Governo de Israel afirma que dará ajuda a políticos brasileiros que quiserem deixar o país; FAB se diz 'em condições' de fazer repatriação
Brasileiros têm saído via Jordânia; envio de aviões da FAB depende de ordem de Lula. Conflito entre Israel e Irã se agravou, e Itamaraty recomenda que se evite viagens aos países. A embaixada de Israel em Brasília divulgou nesta quinta-feira (19) um comunicado no qual o Ministério das Relações Exteriores israelense afirma que dará assistência aos políticos brasileiros que quiserem deixar o país em meio ao agravamento do conflito com o Irã. Em paralelo, a Força Aérea Brasileira (FAB) enviou um ofício ao presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), no qual afirmou estar "em condições" de enviar aviões à região para repatriar brasileiros (leia mais aqui). "O Ministério das Relações Exteriores de Israel liderou e coordenou os esforços para garantir que saída segura de delegações brasileiras de Israel. Neste momento, as delegações já deixaram o território israelense e cruzaram a fronteira com a Jordânia. [...] O ministério continua atento à situação e continuará a providenciar assistência conforme necessário", afirmou o comunicado. Ao longo dos últimos dias, diversas autoridades brasileiras que estavam em Israel deixaram o país em direção ao Brasil após o Itamaraty ter negociado com a diplomacia israelense, com a chancelaria da Jordânia e também com autoridades da Arábia Saudita as permissões necessárias para que pudessem cruzar as fronteiras e obter vistos, por exemplo. Nesta quinta, 13 das 27 autoridades que cruzaram a fronteira de Israel com a Jordânia embarcam para o Brasil, e as demais nesta sexta-feira (20), segundo informações da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Sistema de defesa aérea israelense Iron Dome dispara para interceptar mísseis durante um ataque iraniano sobre Tel Aviv, Israel, na manhã de quarta-feira, 18 de junho de 2025 Leo Correa/AP As negociações foram conduzidas pelo Itamaraty, em Brasília, e pelas embaixadas brasileiras em Israel, na Jordânia e na Arábia Saudita. Os voos foram comerciais ou privados – não houve utilização de avião da FAB. A orientação do Ministério das Relações Exteriores é que brasileiros não viajem para Israel nem para o Irã. No caso dos que já estiverem nesses países, a recomendação é que só saiam de casa se a situação estiver segura; sigam as orientações das embaixadas brasileiras; mantenham a documentação brasileira em dia. Repatriação Comitiva de políticos brasileiros que estava em Israel desembarca no RN O ofício da FAB foi enviado após Nelsinho Trad ter solicitado apoio da FAB para buscar brasileiros no país diante do cenário de guerra entre Israel e Irã, agravado após o governo de Benjamin Netanyahu ter atacado instalações militares iranianas, na semana passada. Desde então, os dois países têm se atacado mutuamente. Não há ainda, porém, decisão oficial do governo brasileiro sobre repatriar cidadãos que estejam no país. "A Força Aérea Brasileira encontra-se em condições de realizar a respectiva missão", diz o ofício da FAB ao Congresso Nacional. O documento é assinado pelo chefe de gabinete do Comandante da Aeronáutica, major-brigadeiro do Ar Antônio Luiz Godoy Soares Rodrigues. Conforme o ofício, porém, a ação só acontecerá se houver uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de uma articulação entre os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa. O g1 já havia informado que, segundo relatos de integrantes da FAB e do Congresso, desde o início da semana a corporação estava pronta para agir "a qualquer momento" para repatriar brasileiros em Israel. Operações semelhantes têm sido feitas desde que começaram as guerras entre o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e entre o governo Netanyahu e o grupo terrorista Hezbollah, que atua no Líbano. Geralmente, quando o governo organiza operações de repatriação com voos da FAB, depende de autorização do uso do espaço aéreo, o que exige articulação por parte da diplomacia. Risco de conflito ampliado Itamaraty condena ofensiva aérea de Israel: 'clara violação à soberania' do Irã Em recente comunicado divulgado à imprensa, o governo brasileiro disse condenar o ataque israelense a instalações iranianas, afirmando que a ação fere a soberania do Irã e pode "mergulhar" toda a região em um conflito ampliado. O governo do presidente Lula também tem criticado frequentemente as ações militares israelenses na Faixa de Gaza, questionando os limites éticos e legais do governo Netanyahu e afirmando haver um "genocídio" e uma "carnificina" na região.


