Fontes militares contrariam Trump sobre dano a programa nuclear do Irã

À mídia norte-americana, avaliações preliminares da inteligência dos EUA contradizem falas do presidente Donald Trump sobre danos ao Irã

Jun 24, 2025 - 23:30
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Fontes militares contrariam Trump sobre dano a programa nuclear do Irã

Avaliações preliminares da inteligência dos Estados Unidos (EUA) contradizem as afirmações do presidente Donald Trump de que os ataques americanos ao Irã “obliteraram completamente” as instalações nucleares do país. As informações foram obtidas pelo The New York Times e CNN Internacional.

Nessa segunda-feira (23/6), Trump comemorou a precisão dos ataques norte-americanos a três instalações nuclerares iranianas, ocorridos na noite de sábado (21/6).

“Danos monumentais foram causados ​​a todas as instalações nucleares do Irã, como mostram imagens de satélite. Obliteração é um termo preciso. A estrutura branca mostrada está profundamente incrustada na rocha, com até mesmo seu teto bem abaixo do nível do solo e completamente protegido das chamas”, disse Trump.

Relatórios classificados da Agência de Inteligência de Defesa (DIA), no entanto, indicam que os bombardeios causaram danos significativos, mas não destruíram as estruturas subterrâneas críticas do programa nuclear iraniano, retardando-o em apenas alguns meses — e não anos, como sugerido pela retórica oficial. 7 imagensProtestos em LA aumentam as tensões políticas entre Trump e democratasDonald TrumpPresidente dos Estados Unidos, Donald TrumpO anúncio, em abril de 2025, do pacote de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem impactado diversas áreas da economia, entre elas a modaFechar modal.1 de 7

Presidente Donald Trump fala durante parada militar em Washington Andrew Harnik/Getty Images 2 de 7

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Presidente dos Estados Unidos, Donald TrumpReprodução6 de 7

O anúncio, em abril de 2025, do pacote de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem impactado diversas áreas da economia, entre elas a modavia Getty Images7 de 7

Presidente Donald Trump discursa na celebração dos 100 dias de governoScott Olson/Getty Images

Sem colapso subterrâneo

Segundo o The New York Times, os ataques selaram as entradas de duas instalações, sendo elas Fordow e Natanz, mas não colapsaram seus interiores subterrâneos. O relatório da DIA estima que, se o Irã decidisse produzir uma bomba nuclear, o processo levaria menos de seis meses, contra os três meses previstos antes dos bombardeios.

A CNN Internacional acrescenta que grande parte do urânio enriquecido do Irã foi movido antes dos ataques e que as centrífugas permanecem “intactas”. À mídia norte-americana, fontes afirmam que o material nuclear pode ter sido transferido para locais secretos, não atingidos pela operação.

Enquanto Trump e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, insistem que as instalações foram “totalmente destruídas”, autoridades militares e de inteligência são mais cautelosas. O general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto, admitiu que é “muito cedo” para avaliar o impacto real e que os ataques foram planejados para “degradar severamente” a infraestrutura, não eliminá-la.

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Versão da Casa Branca

A Casa Branca rejeitou os relatórios, acusando “vazamentos” de serem parte de um esforço para “menosprezar Trump”. Karoline Leavitt, porta-voz presidencial, afirmou que as bombas de 13,6 mil kg usadas nos ataques causaram “destruição total”.

“Esta suposta avaliação está completamente equivocada e foi classificada como ‘ultrassecreta’, mas mesmo assim foi vazada para a CNN por um perdedor anônimo e de baixo escalão da comunidade de inteligência”, disse Karoline Leavitt.

Avaliações israelenses, citadas pela CNN, sugerem que os danos em Fordow foram menores que o esperado, embora autoridades do país acreditem que a combinação de ataques dos EUA e de Israel possa ter atrasado o programa iraniano em até dois anos, desde que o Irã não reconstrua as instalações, algo que Israel promete impedir.

Israel com foco em Gaza

O chefe das forças armadas de Israel, Eyal Zamir, disse, nesta terça-feira (24/6), que os esforços israelenses contra o Irã foram encerrados e que agora é “hora de se concentrar em Gaza”. O chefe do Estado-Maior realizou uma avaliação da situação com membros do Fórum do Estado-Maior, após o cessar-fogo com o Irã entrar em vigor.

Zamir avaliou que, apesar da “conquista fenomenal”, ainda é preciso que Israel se mantenha firme.

“Muitos desafios nos aguardam. Precisamos manter o foco, não há tempo para descansar sobre os louros. Agora o foco retorna para Gaza, para devolver os sequestrados e derrubar o regime do Hamas. Estou orgulhoso de estar no comando da organização neste momento”, afirmou.

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