Juiz dos EUA impede governo Trump de cancelar vistos de estudantes estrangeiros

Decisão vale para todo o país e proíbe prisões, transferências e novos cancelamentos de autorizações de permanência. Centenas de estudantes tiveram vistos cancelados sem justificativa adequada. EUA revogam vistos de estudantes que participaram de protestos contra Israel Um juiz da Califórnia, nos Estados Unidos, impediu o governo do presidente Donald Trump de encerrar o status legal de estudantes internacionais em todo o país, nesta quinta-feira (22). Na prática, a decisão proíbe o governo de cancelar os vistos de permanência para estrangeiros que estudam em universidades americanas. Mais de 4.700 estudantes internacionais tiveram suas autorizações para estudar nos EUA canceladas neste ano com pouco aviso ou explicação, segundo a agência Associated Press. A medida faz parte de uma iniciativa do governo Trump para restringir a presença de estrangeiros no país. Dezenas de estudantes entraram na Justiça questionando a revogação dos vistos. Alguns alegaram que o governo os associou indevidamente a investigações criminais após cruzar seus nomes com um banco de dados do FBI que inclui suspeitos e pessoas presas, mesmo que nunca tenham sido acusadas formalmente. Vários desses estudantes decidiram deixar o país por medo de deportação, inclusive para países que não são os seus de origem. A decisão desta quinta foi proferida pelo juiz federal Jeffrey S. White, do distrito de Oakland, nomeado pelo ex-presidente republicano George W. Bush. O magistrado analisou os casos de cerca de 20 estudantes, mas decidiu estender a proteção a todos os estrangeiros com visto de estudante ao afirmar que as ações do governo causaram "caos" e afetaram milhares de pessoas. A ordem judicial proíbe o governo de: prender ou encarcerar estudantes afetados pela revogação dos vistos; transferi-los para fora da jurisdição onde residem; impor qualquer efeito legal adverso com base nessas revogações; desfazer o restabelecimento do status legal até que o caso seja concluído. Os estudantes ainda podem ser presos caso sejam condenados por crimes violentos com pena superior a um ano. Segundo o juiz, não há garantia de que os estudantes não voltem a ter seus vistos cancelados de forma arbitrária. White também criticou o que chamou de "jogo de gato e rato" por parte da administração, em referência a tentativas do governo de apresentar novas regras para tentar contornar decisões judiciais. Uma pesquisa da Associated Press-NORC Center revelou que cerca da metade da população americana se opõe à política de revogar vistos de estudantes envolvidos em protestos pró-Palestina — um dos focos recentes da repressão migratória. Bloqueio de estudantes de intercâmbio em Harvard Harvard teve congelamento de verbas federais após recusar-se a aceitar novas imposições do governo Trump Getty Images Nesta quinta-feira, o governo de Donald Trump proibiu a Universidade Harvard, a mais prestigiosa dos Estados Unidos, de matricular novos estudantes estrangeiros. O anúncio foi feito pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. A medida é uma escalada na turbulenta relação entre Trump e a universidade, que foi a primeira a desafiar abertamente o atual governo dos EUA e vem se recusando a cumprir normas impostas por Washington — entre elas, a de eliminar todas as políticas de igualdade. Em comunicado, o departamento afirmou tratar-se de uma retaliação por Harvard ter se recusado a cumprir normas exigidas pelo governo. O Departamento de Segurança Interna ainda não havia esclarecido, até a última atualização desta reportagem, se a nova norma se aplicará a todos os estudantes de fora dos EUA e também os atuais alunos. Em um comunicado, o departamento afirma ter retirado a "Certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio" de Harvard por "conduta pró-terrorismo". A universidade chamou a medida de ilegal. Em uma carta enviada à direção de Harvard, o governo Trump afirma que receber estudantes estrangeiros não é um direito das universidades norte-americana, mas sim um privilégio que pode ser retirado. "Este governo está responsabilizando Harvard por fomentar a violência, o antissemitismo e a coordenação com o Partido Comunista Chinês em seu campus. É um privilégio, não um direito, que as universidades matriculem estudantes estrangeiros e se beneficiem de mensalidades mais altas para ajudar a aumentar suas dotações multibilionárias", afirmou a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristin Noem. "Harvard teve muitas oportunidades de fazer a coisa certa. Recusou-se. Perderam a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio por não cumprirem a lei. Que isso sirva de alerta para todas as universidades e instituições acadêmicas do país", completou a secretária. Em um comunicado, a Universidade Harvard afirmou que o bloqueio aos alunos internacionais é ilegal e que "permanece totalmente comprometida em manter a habilidade de receber estudantes e professores de mais de 140 países". Único paraibano em Harvard quer ajudar o

