“Floresta de maconha”: cantor Gustavo Fildzz é condenado por tráfico
Gustavo Fildzz e caseiro Wagner Gonçalves cumprirão pena em liberdade após condenação por tráfico sem vínculo com organizações criminosas
A Justiça de Praia Grande, no litoral de São Paulo, condenou o músico Gustavo Fildzz, da banda Aliados, a dois anos em regime aberto pelo crime de tráfico privilegiado. Fildzz, cujo nome é Gustavo Tavares da Mata Barreto, respondia em liberdade após ser acusado de plantar uma “floresta de maconha” para vender a droga nos seus shows e também fornecê-la a um traficante da Baixada Santista, no litoral paulista.
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Gustavo Fildzz, vocalista da banda Aliados, de SantosReprodução/Redes Sociais
Gustavo Fildzz, vocalista da banda Aliados, de SantosReprodução/Redes Sociais
Gustavo Fildzz, vocalista da banda Aliados, de SantosReprodução/Redes Sociais
Gustavo Fildzz, vocalista da banda Aliados, de SantosReprodução/Redes Sociais
Gustavo Fildzz, vocalista da banda Aliados, de SantosReprodução/Redes Sociais
Gustavo Fildzz, vocalista da banda Aliados, de SantosReprodução/Redes Sociais
Apontado como caseiro do músico, Wagner Rosario Gonçalves também foi condenado e recebeu pena de 1 ano e nove meses em regime aberto.
Quem é Gustavo Fildzz
- Vocalista da banda de rock Aliados, de Santos, Fildzz é figura bastante conhecida no litoral paulista.
- O grupo se apresentou no festival Lollapalooza em 2023.
- Após a prisão, ele anunciou a volta aos palcos em novembro de 2023 e agradeceu o apoio.
- “Tempos de dificuldade eles trazem a reflexão e certamente nos fortalecem. Obrigado a todos os meus aliados, vocês são essenciais na minha vida. O medo do fim não faz mais efeito em mim… Podem tentar me atingir, podem me mandar pra onde for…. Meu escudo vai do céu até o chão”, disse.
- Nas redes sociais, além da música, o artista compartilha momentos dedicados aos esportes radicais, especialmente o surfe.
O juiz Fernando Cesar do Nascimento enquadrou a dupla por tráfico privilegiado, quando o réu não tem vínculo com organizações criminosas. Por isso, a pena foi reduzida em dois terços. Como medidas alternativas à prisão, Gustavo Fildzz deverá prestar serviços à comunidade e pagar dois salários-mínimos e meio a uma instituição beneficente. Já o caseiro Wagner Gonçalves deverá prestar serviços à comunidade e pagar dois salários-mínimos.
Procurada pelo Metrópoles, a defesa de Wagner Rosário afirmou que vai recorrer da decisão. “Wagner nunca foi traficante, é uma pessoa trabalhadora, com vida lícita e dedicada. Ao longo do processo, já conseguimos derrubar diversas acusações feitas no primeiro momento, inclusive a de associação para o tráfico. Seguiremos recorrendo e trabalhando para comprovar que Wagner não tem qualquer vínculo com o tráfico de drogas”, afirmaram os advogados João Henrique Lara e Marcos Jesuíno.
A defesa de Gustavo Fildzz não retornou até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto.
Prisão do cantor
O cantor foi preso em flagrante pela Polícia Civil durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na sua casa em agosto de 2023. Ele estava dormindo e foi acordado com a chegada dos policiais em seu quarto (veja abaixo).
Com ele, os policiais encontraram R$ 3,1 mil, em espécie, e apreenderam pés de maconha, cultivados em estufas, além ampolas de óleo extraído das plantas e de drogas já produzidas.
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O MPSP afirma que Gustavo Fildzz produzia “maconha em larga escala” em três imóveis, localizados na Rua Vereador Henrique Soler, em Santos, e nas Ruas Primeiro Primeiro de Janeiro e Heitor Sanchez, ambos em Praia Grande. Também eram produzidas nos locais drogas derivadas, como skunk e haxixe.
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Cantor Gustavo FIldzz foi preso em flagrante em agosto de 2023Reprodução
Para investigação, cantor Gustavo FIldzz produzia maconha para venderReprodução
Polícia encontrou "floresta de maconha" em imóveis ligados a Gustavo FIldzzReprodução
Polícia cumpriu mandado na casa do cantor Gustavo Fildzz
Investigadores fizeram campana no endereçoReprodução
Com base em relatos de testemunhas e em campanhas feitas na frente dos imóveis, investigadores afirmam que a maior parte dos entorpecentes era revendida para um “notório traficante” da região.
“[Gustavo Fildzz] produzia (…) maconha em larga escala com o fim de comercializá-la nos espetáculos de seu grupo musical, conhecido como ‘Aliados’, e, sobretudo, revendê-la a notório traficante, apelidado de Kabeça”, diz o MPSP à Justiça.
O advogado Eugênio Malavasi, que representa o cantor, alega que a prisão foi desnecessária.
“Os elementos probatórios colhidos dos autos demonstram a ausência de periculosidade do defendido, bem como a clarividente possibilidade de que os fatos retratados no auto de prisão em flagrante não se repitam”, afirma, no processo.
Ainda segundo a defesa, Gustavo Fildzz faria “uso terapêutico [de maconha] para aliviar sintomas de ansiedade e insônia, justificando a utilização de diversas doses fracionadas ao longo do dia”.
Gustavo e Wagner foram soltos em outubro de 2023 após o juiz Vinicius de Toledo Piza Peluso afirmar que não havia requisitos legais para manter a dupla detida.
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