Intoxicação por metanol: corpo de advogado de 45 anos é velado em SP

Marcelo Macedo Lombardi passou mal na sexta (26/9), após ingerir drinque feito com bebida possivelmente adulterada. Polícia investiga casos

Sep 30, 2025 - 07:00
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Intoxicação por metanol: corpo de advogado de 45 anos é velado em SP

O corpo do advogado Marcelo Macedo Lombardi, de 45 anos, está sendo velado, na manhã desta terça-feira (30/9), em São Caetano do Sul, na região do ABC. Ele é um dos três mortos por suspeita de intoxicação por metanol na Grande São Paulo, segundo os dados mais recentes da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

O velório de Marcelo acontece no Memorial Ossel até 9h. Depois disso, o corpo seguirá para o Cemitério da Vila Pauliceia, em São Bernardo do Campo. O enterro está programado para 10h.

Segundo as investigações, o advogado passou mal na sexta-feira (26/9). Ele teria sentido sonolência intensa, visão turva, náuseas, dores abdominais e confusão mental, horas após ingerir bebida alcoólica, possivelmente vodca. 5 imagensAdvogado Marcelo Macedo Lombardi, morto após ingerir bebida com metanol em SPAdvogado Marcelo Macedo Lombardi, morto após ingerir bebida com metanol em SPAdvogado Marcelo Macedo Lombardi, morto após ingerir bebida com metanol em SPAdvogado Marcelo Macedo Lombardi, morto após ingerir bebida com metanol em SPFechar modal.1 de 5

Advogado Marcelo Macedo Lombardi, morto após ingerir bebida com metanol em SPReprodução/Redes Sociais2 de 5

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Advogado Marcelo Macedo Lombardi, morto após ingerir bebida com metanol em SPReprodução/Redes Sociais

Parentes ouvidos pela Polícia Civil disseram que o quadro de Marcelo evoluiu rapidamente, levando-o a procurar atendimento médico. Ele foi internado na manhã de sábado (27/9), já com a visão comprometida (via apenas um “clarão”), sinais de rebaixamento de consciência e dificuldade respiratória. Durante a internação, o quadro clínico piorou de forma abrupta, resultando em falência múltipla de órgãos.

O laudo médico apontou como causa preliminar da morte intoxicação por metanol, um tipo de álcool altamente tóxico usado em combustíveis, solventes e produtos industriais, mas proibido para uso em bebidas destinadas ao consumo humano.

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Em nota ao Metrópoles, a Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Saúde, reiterou que a morte de Marcelo ainda é tratada como suspeita de contaminação de metanol. Há duas mortes em investigação na cidade.

“O primeiro caso é de um homem de 58 anos que faleceu em 24 de setembro e foi atendido no Hospital de Urgência. O segundo é de um homem de 45 anos [Marcelo] que faleceu em 28 de setembro e foi atendido na rede particular”, diz nota da prefeitura. “Nos dois casos, os exames estão sendo realizados pelo IML (Instituto Médico Legal) para confirmar ou descartar a contaminação.”

Mortes e casos suspeitos

A Polícia Civil, por meio da Divisão de Investigações sobre Infrações contra a Saúde Pública, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), informou que investiga casos de possível intoxicação por bebida adulterada por metanol na capital, com vítimas hospitalizadas e pelo menos um óbito confirmado. As outras mortes ainda são consideradas suspeitas.

As ocorrências são da área do 16º, 48º e 78º Distritos Policiais, bem como a região da Mooca. Em São Bernardo do Campo, dois casos que resultaram em morte também são apurados. Além do caso do advogado Marcelo, uma vítima teria consumido a bebida em Itu, mas buscou atendimento médico na cidade do ABC.

Fiscalização em estabelecimentos

Equipes do DPPC participaram de fiscalizações em estabelecimentos de comércios de bebidas ligados aos casos identificados, nessa segunda-feira, e apreenderam mais de 100 garrafas com bebidas alcoólicas, que serão encaminhadas à perícia no Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico-Científica.

Proprietários de três estabelecimentos foram ouvidos e seus depoimentos, juntamente com os resultados dos laudos, irão contribuir com as apurações em curso, segundo a polícia.

As investigações também consideram a participação do crime organizado no esquema de adulteração. A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) revelou que cargas de metanol importadas ilegalmente — inicialmente destinadas a adulterar combustíveis — podem ter sido desviadas para destilarias clandestinas que produzem bebidas alcoólicas falsificadas. A entidade não descarta a possibilidade de que a substância tenha sido fornecida a distribuidores ligados a facções criminosas.

Alerta do Ministério da Saúde

Os casos recentes levaram o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) a emitir um alerta nacional para que hospitais e unidades de pronto atendimento de todo o país considerem a hipótese de intoxicação por metanol em pacientes que apresentem sintomas como visão turva, vômitos, dor abdominal, tontura e confusão mental.

A pasta também recomendou a bares, restaurantes e comerciantes que reforcem a checagem da procedência das bebidas alcoólicas, observando rótulos, lacres, selos fiscais e rastreabilidade dos lotes.

O ministério também destacou que a comercialização de produtos adulterados é crime previsto no artigo 272 do Código Penal e que a lei que trata das relações de consumo (Lei nº 8.137/1990) também prevê penalidades a quem oferece produtos impróprios para consumo.

O órgão federal informou, ainda, que o Código de Defesa do Consumidor atribui ao fornecedor a responsabilidade sobre a segurança dos produtos.

Procon-SP dá orientações para consumidores ao comprar bebidas

O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado de São Paulo (Procon-SP) dá algumas orientações para consumidores ao comprar bebidas alcoólicas, e não apenas ao consumir em bares e restaurantes.

Veja:

  • Procure estabelecimentos conhecidos ou dos quais tenha referência.
  • Desconfie de preços muito baixos, isso porque, no mínimo, eles podem indicar alguma falha como sonegação e adulteração, por exemplo.
  • Observe a apresentação das embalagens e o aspecto do produto, como lacre ou tampa tortos ou “diferentes”, rótulo desalinhado ou desgastado, erros de ortografia ou logos com “variações”, ausência de informações como CNPJ, endereço do fabricante ou distribuidor, número do lote, e outra imperfeição perceptível.
  • Ao notar alguma diferença, não faça testes caseiros como cheirar, provar ou tentar queimar a bebida. Essas práticas não são seguras nem conclusivas.
  • Fique atento aos sintomas pós-consumo: visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura ou rebaixamento do nível de consciência, isso pode indicar intoxicação por metanol ou por bebida adulterada.
  • Busque atendimento médico imediato: se houver qualquer sintoma suspeito, o consumidor deve procurar urgência médica sem demora.
  • Comunique as autoridades competentes: Disque-Intoxicação (0800 722 6001, da Anvisa) para orientação clínica/tóxica; Vigilância Sanitária local; Polícia Civil; Procon e outros órgãos relacionados, como o Ministério da Agricultura.
  • Exija sempre a nota fiscal ou comprovação de origem. O documento precisa ter todas as informações de identificação do fornecedor e da compra e ajuda na rastreabilidade do produto, além de ser uma garantia para o consumidor em eventual reclamação.

 

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