Governo Lula condena novos ataques de Israel em Gaza e 'deplora' declarações de Netanyahu
Nota do Itamaraty afirma que impedir entrada de alimentos e remédios pode configurar crime de guerra. Nesta terça, chanceler Mauro Vieira disse que há uma 'carnificina' em Gaza. Caminhões carregando ajuda humanitária parados no lado israelense da passagem de Kerem Shalom, na fronteira com a Faixa de Gaza, em 20 de maio de 2025. REUTERS/Amir Cohen O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta quarta-feira (21) na qual afirma condenar com veemência os novos ataques promovidos pelo governo de Israel na Faixa de Gaza. A nota também diz que o governo brasileiro deplora recentes declarações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre assumir o controle da região. A GloboNews procurou a embaixada de Israel no Brasil, que afirmou que não vai comentar as declarações do Itamaraty. Nos últimos dias, cresceu a pressão internacional sobre Israel diante das ações militares em Gaza e das declarações de Netanyahu. Reino Unido suspende negociações comerciais com Israel Governantes da França e do Reino Unido, assim como o Brasil, também decidiram endossar a pressão internacional. "O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, o lançamento de nova ofensiva israelense na Faixa de Gaza, com intensificação dos bombardeios aéreos e expansão das operações terrestres, que provocaram, nos últimos dias, a morte de mais de 300 palestinos", afirmou o Itamaraty. No comunicado, o governo brasileiro afirma que a única saída "legítima e duradoura" para o conflito é a implementação definitiva do Estado Palestino (leia mais aqui). "O Brasil recorda que qualquer pretensão de exercer autoridade permanente em território ocupado é incompatível com as normas de direito internacional", afirma o comunicado. Ainda na nota divulgada nesta quarta-feira, o Itamaraty afirmou que o Brasil vê com "grave preocupação" a intenção do governo israelense de permitir "ingresso mínimo" de alimentos e remédios em Gaza, o que, para o governo brasileiro, pode configurar crime de guerra. Nesta terça (20), a ONU afirmou ter recebido aval de Israel para que cerca de 100 caminhões de ajuda humanitária entrem na Faixa de Gaza. Porém, nenhuma assistência havia sido distribuída aos palestinos até o início desta quarta-feira. Um dia antes, na segunda-feira, Israel anunciou que permitiria a entrada de cinco caminhões no território. Segundo a ONU, porém, a população de cerca de 2,3 milhões de palestinos precisa de pelo menos 500 caminhões de suprimentos por dia, entre ajuda humanitária e bens comerciais. 'Carnificina' em Gaza Nesta terça, ao participar de uma audiência no Senado, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o governo vê uma “carnificina” acontecendo na Faixa de Gaza e entende que a comunidade internacional não pode ficar “de braços cruzados”. "Acredito que é uma situação terrível o que está acontecendo. Há uma carnificina. É uma coisa terrível o que está acontecendo. Há um número elevadíssimo [de mortes de] crianças. É algo que a comunidade internacional não pode ver de braços cruzados", afirmou Mauro Vieira. Mauro Vieira lembrou a posição histórica do Brasil em defesa da “solução de dois Estados”, isto é, com Israel e Palestina convivendo simultaneamente e pacificamente. Criação do Estado da Palestina Na próxima semana, haverá uma reunião em Madri, na Espanha, com a participação de vários países para discutir a criação da Palestina e a convivência pacífica com Israel. Na audiência no Senado, Mauro Vieira disse que Israel está invadindo a Palestina e, com isso, ferindo o direito internacional. Nesse contexto, o Brasil foi convidado por França e Arábia Saudita, presidentes de uma conferência sobre a criação da Palestina, a comandar o grupo de trabalho dessa conferência que vai debater o respeito ao direito internacional na criação do Estado palestino.


Nota do Itamaraty afirma que impedir entrada de alimentos e remédios pode configurar crime de guerra. Nesta terça, chanceler Mauro Vieira disse que há uma 'carnificina' em Gaza. Caminhões carregando ajuda humanitária parados no lado israelense da passagem de Kerem Shalom, na fronteira com a Faixa de Gaza, em 20 de maio de 2025. REUTERS/Amir Cohen O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota nesta quarta-feira (21) na qual afirma condenar com veemência os novos ataques promovidos pelo governo de Israel na Faixa de Gaza. A nota também diz que o governo brasileiro deplora recentes declarações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre assumir o controle da região. A GloboNews procurou a embaixada de Israel no Brasil, que afirmou que não vai comentar as declarações do Itamaraty. Nos últimos dias, cresceu a pressão internacional sobre Israel diante das ações militares em Gaza e das declarações de Netanyahu. Reino Unido suspende negociações comerciais com Israel Governantes da França e do Reino Unido, assim como o Brasil, também decidiram endossar a pressão internacional. "O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, o lançamento de nova ofensiva israelense na Faixa de Gaza, com intensificação dos bombardeios aéreos e expansão das operações terrestres, que provocaram, nos últimos dias, a morte de mais de 300 palestinos", afirmou o Itamaraty. No comunicado, o governo brasileiro afirma que a única saída "legítima e duradoura" para o conflito é a implementação definitiva do Estado Palestino (leia mais aqui). "O Brasil recorda que qualquer pretensão de exercer autoridade permanente em território ocupado é incompatível com as normas de direito internacional", afirma o comunicado. Ainda na nota divulgada nesta quarta-feira, o Itamaraty afirmou que o Brasil vê com "grave preocupação" a intenção do governo israelense de permitir "ingresso mínimo" de alimentos e remédios em Gaza, o que, para o governo brasileiro, pode configurar crime de guerra. Nesta terça (20), a ONU afirmou ter recebido aval de Israel para que cerca de 100 caminhões de ajuda humanitária entrem na Faixa de Gaza. Porém, nenhuma assistência havia sido distribuída aos palestinos até o início desta quarta-feira. Um dia antes, na segunda-feira, Israel anunciou que permitiria a entrada de cinco caminhões no território. Segundo a ONU, porém, a população de cerca de 2,3 milhões de palestinos precisa de pelo menos 500 caminhões de suprimentos por dia, entre ajuda humanitária e bens comerciais. 'Carnificina' em Gaza Nesta terça, ao participar de uma audiência no Senado, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o governo vê uma “carnificina” acontecendo na Faixa de Gaza e entende que a comunidade internacional não pode ficar “de braços cruzados”. "Acredito que é uma situação terrível o que está acontecendo. Há uma carnificina. É uma coisa terrível o que está acontecendo. Há um número elevadíssimo [de mortes de] crianças. É algo que a comunidade internacional não pode ver de braços cruzados", afirmou Mauro Vieira. Mauro Vieira lembrou a posição histórica do Brasil em defesa da “solução de dois Estados”, isto é, com Israel e Palestina convivendo simultaneamente e pacificamente. Criação do Estado da Palestina Na próxima semana, haverá uma reunião em Madri, na Espanha, com a participação de vários países para discutir a criação da Palestina e a convivência pacífica com Israel. Na audiência no Senado, Mauro Vieira disse que Israel está invadindo a Palestina e, com isso, ferindo o direito internacional. Nesse contexto, o Brasil foi convidado por França e Arábia Saudita, presidentes de uma conferência sobre a criação da Palestina, a comandar o grupo de trabalho dessa conferência que vai debater o respeito ao direito internacional na criação do Estado palestino.
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