Lewandowski rebate críticas de Castro: “Auxiliamos no que podemos”
Em coletiva sobre operação contra o Comando Vermelho no Rio, ministro da Justiça disse que nenhum pedido do governador foi negado
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou na tarde desta terça-feira (28/10) que o governo federal auxilia o governo do Rio de Janeiro dentro das possibilidades disponíveis. Segundo ele, nenhum pedido do governador Cláudio Castro na área foi negado.
“As forças federais não são coadjuvantes das policiais militares nem das polícias civis. Nós auxiliamos o Rio de Janeiro no que podemos. Nenhum pedido do governador Cláudio Castro até agora foi negado”, afirmou.
As declarações se dão em meio à repercussão da megaoperação nos complexo do Alemão e Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, que deixaram até agora pelo menos 64 mortos confirmados. Dentre eles, quatro policiais e dois civis.
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Ao longo do dia, Castro também se pronunciou sobre a operação, que já é considerada a mais letal do Brasil, e cobrou o governo federal dizendo que estaria atuando sozinho no estado.
“Estamos sozinhos nessa luta hoje. É uma operação maior que a de 2010 e, infelizmente, desta vez, como ao longo deste mandato inteiro, não temos o auxílio de blindados nem agentes das forças federais de segurança e defesa”, afirmou o governador.
Em resposta, além de uma nota divulgada pelo Ministério da Justiça, Lewandowski também se manifestou sobre o auxílio do governo Lula ao estado fluminense, e ressaltou os números da gestão, com recorde de apreensão de armas e de drogas.
“No começo desse ano, o governador Cláudio Castro esteve no Ministério da Justiça pedindo a transferência de líderes da facções criminosas para penitenciárias federais de segurança máxima, e foi atendido. Nenhum pedido foi negado. Agora, a responsabilidade é, sim, exclusivamente dos governadores no que diz respeitos à segurança dos respectivos estados”, disse.
Nessa esteira, o ministro defendeu o avanço da PEC da Segurança, uma das maiores apostas do governo Lula para a área, mas que segue travado no Congresso. Para ele, o texto melhoraria a coordenação entre as forças federais e estaduais em ocasiões como essa.
Em entrevista coletiva, Castro mencionou que as Forças Armadas teriam negado o empréstimo de blindados para operações sob a justificativa de que esse tipo de equipamento apenas poderia ser utilizado durante uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
“Não foi pedida [ajuda das Forças Armadas] desta vez, porque nós já tivemos três negativas. Então, entendemos que é a política de não ceder. Falaram que tem que ter GLO [Garantia da Lei e da Ordem], que tem que ter isso, ter aquilo. Que podia emprestar o blindado, depois não poderia mais emprestar, porque o servidor que opera o blindado é servidor federal, então tinha que ter GLO e o presidente já falou que é contra GLO”, disse Castro.
Questionado sobre o tema, o ministro da Justiça disse que as GLOs são operações “complexas” e que obedecem regras bastante “rígidas”.
“Uma das pré-condições [para decretar GLO] é que os governadores reconheçam a falência dos órgãos de segurança nacional e transfiram, então, as operações de segurança para o governo federal, mais especificamente para as Forças Armadas. Então, é um procedimento complexo”, concluiu.
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