Leões no quintal: família brasileira chegou a ter 5 felinos em casa

No bairro do Tingui, a família curitibana chegou a ter um casal de leões e três filhotes no quintal de casa

Dezembro 3, 2025 - 11:30
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Leões no quintal: família brasileira chegou a ter 5 felinos em casa

“Gosto muito de te ver, leãozinho” — o clássico de Caetano Veloso representa muito bem como a população do bairro Tingui, em Curitiba, se sentia na década de 1980. Naquela época, um caso inusitado teve grande repercussão nacional: uma família da região criava leões, como animais de estimação, no quintal da própria casa.

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Em 1986, a TV Paranaense, agora RPC, exibiu uma reportagem sobre a história no Jornal Hoje, da Rede Globo. A produção mostrou o cotidiano da família convivendo com cinco leões, sendo um casal e três filhotes. A história surpreendente ficou popularmente conhecida como “Leões do Tingui”.

Clique aqui para seguir o canal do Metrópoles Vida&Estilo no WhatsAp Leões do TinguiO leão Leonardo passeava até de caminhonete pelo centro da Cidade

Tudo começou quando um empresário curitibano, conhecido como Mapo, levou um leão, que apelidou de Leonardo, para casa. O felino foi trazido ainda filhote do Rio de Janeiro e foi, inclusive, amamentado pela cadela da família, uma dálmata. Apesar do tamanho consideravelmente maior, o animal tinha vida de gatinho: passeava de caminhonete e frequentava parques da cidade.

Atração turística na vizinhança

Sem dúvidas, a situação atraiu muitos curiosos e se destacou nas manchetes do país. No início, o leão circulava dentro de casa sob supervisão, mas quando começou a crescer, foi mantido em jaulas no quintal. Depois de Leonardo, a família ainda adquiriu mais duas leoas adultas, chamadas de Leandra e Leonarda.

Para a vizinhança, aquilo era parte do cotidiano. Ao passar pela rua em um dia comum, era normal conviver com a presença dos leões. A casa virou um ponto turístico local: todos queriam ver os animais, e os vizinhos relataram que o movimento na região era constante.

Primeiro acidente

Por mais curiosa, e até engraçada, que seja, era de se esperar que a situação acabaria tomando proporções maiores. Ainda em 1986, o primeiro acidente aconteceu quando Leonardo, após ser provocado, deu uma patada em um garoto no Parque Barigui. Apesar de não ter tido consequências graves, a ocorrência gerou um alerta.

As autoridades recolheram o felino e o levaram para o Zoológico de Curitiba. Surpreendentemente, apenas ele foi embora, já que as leoas continuaram com a família. Em 1989, depois da criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Mapo conseguiu regularizar a posse dos animais. parque barigui - curitibaO nome Barigui, de origem indígena, significa “rio do fruto espinhoso” em referência às pinhas das araucárias nativas

Devido a fiscalização ambiental mais rigorosa — pelo menos para a época —, a Delegacia do Meio Ambiente foi até o local e inspecionou as jaulas. Na avaliação, foi concluído que o espaço estava dentro dos padrões de segurança e constatado que os felinos eram bem tratados pelos donos.

Rei da selva? Não, da cidade

Mesmo depois de 40 anos, o caso dos leões do Tingui ainda é marcante na história de Curitiba. Claro, naquele período, as leis eram muito menos rigorosas como são nos dias atuais. Manter um animal tão grande, e conhecido por ser perigoso, no próprio quintal não causava a estranheza que agora causa.

O acontecimento revela como não existia, de fato, fiscalização e demonstra a surpresa e o risco da convivência com animais selvagens fora de seus habitats naturais. Atualmente, seria impossível passar por um vizinho e ver seus leões de estimação, já que as autoridades tomariam providências imediatas. Sem dúvidas, essa foi uma experiência individual para os curitibanos.

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