Genro de homem com botulismo foi internado com mesmos sintomas no DF

Dias antes de homem de 57 anos ser diagnosticado com botulismo, genro foi internado com os mesmos sintomas após consumir pimenta

Oct 23, 2025 - 04:30
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Genro de homem com botulismo foi internado com mesmos sintomas no DF

O homem de 57 anos que foi diagnosticado com botulismo no Distrito Federal ingeriu uma pimenta em conserva contaminada. O tempero seria caseiro e não era regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além dele, o genro também teve os mesmos sintomas, dias antes após consumir a mesma pimenta.

Ao Metrópoles o genro contou que apresentou os primeiros sintomas da doença em 30 de agosto. Samuel Álefe, 25 anos, relatou que sentiu dores no estômago e teve episódios de vômito. Nos dias seguintes, a situação se agravou. O homem procurou atendimento médico e foi internado em um hospital particular do DF, onde recebeu, inicialmente, o diagnóstico de labirintite.

“Foi uma negligência. Eu estava morrendo dentro do hospital. Disseram que iam tratar como labirintite, mas não era nada disso”, conta o comerciante de veículos.

As crises de vômito, visão dupla e fraqueza aumentaram. “Quatro dias depois, consegui ser internado no Hospital de Base. Lá comecei a receber a medicação com imunoglobulina, para tratar miastenia grave ou síndrome de Guillain-Barré, e comecei a melhorar”, diz.

Ele recebeu alta em 12 de setembro. Mas o alívio durou pouco. Na mesma noite, o sogro após consumir a pimenta em conserva passou a sentir os mesmos sintomas: dor abdominal, visão dupla e fraqueza intensa.

“Quando foi no dia 13 de setembro, ele já acordou com os mesmos sintomas que eu tive antes de ser hospitalizado”, conta. Em três dias, o sogro de Samuel foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular na Asa Sul. O médico suspeitou de um possível quadro de botulismo, visto que o genro do homem também havia apresentado os mesmos sintomas dias antes. Ambos tinham consumido a pimenta em conserva.

O homem de 57 anos recebeu a antitoxina no sexto dia de sintomas. O medicamento é usado para tratar o botulismo e funciona neutralizando a toxina, impedindo que ela cause a progressão da doença. Ele permaneceu internado por 20 dias, sendo 13 deles na UTI. Agora, o homem segue em reabilitação em casa.

A Secretaria de Saúde (SES-DF) confirmou laboratorialmente a presença da toxina botulínica na conserva de pimenta que os homens consumiram. O caso foi notificado e as unidades de saúde do DF foram alertadas para observarem o possível surgimento de outros casos. Até o momento, não houve novos relatos de casos suspeitos.

Doença rara

Em Brasília, foram apenas três casos confirmados oficialmente em toda a história, sendo o último há dois anos, em 2022, segundo a SES-DF. O primeiro caso registrado foi em 2007.

A paciente que sofreu com a doença em 2022 é Doralice Goes. Ela foi contaminada ao consumir um molho pesto, comprado em uma feira em Brasília.

De acordo com a secretaria, o botulismo é uma emergência neurológica. É uma doença paralítica aguda, grave e rara, causada pela neurotoxina da bactéria Clostridium botulinum.

A infecção ocorre principalmente pela ingestão de alimentos produzidos ou armazenados de forma inadequada, mas também pode acontecer quando a bactéria entra no corpo por meio de feridas contaminadas.

Os alimentos mais comumente envolvidos são: conservas vegetais, principalmente as artesanais (palmito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura – “carne de lata”); pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos e, raramente, em alimentos enlatados industrializados.

Sintomas Clássicos

O início é súbito. Os primeiros sinais são quase sempre cranianos:

– Visão dupla (diplopia) – Pálpebras caídas (ptose) – Dificuldade de engolir (disfagia) – Dificuldade de articular a fala (disartria)

De acordo com a pasta, a marca da doença é a paralisia flácida descendente. A fraqueza começa na face e pescoço e “desce” simetricamente para os braços e, por fim, para as pernas.

O maior perigo é a paralisia dos músculos respiratórios (diafragma). O paciente pode evoluir para insuficiência respiratória aguda e parada respiratória. Crucialmente, a pessoa permanece consciente.

 

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