Governo cria sala de situação para monitorar intoxicações por metanol

Ministério da Saúde acompanha aumento de casos ligados a bebidas adulteradas com metanol

tibauemacao.

Oct 1, 2025 - 21:00

0 0

Governo cria sala de situação para monitorar intoxicações por metanol

O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (1º/10), a instalação de uma sala de situação para acompanhar os casos de intoxicação por metanol no país. A medida tem caráter extraordinário e busca monitorar a evolução dos registros, além de organizar e coordenar as ações de resposta.

Até o momento, o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) notificou 43 ocorrências de intoxicação relacionadas à ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas.

Distribuição por estado, até o momento:

São Paulo: 39 casos, sendo 10 confirmados e 29 em investigação
Pernambuco: 4 casos em análise
Casos suspeitos descartados: 4

Em São Paulo, houve uma morte confirmada e outros cinco óbitos seguem em investigação. Em Pernambuco, duas mortes também estão sendo apuradas. O número, segundo o Ministério da Saúde, é muito superior à média anual de intoxicações por metanol no Brasil, que gira em torno de 20 casos.

Recomendações à população e tratamento

As autoridades de saúde orientam a evitar o consumo de bebidas sem rótulo, lacre de segurança ou selo fiscal.
Estabelecimentos comerciais também foram alertados para redobrar a atenção à procedência dos produtos.
O antídoto específico para intoxicação por metanol é o etanol produzido em grau adequado para uso médico, administrado por via intravenosa ou oral sob controle profissional.
Quando necessário, secretarias de Saúde e Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) solicitam a manipulação do produto.
O Brasil conta atualmente com 32 unidades de CIATox, nove delas em São Paulo, que oferecem orientação, diagnóstico, manejo clínico e apoio à vigilância de casos de intoxicação.

Segundo o ministro da pasta, Alexandre Padilha, o aumento repentino dos registros motivou a articulação com outros órgãos. “Nós estamos diante de uma situação anormal e diferente de tudo o que consta na nossa série histórica em relação à intoxicação por metanol. A entrada da Polícia Federal no plano se deve à suspeita de envolvimento de uma organização criminosa relacionada à adulteração de bebidas”, afirmou.