Brasileiros têm saído via Jordânia; envio de aviões da FAB depende de ordem de Lula. Conflito entre Israel e Irã se agravou, e Itamaraty recomenda que se evite viagens aos países. A embaixada de Israel em Brasília divulgou nesta quinta-feira (19) um comunicado no qual o Ministério das Relações Exteriores israelense afirma que dará assistência aos políticos brasileiros que quiserem deixar o país em meio ao agravamento do conflito com o Irã. Em paralelo, a Força Aérea Brasileira (FAB) enviou um ofício ao presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), no qual afirmou estar "em condições" de enviar aviões à região para repatriar brasileiros (leia mais aqui). "O Ministério das Relações Exteriores de Israel liderou e coordenou os esforços para garantir que saída segura de delegações brasileiras de Israel. Neste momento, as delegações já deixaram o território israelense e cruzaram a fronteira com a Jordânia. [...] O ministério continua atento à situação e continuará a providenciar assistência conforme necessário", afirmou o comunicado. Ao longo dos últimos dias, diversas autoridades brasileiras que estavam em Israel deixaram o país em direção ao Brasil após o Itamaraty ter negociado com a diplomacia israelense, com a chancelaria da Jordânia e também com autoridades da Arábia Saudita as permissões necessárias para que pudessem cruzar as fronteiras e obter vistos, por exemplo. Nesta quinta, 13 das 27 autoridades que cruzaram a fronteira de Israel com a Jordânia embarcam para o Brasil, e as demais nesta sexta-feira (20), segundo informações da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Sistema de defesa aérea israelense Iron Dome dispara para interceptar mísseis durante um ataque iraniano sobre Tel Aviv, Israel, na manhã de quarta-feira, 18 de junho de 2025 Leo Correa/AP As negociações foram conduzidas pelo Itamaraty, em Brasília, e pelas embaixadas brasileiras em Israel, na Jordânia e na Arábia Saudita. Os voos foram comerciais ou privados – não houve utilização de avião da FAB. A orientação do Ministério das Relações Exteriores é que brasileiros não viajem para Israel nem para o Irã. No caso dos que já estiverem nesses países, a recomendação é que só saiam de casa se a situação estiver segura; sigam as orientações das embaixadas brasileiras; mantenham a documentação brasileira em dia. Repatriação Comitiva de políticos brasileiros que estava em Israel desembarca no RN O ofício da FAB foi enviado após Nelsinho Trad ter solicitado apoio da FAB para buscar brasileiros no país diante do cenário de guerra entre Israel e Irã, agravado após o governo de Benjamin Netanyahu ter atacado instalações militares iranianas, na semana passada. Desde então, os dois países têm se atacado mutuamente. Não há ainda, porém, decisão oficial do governo brasileiro sobre repatriar cidadãos que estejam no país. "A Força Aérea Brasileira encontra-se em condições de realizar a respectiva missão", diz o ofício da FAB ao Congresso Nacional. O documento é assinado pelo chefe de gabinete do Comandante da Aeronáutica, major-brigadeiro do Ar Antônio Luiz Godoy Soares Rodrigues. Conforme o ofício, porém, a ação só acontecerá se houver uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de uma articulação entre os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa. O g1 já havia informado que, segundo relatos de integrantes da FAB e do Congresso, desde o início da semana a corporação estava pronta para agir "a qualquer momento" para repatriar brasileiros em Israel. Operações semelhantes têm sido feitas desde que começaram as guerras entre o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e entre o governo Netanyahu e o grupo terrorista Hezbollah, que atua no Líbano. Geralmente, quando o governo organiza operações de repatriação com voos da FAB, depende de autorização do uso do espaço aéreo, o que exige articulação por parte da diplomacia. Risco de conflito ampliado Itamaraty condena ofensiva aérea de Israel: 'clara violação à soberania' do Irã Em recente comunicado divulgado à imprensa, o governo brasileiro disse condenar o ataque israelense a instalações iranianas, afirmando que a ação fere a soberania do Irã e pode "mergulhar" toda a região em um conflito ampliado. O governo do presidente Lula também tem criticado frequentemente as ações militares israelenses na Faixa de Gaza, questionando os limites éticos e legais do governo Netanyahu e afirmando haver um "genocídio" e uma "carnificina" na região.
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