FAB x PM: sargento que esfaqueou major em briga de trânsito é solto
Juiz que soltou sargento da FAB divergiu de magistrado que manteve prisão e classificou agressão como ato de “audácia e crueldade”

O sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) Pedro Luiz Souza Pinto, acusado de golpear com ao menos sete facadas o major da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Renato Moreira Martins, durante uma discussão de trânsito, foi solto após recurso da defesa em 25 de setembro. Ele havia tido a prisão convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada em 9 de setembro.
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“Evidente periculosidade social”
Antes de ser colocado em liberdade, o juiz da Vara Criminal de Alexânia, Fernando Augusto Chacha de Rezende, havia mantido a prisão preventiva do sargento, que considerou o crime marcado por “audácia e crueldade”. Ainda segundo o magistrado, a liberdade dele representava risco à ordem pública e demonstrava “evidente periculosidade social”.
No entando, a defesa recorreu, e o relator do caso na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás, juiz Hamilton Gomes Carneiro, entendeu que a agressão não se tratava de rixa antiga, mas de um desentendimento de trânsito. Com esse argumento, determinou a libertação do militar.
Veja trecho da audiência:
Entenda o caso:
- A briga ocorreu em 7 de setembro, na BR-060, em Alexânia (GO), no Entorno do Distrito Federal.
- O episódio terminou com o major ferido no abdômen, tórax, mãos e perna.
- A gravidade dos ferimentos levou à sua transferência de um hospital em Alexânia para Brasília.
- O caso foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia de Águas Lindas como lesão corporal grave.
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Major hospitalizadoImagem cedida ao Metrópoles2 de 9
Panturrilha esfaqueadaImagem cedida ao Metrópoles3 de 9
Costas da vítimaImagem cedida ao Metrópoles4 de 9
Barriga do majorImagem cedida ao Metrópoles5 de 9
Os dedos cortados do major da PMDFImagem cedida ao Metrópoles6 de 9
Termo de apreensão que menciona facaImagem cedida ao Metrópoles7 de 9
Faca que o militar da FAB usou para esfaquear o major da PMImagem cedida ao Metrópoles8 de 9
Mulher e filho viram major da PM ser esfaqueado por sargento da FABReprodução / @recantoalerta_oficial9 de 9
Pedro Luiz Souza PintoReprodução / Redes sociais
A versão da defesa
A advogada Patrícia Zapponi, que representa o sargento, procurou a coluna Na Mira para esclarecer pontos sobre o caso. Ela afirmou que, na época do crime, nem Pedro nem sua esposa, Ana Bárbara Caliman Souza da Silva Pinto, foram ouvidos formalmente pela polícia.
Segundo Zapponi , Ana chegou a relatar no processo que a família voltava de um aniversário em Anápolis (GO) com a filha de dois anos quando um veículo começou a fechar o carro de Pedro, forçando-o a parar. O condutor, segundo ela, gritava e gesticulava.
Ana afirmou que, ao sair do carro, o marido foi agredido e arrastado para o gramado. Ela disse que pediu calma e socorro da janela do veículo. Em seguida, o outro motorista se identificou como policial, e Pedro respondeu que era sargento da Aeronáutica.
De acordo com a esposa, a faca só foi usada para tentar que o marido fosse solto, já que estava sendo agredido. Uma testemunha teria retirado a arma e guardado em outro veículo, mas, depois, a esposa do major a pegou novamente. Ana ainda relatou ter temido que o policial e o filho matassem seu marido.
A defesa também alegou que documentos de Pedro teriam sido recolhidos pela esposa do major e nunca devolvidos.
Questionada sobre o motivo de Pedro portar uma faca, a advogada afirmou que o militar carregava um canivete por ser integrante da equipe de salvamento da Aeronáutica: “Se precisar cortar um cinto de segurança, ele está preparado. Além disso, tem uma filha pequena, e pode ser necessário usá-lo em situações simples, como cortar uma fruta”, disse.
A defesa do sargento da FAB afirmou que Pedro foi impedido de prestar depoimento à polícia, mas Zapponi conseguiu que ele fosse ouvido depois, já preso.
Veja o que o sargento disse em depoimento:
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