Gol anuncia plano de reorganização societária e saída da Bolsa brasileira
Companhia aérea Gol pretende simplificar estrutura e reduzir custos após recuperação judicial. Ações não serão mais negociadas na Bolsa

A Gol Linhas Aéreas anunciou, nesta segunda-feira (13/10), um plano de reorganização societária que inclui o fechamento de capital no Brasil e a saída do Nível 2 de Governança Corporativa da Bolsa de Valores do Brasil (B3). A medida faz parte da estratégia da companhia de reduzir custos, simplificar sua estrutura e consolidar a reestruturação iniciada após o processo de recuperação judicial, concluído em junho deste ano. Na prática, isso significa que a empresa aérea deixará de ter ações abertas e passará a ser privada, controlada pelo grupo Abra, o mesmo que é dono da Avianca.
O plano faz parte da tentativa da aérea de enxugar custos, simplificar sua estrutura e ganhar fôlego financeiro depois de sair da recuperação judicial em junho deste ano. O processo ainda depende de aprovação dos acionistas em uma assembleia marcada para 4 de novembro, além de autorizações de órgãos reguladores.
O que vai mudar
Hoje, a Gol é listada no chamado Nível 2 da B3, o segmento da Bolsa que exige regras rígidas de transparência e governança. Com a mudança, ela deixará de seguir essas exigências e suas ações deixarão de ser negociadas no mercado.
A empresa criará uma nova estrutura: a Gol Linhas Aéreas S.A. (GLA), que será de capital fechado. Essa nova companhia vai incorporar toda a operação atual da Gol.
Quem tem ações da Gol vai receber novas ações da GLA, numa relação de troca que depende do tipo de papel que possui:
- 1 ação da GLA para cada ação ordinária da Gol (com direito a voto);
- 35 ações da GLA para cada ação preferencial da Gol (sem direito a voto).
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Mas há um detalhe importante: as ações da nova empresa não serão negociadas na Bolsa. Ou seja, quem decidir continuar como sócio da GLA não poderá vender seus papéis com facilidade.
Para os pequenos investidores, a Gol fará uma oferta pública de aquisição (OPA) — uma espécie de “compra de volta” das ações que estão no mercado. Quem quiser, poderá vender suas ações e sair do negócio. Quem preferir continuar, virará sócio da nova empresa, mas sem a liquidez e as garantias de governança que o mercado de capitais oferece.
Fim do casamento com a Azul
Duas semanas atrás, a empresa encerrou as conversas sobre uma fusão com a Azul e também acabou com o acordo de compartilhamento de voos (codeshare) entre as duas companhias.
Com a saída da Gol da B3, a Azul será a única aérea com ações negociadas na Bolsa brasileira. A Latam, por sua vez, mantém seus papéis listados apenas no mercado chileno.
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