Lula critica ausência de Tarcísio e ação policial na Favela do Moinho
O presidente Lula (PT) foi à Favela do Moinho, em São Paulo, e fez críticas à Polícia Militar e à ausência de Tarcísio de Freitas no evento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a ausência do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em visita à Favela do Moinho, no centro de São Paulo, nesta quinta-feira (26/6). Em seu discurso, Lula atacou a atuação da Polícia Militar (PM) paulista na Favela do Moinho. Em especial, no feriado de Páscoa, quando foi colocado em curso a retirada de famílias que moravam no local.
O chefe do Planalto disse que ainda não assinou a cessão do terreno para o governo paulista porque teme que a truculência se repita, quando a gestão de Tarcísio de Freitas tiver a posse da área.
“A minha preocupação é que se a gente fizer a cessão e eles tiveram que ocupar isso aqui amanhã, eles vão utilizar outra vez a polícia e vão tentar enxotar vocês sem vocês conseguirem o que vocês quiserem”, afirmou Lula aos moradores da Favela do Moinho. “Quando tiver todo o acordo a gente faz a cessão definitiva para o governo do Estado. Mas, isso depois de provar que vocês foram tratados com decência, com respeito e que respeitaram cada um de vocês. É por isso que a gente não fez a cessão agora”, acrescentou.
Lula participa do lançamento de uma “solução habitacional” para cerca de 900 famílias que vivem na Favela do Moinho, na região central da cidade. O anúncio é fruto de uma parceria fechada em maio entre o governo federal e a gestão Tarcísio de Freitas após um polêmico processo de desocupação das moradias na área da favela, que pertencia à União e foi cedida ao Estado. Apesar disso, o governador não compareceu ao evento e cumpriu agenda em outras duas cidades paulistas.
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Lula cumprimenta moradores da Favela do Moinho, em São Paulo.Valentina Moreira/ Metrópoles2 de 12
Lula e o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, na Favela do MoinhoValentina Moreira/Metrópoles3 de 12
O presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o deputado federal Guilherme Boulos, na Favela do MoinhoValentina Moreira/ Metrópoles4 de 12
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT) em visita à Favela do Moinho, em São Paulo.Valentina Moreira/ Metrópoles5 de 12
Fumaça invadiu centro de São Paulo durante protesto contra demolição de casas na Favela do MoinhoValentina Moreira/Metrópoles 6 de 12
PMs usaram escudo para avançar contra protesto na linha 8-DiamanteValentina Moreira/Metrópoles 7 de 12
Policiais na Favela do MoinhoValentina Moreira/Metrópoles 8 de 12
Fogo é ateado na região da linha 8-DiamanteValentina Moreira / Metrópoles9 de 12
Crianças na Favela do MoinhoValentina Moreira / Metrópoles10 de 12
Favela do Moinho tem manhã tensa com demolições, protesto e bombas da PMValentina Moreira / Metrópoles 11 de 12
Policiais avançam contra protesto na Favela do MoinhoValentina Moreira / Metrópoles 12 de 12
PMs na Favela do MoinhoValentina Moreira/Metrópoles
Disputa por protagonismo
Em seu discurso, Lula disputou o protagonismo das intervenções do Estado na Favela do Moinho. Nesta quinta-feira (26/6), Tarcísio fez a entrega de moradias em São Bernardo do Campo, berço eleitoral do petista, no ABC Paulista.
“O governador foi convidado para vir aqui, se ele não veio porque tinha um compromisso em São Bernardo, ele foi convidado, porque todo lugar que eu vou eu convido o governador. Eu só quero que vocês saibam que agora vocês estão sob cuidados do governo federal”, demarcou o presidente, que ainda lançou suspeita sobre o plano do governo de São Paulo de construir um parque no local.
“Por mais que seja bonito um parque, ele não pode ser feito às custas do sofrimento de um ser humano. É importante que as pessoas que querem visitar esse parque, e brincar nesse parque e passar domingo nesse parque não venha pisotear sangue de pobre que aqui foram agredidos para que eles fizessem. Vamos fazer com decência e com muita dignidade”, disse Lula.
Mais cedo, Tarcísio havia dito que “nunca” negaria parceria com o governo federal, mas lembrou que o governo estadual “teve coragem” de iniciar os trabalhos na Favela do Moinho, destacou obras de infraestrutura na região e cutucou o petista.
“O presidente vai fazer o evento dele lá e está tudo certo. A gente vai continuar trabalhando”, ironizou Tarcísio.
O acordo para a Favela do Moinho prevê que cada núcleo familiar tenha direito a escolher um imóvel de até R$ 250 mil para deixar o local. O governo federal entrará com R$ 180 mil e o estadual com R$ 70 mil. A ideia é contemplar todas as famílias com renda de até R$ 4,7 mil.
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Embora Tarcísio siga repetindo que será candidato à reeleição no ano que vem, cresceu nas últimas semanas a pressão para que o governador dispute a eleição presidencial como representante do bolsonarismo após as pesquisas o colocarem em situação de empate técnico com Lula.
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