May 22, 2025 - 18:30
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Juiz dos EUA impede governo Trump de cancelar vistos de estudantes estrangeiros

Decisão vale para todo o país e proíbe prisões, transferências e novos cancelamentos de autorizações de permanência. Centenas de estudantes tiveram vistos cancelados sem justificativa adequada. EUA revogam vistos de estudantes que participaram de protestos contra Israel Um juiz da Califórnia, nos Estados Unidos, impediu o governo do presidente Donald Trump de encerrar o status legal de estudantes internacionais em todo o país, nesta quinta-feira (22). Na prática, a decisão proíbe o governo de cancelar os vistos de permanência para estrangeiros que estudam em universidades americanas. Mais de 4.700 estudantes internacionais tiveram suas autorizações para estudar nos EUA canceladas neste ano com pouco aviso ou explicação, segundo a agência Associated Press. A medida faz parte de uma iniciativa do governo Trump para restringir a presença de estrangeiros no país. Dezenas de estudantes entraram na Justiça questionando a revogação dos vistos. Alguns alegaram que o governo os associou indevidamente a investigações criminais após cruzar seus nomes com um banco de dados do FBI que inclui suspeitos e pessoas presas, mesmo que nunca tenham sido acusadas formalmente. Vários desses estudantes decidiram deixar o país por medo de deportação, inclusive para países que não são os seus de origem. A decisão desta quinta foi proferida pelo juiz federal Jeffrey S. White, do distrito de Oakland, nomeado pelo ex-presidente republicano George W. Bush. O magistrado analisou os casos de cerca de 20 estudantes, mas decidiu estender a proteção a todos os estrangeiros com visto de estudante ao afirmar que as ações do governo causaram "caos" e afetaram milhares de pessoas. A ordem judicial proíbe o governo de: prender ou encarcerar estudantes afetados pela revogação dos vistos; transferi-los para fora da jurisdição onde residem; impor qualquer efeito legal adverso com base nessas revogações; desfazer o restabelecimento do status legal até que o caso seja concluído. Os estudantes ainda podem ser presos caso sejam condenados por crimes violentos com pena superior a um ano. Segundo o juiz, não há garantia de que os estudantes não voltem a ter seus vistos cancelados de forma arbitrária. White também criticou o que chamou de "jogo de gato e rato" por parte da administração, em referência a tentativas do governo de apresentar novas regras para tentar contornar decisões judiciais. Uma pesquisa da Associated Press-NORC Center revelou que cerca da metade da população americana se opõe à política de revogar vistos de estudantes envolvidos em protestos pró-Palestina — um dos focos recentes da repressão migratória. Bloqueio de estudantes de intercâmbio em Harvard Harvard teve congelamento de verbas federais após recusar-se a aceitar novas imposições do governo Trump Getty Images Nesta quinta-feira, o governo de Donald Trump proibiu a Universidade Harvard, a mais prestigiosa dos Estados Unidos, de matricular novos estudantes estrangeiros. O anúncio foi feito pelo Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. A medida é uma escalada na turbulenta relação entre Trump e a universidade, que foi a primeira a desafiar abertamente o atual governo dos EUA e vem se recusando a cumprir normas impostas por Washington — entre elas, a de eliminar todas as políticas de igualdade. Em comunicado, o departamento afirmou tratar-se de uma retaliação por Harvard ter se recusado a cumprir normas exigidas pelo governo. O Departamento de Segurança Interna ainda não havia esclarecido, até a última atualização desta reportagem, se a nova norma se aplicará a todos os estudantes de fora dos EUA e também os atuais alunos. Em um comunicado, o departamento afirma ter retirado a "Certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio" de Harvard por "conduta pró-terrorismo". A universidade chamou a medida de ilegal. Em uma carta enviada à direção de Harvard, o governo Trump afirma que receber estudantes estrangeiros não é um direito das universidades norte-americana, mas sim um privilégio que pode ser retirado. "Este governo está responsabilizando Harvard por fomentar a violência, o antissemitismo e a coordenação com o Partido Comunista Chinês em seu campus. É um privilégio, não um direito, que as universidades matriculem estudantes estrangeiros e se beneficiem de mensalidades mais altas para ajudar a aumentar suas dotações multibilionárias", afirmou a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristin Noem. "Harvard teve muitas oportunidades de fazer a coisa certa. Recusou-se. Perderam a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio por não cumprirem a lei. Que isso sirva de alerta para todas as universidades e instituições acadêmicas do país", completou a secretária. Em um comunicado, a Universidade Harvard afirmou que o bloqueio aos alunos internacionais é ilegal e que "permanece totalmente comprometida em manter a habilidade de receber estudantes e professores de mais de 140 países". Único paraibano em Harvard quer ajudar outros estudantes a ingressarem na universidade americana

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