enfrentar meus acusadores em um tribunal adequado, onde as provas possam ser avaliadas e examinadas de forma justa". Mais de 100 pessoas morrem em protestos em Bangladesh A decisão ocorre meses antes das eleições parlamentares, previstas para fevereiro. O partido de Hasina, a Liga Awami, foi impedido de concorrer, e teme-se que o veredito desta segunda possa alimentar novas revoltas populares antes da votação. O Tribunal de Crimes Internacionais, o tribunal interno de crimes de guerra de Bangladesh localizado na capital Daca, anunciou o veredito sob forte esquema de segurança e na ausência de Hasina, que fugiu para a Índia em agosto de 2024. Ela pode recorrer da sentença à Suprema Corte do país. Antes do anúncio do veredito, Sajeeb Wazed, filho e assessor de Hasina, disse à agência de notícias Reuters que eles não recorreriam da sentença a menos que um governo democraticamente eleito assumisse o poder com a participação da Liga Awami. Maior violência desde a independência Durante o julgamento, os promotores informaram ao tribunal que haviam encontrado evidências de uma ordem direta de Hasina para usar força letal na repressão a uma série de protestos de estudantes entre julho e agosto de 2024. Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), até 1.400 pessoas podem ter sido mortas durante os protestos entre 15 de julho e 5 de agosto de 2024 —a maioria por disparos das forças de segurança. Milhares ficaram feridos. Trata-se da maior violência em Bangladesh desde a guerra de independência, em 1971. Hasina foi representada no julgamento por um defensor público nomeado pelo Estado, que afirmou ao tribunal que as acusações eram infundadas e pediu a absolvição da ex-premiê. Premiê de Bangladesh foge do país e manifestantes invadem residência oficial Zika, 10 anos: as mães da epidemia; OUÇA O Assunto

Nov 17, 2025 - 07:30
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Ex-premiê de Bangladesh é condenada à morte por crimes contra a humanidade
A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina Reuters/Andrew Gombert/Pool A ex-primeira-ministra de Bangladesh Sheikh Hasina foi condenada nesta segunda-feira (17) à morte por crimes contra a humanidade. Em um julgamento que se arrastou por meses, Hasina foi considerada culpada por ordenar uma violenta repressão a manifestações de estudantes no ano passado. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "Todos os elementos constitutivos de um crime contra a humanidade estão reunidos. Decidimos impor uma única pena, a pena de morte", declarou o juiz Golam Mortuza Mozumder. Em resposta, Hasina afirmou que a sentença é "enviesada e com motivação política" e questionou a isonomia do tribunal que a julgou. Ela defendeu que seu governo "perdeu o controle da situação" durante o levante estudantil, porém "não é possível caracterizar o que ocorreu como um ataque premeditado contra cidadãos". A ex-premiê disse também que não teve acesso à ampla defesa e que pretende "enfrentar meus acusadores em um tribunal adequado, onde as provas possam ser avaliadas e examinadas de forma justa". Mais de 100 pessoas morrem em protestos em Bangladesh A decisão ocorre meses antes das eleições parlamentares, previstas para fevereiro. O partido de Hasina, a Liga Awami, foi impedido de concorrer, e teme-se que o veredito desta segunda possa alimentar novas revoltas populares antes da votação. O Tribunal de Crimes Internacionais, o tribunal interno de crimes de guerra de Bangladesh localizado na capital Daca, anunciou o veredito sob forte esquema de segurança e na ausência de Hasina, que fugiu para a Índia em agosto de 2024. Ela pode recorrer da sentença à Suprema Corte do país. Antes do anúncio do veredito, Sajeeb Wazed, filho e assessor de Hasina, disse à agência de notícias Reuters que eles não recorreriam da sentença a menos que um governo democraticamente eleito assumisse o poder com a participação da Liga Awami. Maior violência desde a independência Durante o julgamento, os promotores informaram ao tribunal que haviam encontrado evidências de uma ordem direta de Hasina para usar força letal na repressão a uma série de protestos de estudantes entre julho e agosto de 2024. Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), até 1.400 pessoas podem ter sido mortas durante os protestos entre 15 de julho e 5 de agosto de 2024 —a maioria por disparos das forças de segurança. Milhares ficaram feridos. Trata-se da maior violência em Bangladesh desde a guerra de independência, em 1971. Hasina foi representada no julgamento por um defensor público nomeado pelo Estado, que afirmou ao tribunal que as acusações eram infundadas e pediu a absolvição da ex-premiê. Premiê de Bangladesh foge do país e manifestantes invadem residência oficial Zika, 10 anos: as mães da epidemia; OUÇA O Assunto

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