Israel x Irã: professor diz se conflito pode causar 3ª Guerra Mundial
André Lajst, especialista em Oriente Médio, afirma que não há, por parte das potências mundiais, interesse em entrar em guerra

Em entrevista ao Metrópoles, o professor André Lajst, especialista em Oriente Médio, descartou a possibilidade de que o conflito entre Israel e Irã se transforme em uma Terceira Guerra Mundial. Para Lajst, não há, por parte das potências mundiais, em especial Estados Unidos e Rússia, interesse em defender Israel e Irã, respectivamente.
“Não há chance de uma Terceira Guerra Mundial. Para isso, você precisa ter duas potências envolvidas. E, aqui, não temos nenhuma. O Irã não tem um exército grande o suficiente, forte o suficiente, para tentar enfrentar o poder bélico de Israel com o apoio da França, da Alemanha, dos Estados Unidos, da Inglaterra”, afirma o especialista.
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Segundo Lajst, o governo russo deve adotar uma postura semelhante à dos Estados Unidos na guerra da Ucrânia. “Eu não vejo agora a Rússia interessada em entrar em uma guerra para proteger os interesses iranianos, da mesma forma que a gente não vê os Estados Unidos entrando em conflito direto com a Rússia por causa dos interesses da Ucrânia”, diz.
Assista:
Desde a madrugada de sexta-feira (13/6), pelo menos 60 pessoas, incluindo 20 crianças, morreram no Irã após ataques israelenses, de acordo com a imprensa estatal iraniana. A mídia de Israel fala em três vítimas no país.
Escalada da guerra no Oriente Médio
- Na noite de quinta-feira (12/6), as Forças de Defesa de Israel realizaram uma ofensiva em território iraniano, atingindo dezenas de alvos.
- Explosões foram registradas em Teerã, Tabriz, Isfahã, Kermanshah e Arak.
- Segundo o governo israelense, o objetivo era frear o avanço do programa nuclear do Irã, que, segundo alegações, acumula material suficiente para produzir várias bombas nucleares.
- O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Israel não permitirá que o Irã desenvolva armas de destruição em massa.
Para o professor Lajst, o governo iraniano aposta no programa nuclear com objetivo de impedir a queda do regime.
“O regime iraniano está, desde 2002, tentando construir um programa nuclear, transformar esse programa nuclear em um programa armado. Eles enxergam o que aconteceu no passado com países que abdicaram de programas nucleares, como a Líbia, o Iraque e outros locais. E eles veem a Coreia do Norte como um exemplo de um país que virou um país nuclear e que o seu regime, hoje em dia, é um dos que joga o xadrez da geopolítica mundial. Ninguém tem coragem de mexer com a Coreia do Norte porque eles têm uma potência militar e são imprevisíveis”, afirma.
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